AQUELE AÇUDE...
Cá
estamos em 2013 para mandar mais umas
bitáitadas sem antes avisar os leitores que este post é desaconselhado a
menores de idade e a pessoas sensíveis... razão para que algumas fotos contenham um donut na lateral superior direita...
Sendo o ciberleitor(a) integrado nestes grupos e uma vez que o Pai Natal já se foi, recomenda-se a mudança das
suas cibernéticas agulhas para outro blogue que conte cenas do Capuchinho Vermelho ou recite cantilenas do Passos
Coelho.
As
tágides águas saltitavam livres pelo leito, humedecendo suas tubucas margens
até chegado o dia em que os homens da terra lhes presentearam um preconceituoso
açude no sopé do Cabeço do Caneiro...
...onde na Guerra Peninsular lhe atravessaram a ponte das barcas e lá no alto instalaram uma vigilante peça de artilharia inibidora ao piratêdo que arribava o Tejo.
Daí
em diante milhentas esguias gotinhas passaram a cavalgar languidamente as comportas do vibrante açude induzindo-lhe orgásticos prazeres que se esvaíam por infinitas
espumas...
Durante
as estivais temporadas, seu montante transformava-se em verdejante mar salpicado de coloridos canoístas pagaiando jovens trilhos de suores...
... despejados sobre a imensa azola que aos viajeiros ocultava
gordurosos coliformes perante os olhares vigilantes das vermelhas Portas e Passagens a estibordo e da empalidecida Tenda dos Milagres a seu bombordo.
Debaixo de celestiais constelações, charrôcos, fanecas, linguados, robalos, carpas, percas, fataças, lampreias, enguias e outras bichas esguias
viam suas desovas goradas para aquém do magnâmico açude que não sendo de ferro, em época de
maior frenesim era assediado pelas tágides gotinhas que roçando, esfregando e acariciando as negras borrachinhas, volta e meia se lhe penetravam nos retentores em
êxtases de enfraquecer suas distendidas comportas, culminando com enorme estouro, libertando
biliões de desvairadas gotículas metamorfoseadas em castanhas espumas que mui suavemente iam fecundando os espraiados vales e as algibeiras do povoléu...

Chegada a água pelas barbas e dado o peido-mestre
à orgástica construção, o festim sazonal é de tal ordem que a fluvial bicheza transpõe
pilaretes e vãos, rumando a novéis sombras algures por paleontológicas paragens e querendo tapar o Sol
com a peneira ao tentar trocar as voltas à plebe como se otária fosse, os feudais das terras tubucas desanunciam tão
êxtasiantes desaforos com explicações esfarrapadas porquanto as depravações daquela união de
facto serão suportadas pelas plebeicas talhadas no do costume...

Só
os engenheiros, os projectistas e outros ideiotas
do enclave tubuco, bem calçados em dinheiros comunitários acreditam que a estrutura transversalmente
rectilínea terá potência para contrariar as forças da natureza impelidas por
biliões de tágides gotinhas que insuflado ou nem tanto, aquele magnífico açude
constituirá enorme empecilho à livre circulação das águas que vindas em quantidades industriais
sofrerão refluxos de se espraiarem pelas planícies da zona ribeirinha... promovendo o turismo de catástrofe.
De comportas descaídas e sem insuflagem prevista, resta nelas aplicar outro singelo
investimento à guiza de manutenção para que na enorme charca se reponham os níveis de
nutrientes imprescindíveis ao desenvolvimento da eutrofização essencial à cultura da azolla, supondo que deste estouro
os iluminados provincianos terão que esperar sentados uns bons pares de meses sob
a entroikada sina da austeridade, a modos qu'antes da sua recuperação os portugas ainda levarão com a seta do sagitário
nas nalgas pois os próximos mil e cem
milhões de euros de impostos sacados aos reformados e a quantos labutam com
enormes dificuldades para preservar os seus postos de trabalho nas pequenas e
médias empresas em branda laboração, serão canalizados para a “recapitalização” do Banif.
Resta aproveitar os pilares do magnâmico açude para assentamento do tabuleiro da ponte que substituirá a hintzelista e secular rodoviária.
2 comentários:
Segundo consta desta vez foi o compressor que deu o berro. supostamente uma conduta de ar que não aguentou tanta pressão. Esta gente quer meter Lisboa na rua da betesga e depois dá nisto. E o povo é que paga, pá!
O estouro foi provocado pela fateixa de alguma amostra!Lançaram a linha e ao rebobinar aquilo embaraçou-se na borracha e pum!
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