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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

POMITO LENCART


POMITO LENCART

 
 Suponhamos que a incauta D. Leocádia, idosa residente em Alcanena, resolvia ir visitar o filho... 
...internado na unidade de cardiologia de Torres Novas e no caminho dava um excelente tralho pela ribanceira desprotegida do Hospital Rainha Santa Isabel...
Sendo que no meio do azar o português tem sempre sorte, baldeando por aí abaixo, a idosa apenas abria um lenho na carola, concluindo a equipe de triagem de Manchester que aquele lindo serviço merecia uma costurazinha de pequena monta...
Coisa simples, para levar dois ou três agrafes no sobrolho, um spray na testa e prescrição de Pomito Lencart quanto baste para ser aplicado em casa.
Incha, desincha e passa!
Vai daí, por uma questão economicista associada à distribuição de valências pelo imenso jardim que é o Centro Hospitalar do Médio Tejo, os serviços requisitariam ambulância que recambiaria a D. Leocádia para a unidade Manuel Constâncio, algures em Abrantes, onde se concentrariam os serviços médico-cirúrgicos, os raios-x e outros que lhes abrasassem os cerebrais neurónios...
Distariam 40 quilómetros, parte dos quais rolados pela A 23 que corresponderiam a 25 minutos de viagem e o dobro dessa distância e tempo para a tripulação, somados ao desgaste de pneus, manutenção da automaca e consumo de combustível para ida e regresso, deixando a D. Leocádia em franco convívio no serviço de urgências, assimilando o diversificado festival de “ais” provenientes dos inúmeros camaradas oriundos da área de influência do Médio Tejo que compreenderia os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Gavião, Mação, Ourém, Ponte de Sôr, Tomar, Torres Novas e Vila de Rei...
Tempos de espera incluídos, na manhã do dia seguinte, enquanto tomava o pequeno-almoço antes de se meter ao trabalho, a neta de Alcanena receberia uma chamada telefónica da unidade hospitalar de Abrantes no sentido dos familiares irem buscar a D. Leocádia que teria alta médica, porque não sendo necessariamente asilos para velhos que se afreguesavam dos hospitais públicos, estes artistas poderiam criar habituação aos ditos cujos, sendo avisados que a partir do momento em que a idosa tivesse alta clínica, os serviços hospitalares não se responsabilizariam pela devolução da senhora ao domicílio!
A anciã regressaria a caselas por perninha própria!
Ou a D. Leocádia fretaria um táxi que a levaria a Alcanena, ou a D. Leocádia se metia no mini bus que daria uma volta ao bilhar grande fazendo escala em Tomar e Entroncamento, ou a netinha da D. Leocádia se tiraria de cerimónias e recorrendo ao automóvel do papá sem arriscar pela Estrada Nacional nº3 que no troço entre o Nicho e a Ladeira do Pinheiro se encontraria em estado lastimoso, sujeitando-se a rebentar os pneus, empenar as jantes, deflagrar os airbag's e a dar de trombas com o lobo feroz... 
...Antes optando por gastar uma pequena fortuna em combustível e portagens, indo buscar a intrépida avózinha ao hospital de Abrantes, tudo compreendido na política economicista da administração hospitalar pela imposição de três agrafes no sobrolho, um spray na testa e prescrição de Pomito Lencart quanto baste para ser aplicado em casa!
Incha, desincha e passa!