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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

TRETAPRAXIS

TRETAPRAXIS

   Ciberleitor. Um tetraedro afigura-se-nos com quatro faces iguais e seis arestas congruentes a um ponto comum, assumindo o formato piramidal, expoente do misticismo, daí que o título deste post não fosse digitado por engano, representando-nos tudo o que lhe é desconforme e incongruente, ou seja, mais uma vez dissecando o tema das praxes da treta tão só porque houve quem dissesse que o assunto se estaria a cingir às comissões de praxes, havendo no entanto muita gente graúda a querer meter o rabinho de fora deste escândalo que afronta as melhores consciências!
Está na ribalta a tragédia do Meco que passado o estertor inicial, voltou à tona dos fazedores de opinião.
Sobre este tema, muito se tem falado, muito se tem escrito e dele muita água tem corrido debaixo das pontes.
Pensando duas vezes, depois disto, cá o Cidadão ficou com a sensação que à tripa forra, na última década tem vindo a ser praxado todos os santos dias por estes senhores que nos vêm governado, implacáveis no agravamento de impostos mas lascivos em inibir fenómenos de contornos criminais...
Aliás, segundo consta, até já se praxa no secundário, se praxa na primária, se praxa no infantário e ao nascer, desconfia esta praça que terá sido pendurado pelos pés e de cabeça para baixo, praxado com duas nalgadas!!
Antes de olhar para o umbigo, este observador vai aqui estender uma modesta e breve análise sobre o mote das praxes académicas.
A primeira pertinência prende-se com o silêncio artificial dos ministros desta republicana nação representada pelo supremo Cá-Cá de Belém ante a tragédia que tocando a consciência dos portugueses por ter custado a vida de seis jovens na flor da idade, nos seus circunstanciais discursos os referidos governantes não descuram a temática da juventude e dentro das razões cuja razão desconhece há quem incessantemente busque a raiz do cada vez mais marcante fenómeno.
Em meados do ano transacto, ficou célebre a frase do primeiro-ministro em funções, por decerto questionando a tenacidade dos portugueses perante a cada vez mais severa austeridade que se faz anunciar e exortando-os para que não fossem piegas.
Tendo em conta o brilhante passado deste, percebe-se agora que aquela mensagem foi proferida por uma pessoa cuja preparação para a vida assentou na cadeira académica da praxe porque, a praxe induca!
Com o fluir do tempo e juntando os indícios, percebemos que este senhor, o seu sujeito passivo Paulinho das Feiras receberam formação em estabelecimentos privados de ensino superior... ou de algum modo lhes têm afinidade, nomeadamente o primeiro calaceiro formou-se aos 37 anos na Universidade Lusíada, o seu comparsa passivo que nasceu de pés para a frente e com o cordão umbilical enrolado no pescoço, ainda em adolescente já jogava  à bola como “defesa direito, tendo frequentado o Colégio Particular São João de Brito, estudado na Universidade Católica, acabando por se ir estragar na Universidade Moderna, que já deu o que tinha a dar.
Se melhor atentarmos à prática abusiva das praxes, damo-nos conta que é exactamente nos estabelecimentos académicos de âmbito particular que estas apresentam maior afinco como os atrás referidos, à exclusão da Universidade Católica, um dos últimos redutos de prática de boas condutas e respeito pelos valores humanos...
Percebemos também que nesta nação de resistentes existe um escrutínio natural de frequentadores consoante o grau de valorização académica e o poder económico das famílias pois não é difícil de percebermos que a fasquia da média da nota de ingresso nos estabelecimentos públicos de ensino superior se destaca bem acima do exigido nos estabelecimentos de ensino privado, ou seja, aquando do resultado das candidaturas, os que ficam excluídos das pautas de ingresso nos públicos de ensino superior, ou vão inscrever-se no instituto de emprego e formação profissional ou caso tenham papás endinheirados, recorrem aos estabelecimentos privados de ensino superior onde o seu ritmo de estudo se baseia no culto do veteranismo, saltitando de borga em borga, apanhando monumentais bebedeiras carpidas na arruada da noite, e que incomodam quantos pretendem levantar cedo para irem ao trabalho...
Se bem observarmos, apercebemo-nos que os casos de praxes académicas com desfechos trágicos sucedem tendencialmente em estabelecimentos particulares.
Alguns jovens, sentindo-se violentados na sua dignidade e integridade física vão apresentando queixa junto das autoridades públicas, passando palavra aos órgãos de comunicação social e em casos mais graves, jovens que devido a brincadeiras inocentes, comparadas ao jogo do berlinde ou do pau, são pura e simplesmente enviados para cadeiras de rodas ou para os anjinhos como se a prática de rituais iniciáticos de contornos satânicos fosse pura e liminarmente comparável ao exercício de condução automóvel onde funcionam os domínios do cognitivo, do afectivo e do psicomotor, isto se atentarmos às declarações proferidas pelo Presidente do Conselho de Administração de uma universidade privada, concretamente a Lusófona, contrariando o reitor desta, talvez porque a sua responsabilidade seja outra e o seu mote não assente na ganância do capital, que respondendo à Assembleia da República em 2008 afirmou as praxes nada contribuírem para a integração de novos alunos, uma vez que são sempre ofensivas à condição humana dos estudantes...
Ora, ministro de República que se preze, deveria ter demitido imediatamente de funções este senhor presidente de Conselho de Administração da Lusófona, e no mínimo, o Ministério Público indiciá-lo de cumplicidade pela tragédia do Meco, mas entre um e outro trâmite legal, valores mais altos se levantam como por exemplo muitos dos juristas atreitos aos organismos públicos de justiça,  terem frequentado as faculdades privadas onde solidificaram laços de afinidades com outros colegas "praxantes" que foram educados pela gamela comum, sendo que este assunto tem sido mexido e até conduzido a toque da mediatização promovida pelos órgãos de comunicação social, pelos blogues de opinião e pelas redes sociais, caso contrário, e à semelhança dos antecedentes que estão em cadeiras de rodas, seria interpretado como um acidente de percurso cujas estatísticas são infimamente inferiores por exemplo comparadas às da sinistralidade rodoviária mais uma vez se confirmando que para os organismos públicos, os cidadãos não passam de meros números.
Pelo meio temos a promoção feita pelo corpos directivos, o fornecimento de meios logísticos pelas autarquias, os patrocínios das empresas com especial realce para as fornecedoras de bebidas alcoólicas, chegando-se à ironia e ao ridículo dos jovens com as caras borradas e penicos enfiados na tola, serem benzidos pelo prior do local, como se tivéssemos regredido à mentalidade primária.
Que estes mandem o Cá-Cá de Belém ir trabalhar e logo veremos se o resultado será o mesmo!
O certo é que tendo a última ocorrência de praxe custado a vida a seis jovens, esta situação não será pródiga na medida em que no ano de 2004 e em idênticas circunstancias se registou a morte do jovem Diogo Macedo no pólo de Famalicão da Universidade Lusíada ou os casos de dois estudantes que ficaram paraplégicos em 2006, respectivamente em Elvas e Coimbra.
Os exemplos sucedem-se, sendo a face visível de que não se tratam de casos pontuais, mas de uma cultura de violência inerente à prática abusiva da praxe com contornos sinistros, denunciando que algo vai mal no reino de Portugal...
Este acontecimento havendo lugar noutro país considerado desenvolvido, qual efeito borboleta, resultaria em repercussões a nível internacional enquanto por cá se tem verificado uma certa tendência em desvalorizar e branquear uma tragédia cujas responsabilidades transcendem a insanidade mental dos Duxes, também fomentados pelos reality shows ao género do Big Brother  e Casa dos Segredos onde perante o voyeurismo dos telespectadores, os concorrentes se digladiam em provas degradantes e similares às humilhações perpetradas pelas comissões de praxe de certos organismos de ensino superior, assim banalizando os conceitos de dignidade e privacidade, vindo depois essas mesmíssimas estações radiotelevisivas reportar a sua indignação face aos actos praticados pelas vitimas dos seus produtos!
Se olharmos à hierarquia das praxes, apercebemo-nos que efectivamente o ensino superior se complementará em algumas cadeiras de ensino inferior, aquelas que pela humilhação consentida ou não, visam integrar os novatos na sociedade académica, “preparando-os para a vida” através do abuso de poder, dos maus tratos, da boçalidade abjecta, da simulação forçada de actos sexuais e de humilhações perpetradas por cachopos, quais senhores das moscas organizados em hierarquias com pés de barro, no ensejo de conseguirem estatuto social à custa do bullying académico.
Encontramos pois uma cadeia hierárquica das praxes académicas desde o perseguido caloiro até ao altivo Dux Duxorum, passando por pelotões de veteranos, quais desengalgados vampiros em busca de presas fáceis!
De conto em conto saliente-se o caso que se passou numa das universidades em que o franzino caloiro foi-se sujeitando a um progressivo grau de exigência praxativa, sempre avisando os seus perseguidores para que se moderassem pois os rituais bem lhes poderiam correr mal, até chegado o dia em que o caloiro pregou um amasso em quatro dos praxantes, pois este franzino entendia qualquer coisinha de artes marciais... 
O certo é que desse dia em diante, o caloiro ficou dispensado de qualquer género de praxe tendo a respectiva comissão deliberado que o franzino se encontrava integrado no ambiente académico. 
Um exemplo em como no domínio do afectivo, as mentes destes jovens na casa dos vinte anos não acompanharam o avançar do tempo nem a maturidade dos corpos, identificando-se mais com a puberdade e o "jogo do berlinde"!...
Quando uma das justificações para as degradantes práticas rituais se baseia na “preparação dos jovens para a vida” e quem tutela esta Nação convida os seus concidadãos a emigrarem, tudo nos leva a crer que a praxe académica será aquela cadeira que preparará tenaz e psicologicamente os futuros licenciados para assumirem os nossos governos e os cenários de guerra, nomeadamente na área da medicina, da geografia, das relações internacionais, do direito, da informática, da biologia e do jornalismo, profissões bem remuneradas se tivermos em conta a deslocalização e os subsídios de risco daí inerentes...
Um exemplo disso são os pactos de silêncio e de memória selectiva, essenciais caso o individuo se deixe aprisionar pelo inimigo. 
O prisioneiro de guerra não se chiba.
Já referido no post MEGAPRAXIS, sendo a maior parte destes jovens criados na abundância material, da sustentação e da opulência carecem no entanto de valores morais!
Exemplo disso é a constatação de que os intervenientes da tragédia do Meco, para além das elevadas verbas imprescindíveis ao académico sustento, terão investido a suplementar de quatrocentos euros no aluguer de uma vivenda curiosamente situada na “Rua do Sol” partilhando um fim-de-semana secreto, face ao alheamento dos seus progenitores que de útil, apenas terão as contas bancárias e acrescentando o pormenor de que nesta tragédia, entre os casais, apenas um pai deu a cara à comunicação social, os demais delegando essas competências às mães das vítimas...
Sujeitando-se a humilhações desde o rastejar com pedras amarradas aos artelhos, a saltar para piscinas com temperatura ambiente na ordem dos oito graus centígrados, a simular actos sexuais com objectos ou borrar a cara com bosta, após concluídas as faculdades e na eventualidade de não conseguirem emprego ao seu peso e medida, estes jovens optarão por ir pescando os subsídios entre as formações disto e daquilo ou assentando as nalgas no sofá da casinha dos papás em detrimento de se sujeitarem às funções de limpeza, reposição de produtos ou operação de caixa dos templos de consumo, sob a sina de que sendo eles doutores, engenheiros e juristas, não estarão para se subjugar a tais humilhações, esquecendo porém que uns anos antes passavam sucessivamente por vexames bem piores ao almejarem às máximas hierarquias da praxe académica onde julgando conquistar um lugar de estatuto, mais não fizeram do que se especializarem na cobardia da anuência cega e a subjugação perante a empresa, perante o chefe, perante o patrão, perante o regime politico, seguidamente transitando para as praticas ditatoriais próprias de regimes desumanizados e totalitários, onde não há espaço para diálogos e assertividades.
Em troca da integração no grupo académico, o caloiro que aceita a praxe ainda não é um escravo mas aí treina para no futuro o ser, ainda não é um totalitarista primário mas aí treina para no futuro o ser e caríssimos ciberleitores, o pior dos escravos é aquele que jamais se quererá libertar e o pior dos ditadores, aquele que se sente realizado na vilipendiação dos outros.
Regressando ao dia a dia e à imposição da austeridade, estas marionetas que nos governam mais nos fazem lembrar veteranos académicos praxando as suas bestas pastranas seguindo piamente as directrizes dos Honoris-Dux da Troika que por sua vez servem os Dux Duxorum das oligarquias internacionais, no ensejo de treparem na hierarquia da politica e da economia internacionais tal como podemos verificar pelo modus operandi do Cherne ou do Mister Valium e até pela exoneração do superintendente Paulo Valente Gomes, Director Nacional da Policia de Segurança Pública que colocou o seu lugar à disposição em troca da sua nomeação para um alto cargo como oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Embaixada Portuguesa de Paris, tacho este que terá sido criado propositadamente para o infeliz, acedendo ao modesto salário de 12 mil euros mensais, consistindo no triplo do salário que o ex-director nacional da PSP recebia antes da manifestação do seus subordinados nas escadarias da Assembleia da República.