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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O TOQUE

O TOQUE

 Quando em funcionamento, por vezes os televisores de raios catódicos adquirem nuances vermelhas ou esverdeadas sobre o ecrã, devendo-se tal fenómeno à formação de electricidade estática na caixa do cinescópio.
Para colmatar este problema, ou procuramos um técnico especializado em electrónica ou eliminamos essa energia nefasta tocando simplesmente com os dedos no o ecrã durante alguns segundos e encostando a outra mão na parede mais próxima, configurando uma espécie de Reiki electrónico que descarregará as energias estáticas sobre a nossa massa corporal posteriormente  transmitida à terra e ficando a complexidade monocromática do receptor sanada por determinado tempo...
 Vai para quatro anos que não se assistia a tão grande dedicação da presidente municipal e seus discípulos para com os cidadãos tubucos, percebendo que entrámos na quinta estação...
Temos a Primavera, o Verão, o Outono, o Inverno e a estação Autárquica, infelizmente bissexta, mas que para benefício dos munícipes bem deveria ser anual pois é nela que a democracia se faz valer em pleno!
Ele são vias repavimentadas, ele são inaugurações, ele são louvores, ele são desbastação arbustiva urbana, ele são limpeza de ruelas e desinfestação de valetas, ele são parelhas de veículos corta-relvas em ceifa contínua, ele são repintar a brancas tintas, muros, muretes, paredes, alegretes, fontanários... 
...parques de merendas, marcas rodoviárias e até os calhaus recônditos nos limites geográficos do Concelho merecem umas tisnadelas de branco...
...ele são desmultiplicadas atenções às mágoas dos contribuintes, ele são convites espontâneos para convívios rematados a espumante rosé, ele são afreguesadas apresentações de candidatos em jardins onde os plátanos já não lhes causam alergias...
Tendo os funcionários públicos atreitos ao município a sua vida própria e os seus horários laborais, para além do PAC- Posto de Atendimento ao Cidadão, ora BMS- Balcão Multisserviços, de igual modo a querida líder se fez substituir ao Provedor Municipal do Cidadão, abrindo um gabinete de consultas no nº 18 da Rua Luís de Camões onde em horário extra laboral, entre as 18 horas e as 20 horas das segundas-feiras, a poderemos encontrar inteiramente disponível para nos exorcizar as energias negativas através do seu "toque," rabiscando os nossos desabafos e inquietações sobre folhas de papel branco, prevendo-se que o sazonal confessionário encerre as portadas em finais de Setembro...  
Haja clientela!
Como sabereis se já o tivestes necessitado, até agora a recandidata sempre se mostrou ocupada e indisponível no atendimento em tempo real aos fregueses e a determinadas associações, carecendo os assuntos de análise e marcação prévias e delegando tais competências aos vereadores, assessores e demais arrastadeiras da sua confiança, que até na burricada ou na contestação dos bombeiros profissionais foi de acolhimentos intransigentes. 
Havendo que aproveitar a rara oportunidade de bar aberto, este modesto Cidadão rumou à novel acessibilidade da Rua Luís de Camões, constatando que o brasão do município tubuco suplantara o círculo do punho cerrado, concluindo posteriormente que seria ali a sede do partido político que apoiante da recandidata e sentindo-se este munícipe numa situação constrangedora, aliás, como vem sendo o costume doutros ensejos...
Aqui, há gato...
Antes que se dispersem por outras candidaturas e na tentativa de agluitinar as almas penadas simpatizantes dos extintos Independentes para o Concelho de Abrantes, durante a cerimónia do "três em um", recandidatura versus convívio de aniversário e apresentação dos 103 elementos da Comissão Autárquica para a Cidadania que decorreu do Parque Urbano de São Lourenço junto à ermida edificada vai para cinco séculos e actualmente em estado de progressiva degradação, este munícipe compreendeu que à semelhança dum monge budista japonês, a Matri Harka foi evoluindo na área da fenomenologia, adquirindo poderes sobrenaturais que consistirão em profundo olhar seguido de sopro no pescoço ou bafo na testa e do suposto “Toque de Midas” sobre os seres esperançados em virar ouro, prometendo resgatar-lhes as energias estáticas posteriormente recicladas em vitalidades dinâmicas para proventos próprios...
Alguns destes mutantes cinescópicos assim descarregaram publicamente as energias estáticas das causas, combates e contestações anteriores, deixando os seus representados orfãos nas reivindicações.
Rafael Bordalo Pinheiro dizia que a política é uma grande porca onde todos querem mamar...
Tombe a marrã para qualquer dos lados e é vermos os bacorinhos em busca da melhor teta!
Estamos perante uma manobra propagandística de grande envergadura provinciana articulada entre duas organizações pseudo administrativas que sob a mesma tutela não deixarão de intentar por mais acções subliminares coadjuvadas pelo coacher de estimação que não prescindirá os seus créditos por mãos alheias, enredando os incautos representantes concelhios das diferentes representações políticas assim "manietando as forças vivas"  com reuniões sectoriais e a seu tempo louvores e galardões serão atribuídos à empresa de marketing político de link subjectivo, não fosse o filósofo Friedrich Hegel, seu mentor... 
A propósito, alguém ainda se lembrará da tal Comissão Municipal de Segurança?
(clike sobre as imagens)
A cousa social apresenta-se tão em baixo de forma e os mercados de tal modo deprimidos que sob o estertor da crise, nem alguns cinescópios de outras correntes ideológicas se atreverão aspirar à poltrona municipal, preferindo a bênção do místico toque matriharkal, esperançados em ir debicando uns baguitos à mão da querida líder.
A comunicação activa é algo de ética e subjectiva!
Partindo do pressuposto sociológico que as sociedades são alicerçadas em grupos de influência com objectivos comuns e achando-se o recinto lotado de membros e seus familiares atreitos à Sociedade Civil & Lda, a tal gestora dos bombeiros gratificados que detém alguns comissariantes em acumulação de funções com a nóvel Comissão Autárquica para a Cidadania, não restando nesga de terreiro para mais povo e atendendo às dúbias indecisões dos trinta e oito mil munícipes insatisfeitos com a porca da política e tendencialmente votados em apostar no abstencionismo ou noutros protagonistas, concluiu a querida líder haver necessidade de submeter um leque mais alargado de cidadãos ao seu esoterismo político...
...para tal inaugurando o espaço de atendimento na Rua Luís de Camões onde os retardatários poderão carpir as suas mágoas, evitando transtornos desnecessários a quantos ambicionem o “toque matriharkal” e porventura não tenham recebido atempadamente o convite para a primeira festança, à semelhança do ocorrido com Érre-Pê-Pê - O Cowboy Solar que devido aos crónicos atrasos do Centro de Distribuição Postal, não acedeu ao ultimato dentro dos prazos previstos, gorando as garantias de viabilidade económica e as expectativas da Câmara Municipal...
  ... ao passo que nos tribunais vão pingando processos e acções de empresas contra a Câmara Municipal...
 Atente caro ciberleitor abrantino que para os dirigentes autárquicos, nas estações eleitorais os desejos dos munícipes são analisados dentro dos prazos acatados como ordens, havendo que aproveitar a maré alta e os ventos de feição!
Nesta periclitante catástrofe social onde até os clubes de futebol se debatem entre carências financeiras de todo o género e feitio, soube cá o Cidadão que à custa da Esperança, uma dessas organizações desportivas de âmbito local ainda resistiu algum tempo à crise.
Enquanto o pessoal se dedicava aos treinos de preparação para os campeonatos regionais, a Esperança bem despida de top e mini-saia travada, sentava-se num caixote de fruta algures à beira do caminho, aguardando pela satisfação dos fregueses a fim de reunir uns cobres para as sapatilhas, equipamentos e demais sustentos futebolísticos, até que se fartando do árduo trabalho de Sol a Sol, certo dia deu de frosques, deixando os rapazes mergulhados na insolvência do clube...
Tem-nos valido a solidariedade das vereadoras que há muito se debatem com o bem estar das populações aldeãs.
Vencida esta pequena divagação que se nos apraz oportuna e face ao teor apesentado no outdoor plantado na banda norte da Rotunda do Olival, percebe-se que sendo Abrantes o terceiro Concelho do Distrito de Santarém e o primeiro da Comunidade Municipal do Médio Tejo com as maiores taxas de desemprego entre a população activa onde 80% do comércio geral e indústrias encerraram portas por insolvência ou falência técnica, apenas resistindo alguns dos comissariantes locais e templos de consumo cujos magnatas enviam a contabilidade e os seus lucros para os paraísos fiscais e Norte da Europa, decerto que este enormíssimo cartaz urbano também inculpará o místico “toque matriharkal”...
Nesse âmbito e talvez por razões proporcionais, se atentarmos à última factura da água depressa perceberemos que o município abrantino tem promovido o valor da merda em detrimento da água... 
Por exemplo, se o munícipe for convidado a desembolsar 10,31 €uros de água, terá de liquidar mais 11,62 €uros de merda, entendendo-se tal facto na medida em que sendo a primeira rica em nutrientes, já a segunda não passará da simples relação entre moléculas de oxigénio e hidrogénio adicionada ao cloro e a parca matéria orgânica...
Se o munícipe emigrar e consequentemente não efectuar qualquer consumo de água, disponibilizará uma mensalidade de aproximadamente 6,22 €uros para a excelentíssima, comparando com o seu congénere do município de Loures que pagará 4,43€uros após inflacionado em 141%, partindo do princípio jurídico que se não fez merda, que a tivesse feito, assim se promovendo a economia local e ainda nos podendo dar por satisfeitos pois este ano o nosso ídolo reikiano anuiu em manter quedas as tarifas dos Serviços Municipalizados!
Um sincero obrigado!!!
 A parangona publicitária afixada na vertente sul da rotunda do Rossio ao Sul do Tejo atira-nos para um toque eleitoralista sobre a jovem atleta cuja consciência política será de tenra constituição... Ou então que o usufruto da imagem da menina seja a contrapartida cobrada pelos apoios camarários a ela prestados por intermédio da associação que representa e evidentemente subtraídos aos nossos impostos...
...presumindo-se que de modo indirecto, as nossas contribuições financeiras também reverterão para alimentar parcialmente a máquina da campanha eleitoral dos instalados, indiciando fortes promiscuidades entre o exercício de funções municipais e a campanha eleitoral da recandidata, transparecendo que enquanto a querida líder caça com cão, os demais candidatos vão-se amanhando com gato...

sábado, 20 de julho de 2013

SENHORA DOS LIXOS


SENHORA DOS LIXOS

Vai um empurrãozinho e o nicho tomba...
Não sendo piedoso fundamentalista, jamais este Cidadão se coibiria em prestar adjuvantes serviços às causas dos santos.
No visionamento do post Senhora da Caça houve muito boa gente apelando ao reparo de outra Senhora dos Caminhos plantada na Avenida D. Manuel I, algures pelos limites da Freguesia de Alferrarede em vias de fusão a São Vicente...
Conjecturando a brincadeira de mau gosto, o lugar mariano não fora descoberto à primeira leva, tendo a insistência sido recompensada pelo espanto na constatação de que “aquilo” não se afigura tanto a santificado nicho mas a dissimulado ponto de geocaching com as seguintes coordenadas geográficas: 
39º 28’ 18,19” N e 08º 11’ 37,94” W.
Um contentor do lixo dos serviços municipalizados encobre o granito da Senhora dos Caminhos relativamente às almas penadas que rolam pela avenida enquanto automóveis dum stand a céu aberto rematam a envolvência posterior, colaborando com a estratégia do comerciante que terá vantagens acrescidas em vendilhar viaturas seminovas aos esgotados peregrinos e se bem repararem, a reentrância frontal à sapata parece talhada às medidas do contentor!...
Para a coisa sair perfeitinha sugere-se a permuta da actual imagem pela de São Cristóvão, que é o padroeiro dos viajantes.
 Acomodando-se ao peal repleto de pestilentos odores provenientes da matéria orgânica em decomposição acelerada pelo aquecimento solar, percebeu este munícipe que a evasão da Senhora dos Caminhos é travada pelo gradeamento da pequena porta, tendo oportunidade de nesse lugar vocacionado ao descanso e meditação, reflectir sobre a ordem de prioridades urbanas onde os valores residuais predominam sobre a cousa mercantil que por seu turno subestima o recanto etnográfico repleto de tradição, significado, simplicidade, sobriedade e cultura transversal aos tempos, consistindo no retrato fiel desta sociedade fundamentada em aparências onde o consumismo imediato e a ostentação dos bens materiais como meio de afirmação pessoal conquistam cada vez mais espaço sobre a esfera dos valores espirituais, princípios morais e padrões de urbanidade...
Estranha-se que até ao presente, algum dos professores, médicos, empresários, atletas, músicos, agricultores, dirigentes associativos, reformados e jovens intervencionistas que integram os 103 cidadãos da Comissão Autárquica para a Cidadania não tivesse reparado em tal despropósito e que os responsáveis municipais permitam a acostagem dum contentor de resíduos domésticos junto à edícula cristã, remetendo a valorização do património secular para negociatas de ocasião, assegurando a teoria de que bater com a mãozinha no peito só ganha expressão quando consta de práticas litúrgicas ou doutrinação de criancinhas...
Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz mas não faças como ele faz...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

PARADOXOS


PARADOXOS


 Tomava uma fresca stout na esplanada do Parque Urbano de são Lourenço quando este Cidadão percepcionou viaturas da mais fina gama convergindo para os estacionamentos, indiciando que estaria para rebentar algo fora do normal… talvez a reunião para um golpe de Estado, se bem quando um conhecido lhe explicou que ia ali dar-se a reapresentação da recandidatura a represidente do município tubuco bem como o lançamento de um novo movimento cívico acabando o amigo por oferendar um exemplar do convite para a coisa…entretanto como o post é de reduzida feitura, vão sendo publicados alguns dos muppies que sugestivamente se poderiam encontrar em locais próprios de se girar à fartazana... sobre o quais o ciberleitor poderá clikar por duas singelas vezes, caso pretenda inteirar-se das sábias mensagens recontidas...
Podendo estar no momento e sítio errados e sendo a curiosidade quem matou o gato, o mais correcto seria ter dado de frosques mas consoante a adrenalina se foi apoderando da mente, assim a divina providência convenceu este rapaz que de facto estaria no local certo e à hora exacta…
Antes que esqueça, tudo isto se passou no fim de tarde do dia sete de Julho do ano da graça de dois mil e treze depois de Jesus Cristo ter vindo ao mundo!
Diz-se que a casamentos, festas de anos e a baptizados só vão os convidados…
Pelo teor do convite, este rapaz foi-se integrando no ambiente preponderantemente composto por gentes abastadas que terão respondido à convocatória, em número tendencialmente igualitário ao contingente dos bombeiros profissionais que se manifestaram a doze de Junho do corrente ano…
Se a menina Joaninha da rádio subsidiada a quem foi incumbido propagandear a notícia, o permitir, aqui queria este praça observar que a lotação do Parque Urbano de São Lourenço não estaria necessariamente “cheio e repleto de apoiantes” à causa vertida, transparecendo a parcialidade da notícia no redundante reforço do “cheio e repleto,” mas sim preenchido por convidados de outros quadrantes políticos, desde democratas cristãos a marxistas, leninistas e trotskistas, elementos diversos,  jornalistas e alguns paraquedistas esperançados num lugar ao sol, tal como vem sucedendo em qualquer congresso nacional das organizações partidárias onde estão presentes os representantes de distintas correntes ideológicas, a não ser que ao nível do Concelho de Abrantes  a selecção partidária fosse de tal forma minuciosa que garantisse a exclusividade dos presentes, a não ser que a máquina tivesse funcionado no sentido de passar a imagem de totalitarismo cilindrante aos candidatos concorrentes à poltrona do município tubuco
Encantado ficou este eleitor com os discursos de pompa e circunstância convergentes para a apresentação da recandidatura autárquica onde omitindo as partes gagas, em que a candidata fez a egospectiva da sua gestão, amadrinhando a Comissão Autárquica de Cidadania que conta com a colaboração de cem habituais membros, presumindo-se que uma espécie de centopeia, que é bicha feia...
...ou o embrião de nova ordem social baseada na representatividade  democrática delegada no socialismo feudal!
Considerando que os movimentos de cidadania à margem dos partidos políticos estão na ordem do dia e que os Independentes para a Câmara de Abrantes capitularam na rentrée, nada mais oportuno do que criar uma comissão de cidadania que tente aglutinar os potenciais eleitores, minimizando a dispersão de "apoiantes" pelos outros pretendentes ao poder local...
Não será assim?
No meio de tantos crânios, naturalmente não teria sido apenas o lerdo do Cidadão a perceber que há quatro anos, a candidatura dos Independentes não passou dum mero satélite do partido institucionalizado no poder tubuciano… uma espécie de yes woman
Entre os discursos articulados por gente ligada à comunicação e interveniente na industria, cultura e associações de intervenção social onde bem se enquadra a recém-criada Sociedade Civil gestora da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, revelador de que o voluntariado e a carolice de uns quantos continua sendo a promoção social e económica de outros tantos, também transpareceu que haveria mais do que um ponto em comum, não se sentindo a ausência da Senhora Mediadora Municipal para as Minorias Étnicas de Abrantes talvez porque se encontre a estudar a estratégia em como fazer calar os meninos da minoria étnica que passam o período nocturno aos berros na via pública esbanjando o Rendimento Mínimo Garantido e o Subsídio de Reinserção em litrosas e afins, perturbando o descanso da comunidade maioritariamente silenciosa que tem de trabalhar durante o dia para sustento e viabilidade da Segurança Social, nem o visível distanciamento de alguns doutorados face aos progenitores que presentes mais pareciam ausentes, decerto porque os convivas seriam tendencialmente homogéneos e nestes pavoniosos  “cerimoniais de cidadania”  querem-se os idosos resguardados na despensa ou depositados no velhão…
Em primeiro, parte dos membros da nuance do “Cidadania XXI” que sumiu misteriosamente do espectro concelhio, bem como o espaço hoteleiro concessionado para a cerimónia de apresentação da pseudo comissão cujo prazo de validade rondará Outubro, são simultaneamente elementos do madrugador BNI-Estratégia, organização circunscrita à engrenagem presidida pelo coacho transversal a tudo quanto em Abrantes se possa associar ao regime + familiarmente responsável, vinculando os membros aderentes a rígidas regras de de fidelidade, votos de castidade e acções concertadas na angariação de clientes interpares, contrariando as normas vigentes de livre concorrência no que concerne à dependência económica e ao abuso da posição dominante nos mercados…  
No entusiasmo da sua adorável técnica de “discurso de improviso programado”, novo conceito rectórico com direito de autor e marca registada em Abrantes, a recandidata Maria do Céu referiu-se à confortável estabilidade financeira do município, assunto que no meio de tanto improviso, por duas vezes deu jeitos de escorregar para a polémica popularucha das trinta oliveiras centenárias adquiridas por sessenta mil euros aos familiares do colega autarca de Proença-a-Nova, ou para as questões das dividas com prestadores de serviços, recentemente entradas em tribunal, depressa dai aligeirando o sentido devido ao apetite aguçado em se inteirar do que tão relevante se teria acrescentado às três principais rotundas de Abrantes
Na das oliveiras…ããã… do Lagar (flagrante indício de improviso programado), na rotunda do Quartel e na rotunda do Rossio
Foram momentos de profligas emoções!
Entre os manifestos de regozijo só faltou o abaixo inserido abraçalho do carinho mais do que ultrapassado pelas directrizes da troika da Merkel!
No seu improviso informalmente programado de garantir as funções aos novos apoiantes declarados, também a recandidata salientou o desejo de que o recém-criado Movimento Cívico para a Cidadania a possa acompanhar durante o próximo mandato, até 2017…
Pudera! Se assim não acontecer, certamente que os munícipes estarão todos quilhados da vidinha!
Os cidadãos abrantinos e os membros do movimento cívico, claro!
O segundo ponto comum refere-se à mensagem transversal passada pelos discursastes…
Enquanto o jovem músico realçou o facto de ter notado uma evolução positiva no desenvolvimento cultural durante o último mandato da Senhora Maria do Céu Albuquerque, não ficando claro se o orador discursaria na primeira pessoa, demais também foi reforçado pelo industrial das decapagens que na tal Comissão Autárquica para a Cidadania caberão os intervenientes de todos os quadrantes, desde que não seja para fazerem política… porquanto o objectivo principal a atingir será o desenvolvimento económico do Concelho de Abrantes…
Ora porra! Não sendo política, isto é de ética, ou do mais elaborado marketing?
A prática do marketing consiste num conjunto de estratégias que tenham em conta a criação, divulgação, intercâmbio de bens e produtos materiais ou imateriais que alcancem a satisfação dos visados na forma de consumidores, clientes, parceiros ou grupos sociais, colhendo os incrementadores, benefícios daquilo que desejam.
Política será a ciência de influenciar um colectivo de indivíduos ou multidão de acordo com determinadas correntes ou orientações ideológicas, recorrendo a um conjunto de meios adequados a resgatar vantagens a fim de alcançar os objectivos pretendidos e o exercício de convencer para manter e exercer algum tipo de poder perante a sociedade civil?
Durante a cerimónia de apresentação desta comissão para a cidadania, Abrantes acabou por registar dois novos conceitos para as seguintes figuras: 
Apolítico: indivíduo anuente às directivas sugestionadas e aderente às de coaching e marketing político subsidiadas pelo poder local. Seguidista incondicional do sistema institucionalizado. Pessoa que procure defender os interesses pessoais recorrendo a organizações satélite do regime. O atento em colher benefícios do regime. Clientelista. Subsidio-dependente. Vira-casacas.
 Politico: individuo dissidente dos discursos de improviso programado proferidos pela querida líder. O que exerce cidadania activa. Aquele que não alinhe em convites de propaganda. O que possui opinião própria. Crítico ao regime programado. O vertical.
Certo?
Se naquela organização pseudo administrativa só cabiam os apolíticos, então estaríamos perante o exercício do mais puro marketing político com doses de coaching à mistura e os incautos convidados fazendo parte integrante da encenação, à semelhança do que vem sucedendo na terra dos hayatolah's, em Cuba ou na Coreia do Norte...
Porque a empresa da propaganda se esqueceu ou afadigada com a estratégia propagandística, o certo é que no Sábado precedente ter-se-á a recandidata a represidenta dos tubucos olvidado o Festival de Folclore acontecido na Vila do Tramagal onde perdeu a oportunidade de dar um pézinho de dança com o Presidente da Junta e demais crentes na futura ponte que ligará as duas margens do Tejo...  uma espera do camandro que deixou os tramagalenses desapontados... diga-se, de passagem!
Entre abraços e beijinhos, ao sabor da noite escoada pelo esgalhanço juvenil agarrado aos instrumentos de corda, teclas, percussão e sopro, o espumante rosé pingou nos flutes ao ponto de entre diferentes sensações um bocado graduadas, cá o Cidadão ir comutando o conceito de "marketing político"com “antevisão de festa d'anos"…
-À saúde! 

sábado, 6 de julho de 2013

CATA-VENTO



CATA-VENTO

  Fazia uma canícula de invejar a Amareleja quando este Cidadão tentou resguardar-se dos raios ultravioleta bem acima dos 40 graus centigrados, num recanto sombrio e mobilado a mesas de pic-nic, ali para as bandas da Esplanada 1º de Maio... mesmo à rectaguarda do posto de turismo.
Um filhote de cuco arrulhava discretamente enquanto a restante passarada piava baixinho entre o folhedo dos plátanos, não fosse chamarem as atenções dos alérgicos às árvores ou serem topados pelas avejanas de quem arrecadariam repetidas lavagens filosóficas de se ficar tal e qual.
Máquinas devoradoras de distâncias roncavam na Avenida 25 de Abril enquanto leves sopros de brisa incomodavam o folhedo amarelecido que se desprendia das galhas. 
Parecia impossível como o pequeno espaço conservava temperaturas amenas, nada comparáveis ao braseiro que se fazia sentir na restante esplanada onde saltitavam pardalitos que não conseguiam manter as patitas firmes sobre o escaldante asfalto. 
Estava portanto um calor do camandro!!!
Fazendo contas de cabeça, o Cidadão encucava no quinhão que lhe caberia para liquidar trinta oliveiras centenárias adquiridas pela gastadeira municipal...
Se facturadas ao mês, caberiam aproximadamente quatro euros a cada agregado familiar a descontar no concelho de Abrantes e não fosse o negócio estar publicado no portal "BASE.gov" até os munícipes apolíticos poderiam acreditar que os cinquenta mil euros mais IVA e uns pózes de logistica e replantação, resultariam de colecta feita entre os pais dos alunos da Escola Básica Maria Lucília Moita...
Sob intenso calor, o tronco do plátano ia rangendo e emitindo breves estalidos...
O marulhar da ramagem assemelhava-se ao compasso de carretos metálicos jogando entre si, alternado com um ruído semelhante a cabos de aço chicoteando metais, semelhante ao ranger dos navio acostado em porto seguro...
Querem lá ver que o plátano ganhou vida?!
O Cidadão já observara plantas carnívoras mas à excepção das protagonizadas nas aventuras do Flash Gordon, as demais são de diminuta estatura, contento vistosos pólipos que deixam os gulosos insectos completamente grudados à substância viscosa contida nas folhinhas...
O plátano insistia em emitir pequenos ruídos metálicos, promovidos à primeira ordem cognitiva deste munícipe...
Pois...
Na aldeia do Pego o município erradicou trinta e dois destes espécimes por os entender nefastos para a saúde pública, o que faz sentido…
Segundo consta, as raízes de meia dúzia avançavam por debaixo das moradias enrolando-se lentamente às canalizações e infiltrando-se nos esgotos das casas de banho...
Azar o deles, em vez de se meterem nas casas do comum contribuinte, foram fazer cócegas a um administrativo mor que tratou do seu processo de erradicação bem como acenar com os mecanismos judiciais contra quantos se manifestarem contra a desarborização do Largo do Sobral…
Em certa ocasião, há bué da anos, este Cidadão leu qualquer coisa relacionada com a literatura negra que constava de plantas vorazes, originando a que durante um boa parga de meses tivesse desenvolvido botanofobia a heras, buganvílias, glicínias, roseiras, jasmim, madressilva, passiflora e outras raízes aéreas, exceptuando as vides...
"Trepem, trepem trepadeiras! Trepem, trepem pelo ar! Que de plantas rasteiras, está a terra a abarrotar. Trepem, trepem trepadeiras! Trepem, trepem sem parar! E se o muro acabar, trepem, trepem trepadeiras, por um raio de luar."
As consequências foram nefastas ao ponto de evitar montar as canadianas perto de vegetação rasteira e sempre que ia à casa de banho... não podia passar sem vistoriar os gargalos dos sanitários!!!
Na deita não esquecia passar uma vista d’olhos por baixo da cama...
Uma época horrível em que os vasos das plantas decorativas foram parar ao galinheiro, não só porque a fotossíntese podia comer o oxigénio da habitação como a polinização poderia asfixiar um desgraçado durante o sono, ao ponto de duas pedreses aparecerem completamente esventradas e suas penas espalhadas por todo o lado, ao que a Companheira deduziu que tivesse sido trabalho de doninha, explicação que nunca venceu o cepticismo deste Cidadão...
As coisas ganhavam consistência, recordando a época vencida, em que o Smirnoff foi substituído pelo Zoloft e o médico desaconselhou a literatura negra...
Arregaçou discretamente os fundos das calças, não fosse as raízes dos plátanos já lhe terem tomado o pulso aos artelhos...
-E o jornal do Crime, Senhor Doutor... Poderei por ventura ler o Jornal do Crime?
-Esse muito menos...
-Gaita!
E foi assim...
As folhas ressequidas cambalhotavam ao sabor vento que se levantava na calçada...
Sacudindo as botas, nada de novo... apenas um pombo em voo rasante veio pousar no murete dianteiro, observando atentamente as manobras furtivas deste cidadão… o columbus apresentava ar polido e elegante, dando para suspeitar se por acaso não seria um dos tais colaboradores do município tubuco que andam por aí observando tudo…
Ou por exemplo… um agente da Polícia Informática de Defesa do Estado!
Ali pousara outro...
Se bem se lembram, nos tempos d’antando houve uma polícia destinada a sufragar, investigar, perseguir, capturar, deportar e eliminar quantos manifestassem insurreição ao regime, sustentando as investigações nas dissidências ideológicas.
Hoje em dia os investigadores preocupam-se com o combate às opiniões difundidas via internet que sejam avessas aos sistemas institucionalizados de cariz azeiteiro, tentando encontrar elementos de prova que eventualmente se possam coadunar à vertente penal de modo a intimidar os inconvenientes fazedores de opinião.
Neste contexto até um incivilizado cuspir para o chão poderá ser processado como perigoso cuspir para o ar, bem fazendo lembrar os tempos da velha senhora em que um papagaio foi de cana por repetir trechos antagónicos ao regime e que ia ouvindo na via publica: 
Eram frases frequentemente saídas do bico do papagaio...
Tinha-se a ave transferido para a nova residência do regime totalitarista quando de tão vistoso,  um galo a cumprir pena por violação sexual confundiu o Osório com uma galinha, enveredando pelos galanteios do arrasto da asa…
Farto de tanto assédio, certo dia berrou-lhe o Osório:
Arregaçando as bainhas das calças e tudo parecia igual...
Os estalidos compassados faziam-se sentir cada vez mais presentes...
Agora parecia que tudo se passava na cabeça, ou melhor, por cima da cabeça do Cidadão...
Ali mesmo ao lado, o abrigo da paragem dos autocarros mostrava indícios do apetite voraz do plátano... 
Pelo aspecto da coisa, o quer que seja, terá um apetite voraz e força de mandíbulas capaz de trucidar o braço humano numa só trinca!!
Seria necessário agir com bastante cuidado...
Erguendo a vista muito discretamente para não surpreender nem se deixar surpreender reparou que algo se movia bem acima da copa da árvore...
Aquilo parecia o pescoço dum réptil, se é que têm pescoço... vindo à mente imagens de colossais serpentes outrora confrontadas nas estepes africanas...
Desde que andara à cata do crocodilo perdidojamais sentira arrepios em tempos quentes... 
Quer dizer.. quando surgem resquícios de paludismo também é assolado por   idênticas sessões...
O vulto progredia lentamente entre as clareiras de luz que a folhagem deixava escapar no solo, fazendo-se ouvir um reco-reco...
Talvez uma cascavel...
Foi espreitando cautelosamente entre a folhagem para não chamar a atenção daquele...
Bolas!
Era o braço da grua que estaciona na obra estagnada, girando ao sabor da brisa e passeando o enorme guincho suspenso sobre a cabeça dos transeuntes que naturalmente se deveriam precaver com capacetes de construção civil...
Saindo do sombrio abrigo, este praça dirigiu-se ao tosco paredão defendido por chapas metálicas que são habituais na paisagem urbana do concelho, lá estando cravada uma panóplia de sinalética obrigatória na prevenção de acidentes...
Pela lógica, todo o espaço subjacente à rotação do braço da grua estará sob a esfera jurídica da empreitada, concluindo-se que a Esplanada 1º de Maio careça de medidas preventivas de sinistros, como por exemplo painéis afixados no retiro das merendas, abrigo da paragem dos autocarros e limítrofes...
Junto ao Palácio da Justiça, cá o Cidadão dedicou algum tempo na observação da grua destravada cujo braço apontava a direcção da brisa, como se cata-vento fosse...
Pois é!
 Tendo Abrantes a maior pêra da Europa, a maior árvore de natal do país e o recinto escolar do mundo com a maior concentração de oliveiras centenárias, que nem nas arábias, também esta santa terrinha merecerá o epíteto de possuir o maior cata-vento do país! 
É tudo à grande e à portuguesa!
Do primeiro piso do palácio das injustiças melhor se avistava a evolução da grua abandonada no bloco de betão que rasga o pano de uma muralha de valor substancialmente inferior a trinta oliveiras cinco vezes mais recentes...
A vista do conjunto semi edificado no declive reportou o Cidadão a tempos idos, algures junto ao rio Nabão...
 Frei Serrano traria as fraldas agarradas ao rabo quando em Thomar havia uma esplanada protegida por frondoso arvoredo onde os seres pensantes esqueciam o tempo em amenas cavaqueias, redundando prejuízo para o negócio da pastelaria adjudicada, na medida em que o consumo para uma tarde de ananases se restringia ao café e copo d’àgua...
Vai daí, o industrial que explorava a planura resolveu cortar um centímetro nos pés dianteiros das cadeiras, permanecendo os assentos discretamente inclinados para diante.
Repousando os músculos lombares sobre o conjunto ergonómico os veraneantes que demandavam a aprazível esplanada, solicitavam bens de refrescante consumo e quanto mais se relaxavam, mais os corpos perdiam firmeza, primeiro descaindo no plano vertical e de seguida as nalgas deslizavam sobre os assentos, acabando com as barrigas encaixadas debaixo das mesas.
Cinco minutos escoados e a fim de obterem posição algo confortável, os clientes teriam de se chegar para riba, interrompendo a descontra...
Já a modorra se lhes colava aos corpos e tinham de repetir o inusitado movimento, quebrando o estado hibernativo...
Ao fim do terceiro ensaio, formavam ideia em rever as montras da Corredoura delegando as filosofias para posteriores sessões e libertando os lugares a favor de diferentes consumidores.
O industrial descobriu a fórmula perfeita de induzir rotatividade nos fregueses, rentabilizando o espaço sem ferir susceptibilidades...
Indagará o ciberleitor sobre a relação entre este assunto e o bloco de betão armado embutido a meio pano da muralha.
Bora lá!
É que ambos assentam em planos inclinados e consequentemente ambos terão tendência em escorregar, sem no entanto ferirem susceptibilidades aos fregueses dentro da tal rotatividade...
Suponhamos por exemplo que devido à densidade da massa envolvida na construção do mercado faraónico, os alicerces fossem insuficientes para travar o deslizamento do túmulo?
Nesse prisma o construtor adjudicado teria que desmantelar o imbróglio para melhor poder abrir outros alicerces consistentes de modo a que o Bunker da Céu não deslizasse pelo declive... daí até nenhum aventureiro aceitar pegar na escaldante batata podre por tuta e meia, seria um truz...
Como cá o Cidadão escreveu, será apenas uma conjectura, uma suposição, claro!
Para concretizar a obra de arquitectura tumular que decerto atrairá bastante turismo, bem o Barão Vermelho poderia criar uma empresa fantasma para recrutamento de mão-de-obra espectral, promovendo inscrições por via electrónica, criando bancos de dados, vendáveis para diversos...