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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sábado, 17 de agosto de 2013

O ESTENDAL

O ESTENDAL


 Fazendo lembrar bacalhau em sequeiro, neste magnífico estendal o ciberleitor  poderá visualizar as listas das candidaturas autárquicas para os municípios de Gavião, Sardoal, Constância e... Abrantes, pois então, cujos sufrágios estão agendados para vinte e nove do Setembro próximo!
Quem as queira consultar encontra-las-á no hall de entrada do Palácio da Justiça sito ao topo do Largo Primeiro de Maio desta altaneira cidade Abrantes mas havendo sempre um mas, talvez necessitando preencher alguns requisitos para o poder fazer dentro das melhores condições;
Nesse estendal onde estão apresentadas as propostas dos candidatos á governação dos quatro concelhos, o leitor terá que medir pelo menos um metro e sessenta e cinco, ao que se interroga se a pequena Luffy lhes conseguirá chegar sem a ajuda do Teimão...
 Não ser portador de deficiência motora ou mobilidade reduzida que atrofie o alcance às páginas e pelo tempo perdido na consulta do folhedo arbitrariamente desorganizado entre a panóplia de siglas, recomenda-se a prévia aplicação de gel massajante nos esplénios e nos cervicais com uma pequena chamada de atenção para as diversas listas intercaladas no volumoso manuscrito da facção agarrada ao poder local! 
Perceba-se que a superfície ocupada por um texto dactilografado é substancialmente inferior ao seu equivalente manuscrito, induzindo a errónea noção de que volume seja sinónimo de quantidade, para além da parca qualidade de leitura do segundo...
Estratégias, comodismo, ou falta de discernimento?
Sendo cá o Cidadão o tal fulano que de vez em quando vai tendo umas ideias geniais, sugeria pois que na sala do lado direito de quem transpõe as portadas onde outrora funcionou a Conservatória do Registo Predial e chefiou o actual deputado versus presidente da Assembleia Municipal de Abrantes versus guardador de ovelhas sem pífaro nas horas vagas,
...se instalem carteiras e respectivas cadeiras resgatadas às escolas primárias devolutas para que os preocupados com o futuro dos seus concelhos usufruam o mínimo conforto na consulta das listagens dos candidatos mutantes, impugnáveis, ou não...
Se a exposição suspensa pelo baraço fosse perpetrada por empresa privada, certamente que já por lá teria surgido algum brioso fiscal do Estado no sentido de pôr ordem no galinheiro, alegando a justa dignidade e o merecido respeito aos fregueses, a exemplo daquilo que cá o Cidadão foi encontrar noutro expositor dum templo de consumo franchisado, algures em Abrantes...
Rebuscava um Casal da Coelheira no sector vinícola engarrafado quando este sortudo deu com delgadas tiras repletas de pequenas caixinhas de um tal produto em látex bastante solicitado nas longas horas de prazer e escassos segundos de êxtase, levando a meditar se inserido no bendito local, aquilo teria por'li alguma lógica... 
Servir de flute de bolso, descartável e para uso individual... não se afigurava de coerente resposta...  
Sendo para flutuador insuflável em caso de naufrágio, aí estaria exposto na secção de  praia e desportos lúdicos...
Se para protector de telemóveis, seria divulgado junto aos gadjet's...
Talvez para prevenir os excessos etílicos depois de butidos uns quantos decilitros onde terminamos felizes  e alegretes, ganhamos o dom da palavra, perdemos o sentido de responsabilidade, deixamos de saber muito bem o que fazemos, quando o fazemos, onde o fazemos, com quem o fazemos,  o que andamos a fazer, porque raio o fazemos, como havemos de o fazer e... pimba na bolinha, jamais nos lembrando da posição em que o fizémos!
É um ver se te avias!!!
Não fosse tal agasalho e em escassos meses contribuiríamos para o aumento da população infantil!!!
Significa pois que à semelhança dos sais de fruto, do Gurosan e do absinto, também as camisinhas de látex serão consumíveis pós ingestão de bebidas espirituosas, lembrando os fregueses que quando forem para as orgias de Baco, não esqueçam que se antes não entrarem em estado de coma e consequentemente desproverem de toda a pujança, mais adiante poderão embarcar nas nuvens de Afrodite!
Sugere-se pois que os Oficiais de Diligências do Palácio da Justiça não substituam o estendal por um análogo de preservativos nem muito menos por lá prantem os tais expositores com as magníficas essências vinícolas mas no que concerne à apresentação e acessibilidade na consulta aos seus artigos, tentem ao menos seguir parte das directrizes sugeridas pelo Templo de Consumo!

sábado, 10 de agosto de 2013

AQUILÃNDIA


AQUILÃNDIA

  Sejam bem-vindos a Aquilãndia...
Goradas as duas tentativas do séquito matriarkal convidar embarcações tradicionais a navegarem no mar de Tubucci, ficando o professor Carvalho Rodrigues incumbido de inventar um satélite que transporte os catraios e deixando cá o Cidadão frustrado na recolha fotográfica do evento, em boa hora este resolveu meter os pixeis a caminho, no sentido de concretizar o sonho projectado pela Matri Harka tubuca... daí que ireis mergulhar num fantástico e enigmático conto repleto de ficção, sonho, fantasia e ilusão, cujas semelhanças com a realidade são pura coincidência...
Então... vamos a isto...
 No Planeta Chisélle da tal galáxia distante havia um pequeno mar metropolitano que banhava Tubucci, cidade média cuja lava de escorreito casario regurgitando do cabeço ia borbulhar nas cálidas águas, sendo a norte seus domínios limitados por extensa albufeira onde ousando transpor correntes e fragas, outrora ranhosos bodes se especavam em altaneiras escarpas...
Nesse mar que ora assumia tonalidades castanhas, ora esverdeadas, navegavam discretas embarcações como a nau Aquilãndia que zarpava dos obscuros deltas e sulcava as misteriosas baías do planeta onde as economias do povo encolhiam, muitas águas passavam e outras tantas se metiam, e em poucos anos vencidos, tudo, mesmo tudo ia mirrando ao ponto de Chisélle adoptar o apelido da enorme embarcação que reinava em suas águas...
Em tempos d'antanho a Aquilãndia fora capitaneada por El Comandante que partira para outra margem deixando os desígnios da nau entregues a Matri Harka cuja parceria com Frei Tomás e Charles Arnês, o yessman, evitou que o lastro das forças ocultas se deslocasse para bombordo ou estibordo, fazendo adornar a embarcação.
O mar de Tubucci também era sulcado por enormes vasos que se degladiavam em batalhas navais dignas de registo, levando em vantagem a Aquilãndia cuja tripulação alimentava o Aquijob's... 
...um terrífico polvo que vegetando em tais paragens, dele os aquinautas usufruiam vantagens quando as escaramuças se travavam renhidas...
Qual monstro ressurgindo das profundezas afim de manter a populaça em respeito, o Aquijob´s libertava ácidos crómicos, compostos fenólicos, hidrocarbonetos, cloreto de metileno e óleos que iam corroendo os cascos das embarcações inimigas e consequentemente a rede de esgotos da urbe,
...segregando matérias orgânicas de várias estirpes e outros coliformes fecais que se desfaziam nas comportas do açude instalado a jusante, escoando-se até ao Atlântico em forma de espumas que recordavam molotof...
Aquijob's ganhara o mau hábito de bramir seus tentáculos face aos tubucos estarrecidos, bloqueando-lhes o raciocínio e fazendo com que as demais embarcações se mantivessem em guarda...
Quando Matri Harka assumiu o comando da nau Aquilãndia, logo o polvo Aquijob’s agudizou sua acção intimidatória induzindo o abandono prematuro de Al-Ban El Al-Banito
...o líder dos ikas que disputara a liderança da nau até então co-tripulada por pequenas tribos de ikas laranja, ikas tomate, ikas morango, ikas ananás, ikas banana e ikas maracujá que nesse tempo, de tão estarrecidos, saltaram borda fora, restando a marujada dos aquinautas e o Charles Arnês que tal como Bantú, K.J.B., Makkx e Madnigga, também esse não sabendo nadar...
...resolveu partilhar as sobras dos ranchos com o disforme polvo cujos tentáculos tinham funções específicas de manietar bombeiros, controlar a sociedade civil, engrupir empresários, alienar património público pelo preço da uva mijona, gerir elefantes brancos, sustentar salários de funções semipúblicas e de directores de organismos fictícios, concertar ajustes directos, subsidiar reintegrações sociais, capitalizar projectos insustentáveis, improvisar restauros, negociar megalomanias com familiares de homólogos políticos, criar comissões de circunstância, etc, etc.
 Ao fim de quatro anos de renhidas batalhas navais surgiram fissuras no casco da caravela dos Maias que por infiltração de água nos porões foi perdendo estabilidade e capacidade de manobra, dando-se o abandono do comandante Leonardo e do subalterno Láparo, sendo actualmente capitaneada pela dupla da pequena Luffy e da lendária Kom Tente, que por ora lhe vão calafetando os rombos... 
Nesses tempos um surto de ascaridose assolara a região, levando a desnorte os marinheiros das diferentes embarcações... Dizem que tal fenómeno seria a nefasta consequência do recurso a uma arma rudimentar baseada no conceito de guerra biológica... 
Danos colaterais, portanto... 
Gorada a abordagem de El Comandante à RPP-Solar capitaneada pelo Barão Vermelho, cuja embarcação navegava ao cochado, sendo afinal uma passarola voadora disfarçada de navio que levantando voo, bateu em retirada logo que a nau Maya e posteriormente a Aquilãndia se concertaram em manobras ofensivas escancarando escotilhas e posicionando bocas-de-fogo...
e auxiliadas pelos enforcement’s tentaculares do Aquijob´s, registou-se então o regresso do frustrado El Comandante para junto de Matri Harka e de seu assessor Gaiteiro que para patego olhar o balão, em manobra de diversão pois então, a querida líder da Aquilãndia decretou publicamente a caducidade fictícia da nau RPP-Solar no intuito de cativar tantos mais desapontados plebeus à mesma condição dos seus aquilandes, de momento registando-se fortes movimentações da tripulação aquinauta que para tal fim mobilizou todas as arrastadeiras e não só, atribuindo renome aos arrabaldes do cabeço, sustentando-se nas filosofias do mentalizador Àmuáhamadinejana... tal como a teoria do “mais vale ser-se feliz do que se deter a razãotentando incutir nos servos aquilandes a ideia de que “antes de ser racional, o homem teve que aprender a salvar-se”.
Se foneticamente o analisarem, “aqui” é nada mais do que a inversão de “ica”...
Consoante a quantidade de marinheiros e a importância da jorna, na penumbra dos porões da Maya ou da Aquilãndia escondia-se uma figura sinistra entre pipas de vinho, rações, mantimentos e ratazanas gigantes...
Era Armand Ó` Krueger... discreto discípulo de Aquijob's cujos dedos da mão direita terminavam em aguçadas lâminas que retalhavam as vestes das incautas vítimas!!!...
Dizem que constaria dum frustrado na profissão de alfaiate parlamentar ora com transtornos obsessivo-compulsivos... e que assim ia ganhando a vida!!!
Outra embarcação sulcava o imenso mar tubuco...
O Ópus Ição, um drakkar xerifado pelo Doutor Sarapico, homem admirador do colérico Capitão Haddock, detentor dum ofício por cada remo, papeleiro e trolha nas horas vagas, de vastos conhecimentos em ciências bélicas, praticante de esquizofrenia cibernética e exímio poliglota que saindo derrotado na última estação autárquica, resolveu mandar a tripulação à merda após a célebre Batalha das Tintureiras, deixando os destinos do drakkar entregues ao Capitão Saciante, navegador dos cinco continentes que quanto mais ia conhecendo as pessoas, tanto mais gostava de animais!
Também o Mar de Tubucci era pagaiado por Tónho das Hérnias que capitaneando a sua piroga Bé, de quatro em quatro anos ressurgia pelas estações autárquicas, driblando a ondulação provocada pelas esteiras das outras embarcações que volta e meia o mandavam ao charco... sem referir as peripécias com o polvo Aquijob’s  que nessas alturas lhe fazia a vida negra a partir da caverna subaquática dos Carôchos ou mais a montante, da caverna que se estendia do Delta do Taínho ao Vale das Morenas de onde ia libertando coliformes fecais e outros ácidos que se colavam na pagaia e corroíam o casco da ao extremo de lhe aumentar o lastro e tirar velocidade devido ao coeficiente de atrito, deixando Tónho das Hérnias completamente encharcado e em posição desvantajosa perante as demais embarcações...
Por exemplo quando Tónho das Hérnias aportava ao açude para poder pregar os seus sermões aos peixinhos... logo o polvo Aquijob’s emergia das profundezas agitando os tentáculos em todas as direcções e recitando a seguinte lengalenga em voz gutural:
"Nã te vás ao mar, Tónho! 
Nã te vás ao mar q'stá o mar ruim, Tónho! 
T'á lá um bicho, Tónho, p'ra te comer, Tónho!
Ai Tónho, Tónho, que tã mal estimado és, Tónho! 
Ai Tónho, Tónho, que nem meias tens p'rós pés, Tónho!..."
IntimidandoTónho das Hérnias a pagaiar em retirada...
A Vermelhinha é outra das naus que demandam as águas tubucas, actualmente liderada pelo fantástico Capitão Alvorada... 
Sendo que as anteriores dirigências pouco mais fizeram do que aferrar a nave ao cais só se fazendo ao mar para manutenção e treino da tripulação que assim não se esquecia das manobras de desatracação, fundeio e aportagem, evitando abalroar as restantes embarcações, especialmente a Bé, uma vez que a brisa sobrava sistematicamente a bombordo de ambas...
Vai daí, enquanto o confidente e fidelíssimo abade Frei Serrano deu de frosques para junto de Dom Gualdim Paes...
...por se sentir enjoado durante as agitações marítimas, inseguro com as morteiradas que de vez em quando se faziam sentir e também devido à tribo dos Ofélias, mestres na arte do disfarce e da camuflagem que por não possuirem embarcações se movimentavam no dorso de gericos e em raid's relâmpago, a partir da costa atacavam a Aquilândia por apnéia, onde durante as escaramuças se lhes iam desprendendo bastantes apêndices capilares que os caracterizavam... 
Foi então que Matri Harka e seu adjunto Gaiteiro resolveram aportar a nau Aquilândia ao Cais de Tubucci e à semelhança dos quatrocentos marinheiros portugueses que nos quatro seguintes dias desembarcaram em Ceuta envergando uniformes de armas diferentes com o objectivo impressionista de intimidar o inimigo que por'li foi contabilizando mil e seiscentos homens, também a querida líder resolveu percorrer todos os recantos do planeta Chisélle acompanhada do seu séquito aquinauta e de meia dúzia de fiéis seguidores que tal como os padrões dos achamentos medievais, foram marcando o território calcorreado. 
Análogo ao escudo das armas portuguesas e demais inscrições gravadas a cinzel nos padrões de granito, como este pequeno trecho do processo imposto por Diogo Cão na margem do rio Zaire...
...também hoje pelos novos mundos vai Matri Harka e seu Gaiteiro, mandando espalhar cartazes com o símbolo do partido que a representa, sob o lema...
"Aqui somos mais próximos."
Há “Aqui qualquer coisadistribuídos pelas rotundas e cruzamentos de todo o principado sob a jurisprudência do seu mandato...
...reforçando a ideia que a plebe já possui a respeito de tratamentos circunstanciais entre vassalos aquilandes relativamente aos demais servos da gleba, como se novos mundos disputassem.