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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

AQUELE AÇUDE


AQUELE AÇUDE...


   Cá estamos em 2013 para mandar mais umas bitáitadas sem antes avisar os leitores que este post é desaconselhado a menores de idade e a pessoas sensíveis... razão para que algumas fotos contenham um donut  na lateral superior direita...
Sendo o ciberleitor(a) integrado nestes grupos e uma vez que o Pai Natal já se foi, recomenda-se a mudança das suas cibernéticas agulhas para outro blogue que conte cenas do Capuchinho Vermelho ou recite cantilenas do Passos Coelho.
As tágides águas saltitavam livres pelo leito, humedecendo suas tubucas margens até chegado o dia em que os homens da terra lhes presentearam um preconceituoso açude no sopé do Cabeço do Caneiro...
...onde na Guerra Peninsular lhe atravessaram a ponte das barcas e lá no alto instalaram uma vigilante peça de artilharia inibidora ao piratêdo que arribava o Tejo. 
Daí em diante milhentas esguias gotinhas passaram a cavalgar languidamente as comportas do vibrante açude induzindo-lhe orgásticos prazeres que se esvaíam por infinitas espumas...
Durante as estivais temporadas, seu montante transformava-se em verdejante mar salpicado de coloridos canoístas pagaiando jovens trilhos de suores...
 ... despejados sobre a imensa azola que aos viajeiros ocultava gordurosos coliformes perante os olhares vigilantes das vermelhas Portas e Passagens a estibordo e da empalidecida Tenda dos Milagres a seu bombordo.
Debaixo de celestiais constelações, charrôcos, fanecas, linguados, robalos, carpas, percas, fataças, lampreias, enguias e outras bichas esguias viam suas desovas goradas para aquém do magnâmico açude que não sendo de ferro, em época de maior frenesim era assediado pelas tágides gotinhas que roçando, esfregando e acariciando as negras borrachinhas, volta e meia se lhe penetravam nos retentores em êxtases de enfraquecer suas distendidas comportas, culminando com enorme estouro, libertando biliões de desvairadas gotículas metamorfoseadas em castanhas espumas que mui suavemente iam fecundando os espraiados vales e as algibeiras do povoléu...
Chegada a água pelas barbas e dado o peido-mestre à orgástica construção, o festim sazonal é de tal ordem que a fluvial bicheza transpõe pilaretes e vãos, rumando a novéis sombras algures por paleontológicas paragens e querendo tapar o Sol com a peneira ao tentar trocar as voltas à plebe como se otária fosse, os feudais das terras tubucas desanunciam tão êxtasiantes desaforos com explicações esfarrapadas porquanto as depravações daquela união de facto serão suportadas pelas plebeicas talhadas no do costume...
Só os engenheiros, os projectistas e outros ideiotas do enclave tubuco, bem calçados em dinheiros comunitários acreditam que a estrutura transversalmente rectilínea terá potência para contrariar as forças da natureza impelidas por biliões de tágides gotinhas que insuflado ou nem tanto, aquele magnífico açude constituirá enorme empecilho à livre circulação das águas que vindas em quantidades industriais sofrerão refluxos de se espraiarem pelas planícies da zona ribeirinha... promovendo o turismo de catástrofe.
De comportas descaídas e sem insuflagem prevista, resta nelas aplicar outro singelo investimento à guiza de manutenção para que na enorme charca se reponham os níveis de nutrientes imprescindíveis ao desenvolvimento da eutrofização essencial à cultura da azolla, supondo que deste estouro os iluminados provincianos terão que esperar sentados uns bons pares de meses sob a entroikada sina da austeridade, a modos qu'antes da sua recuperação os portugas ainda levarão com a seta do sagitário nas nalgas pois os próximos mil e cem milhões de euros de impostos sacados aos reformados e a quantos labutam com enormes dificuldades para preservar os seus postos de trabalho nas pequenas e médias empresas em branda laboração, serão canalizados para a “recapitalização” do Banif. 
Resta aproveitar os pilares do magnâmico açude para assentamento do tabuleiro da ponte que substituirá a hintzelista e secular rodoviária.