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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sábado, 28 de julho de 2012

PLANO DE LEITURA



PLANO DE LEITURA


  “A biblioteca pública é o centro local de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os géneros.
 
  Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social.
 
  Serviços e materiais específicos devem ser postos à disposição dos utilizadores que, por qualquer razão, não possam usar os serviços e os materiais correntes, como por exemplo minorias linguísticas, pessoas com deficiências, hospitalizadas ou reclusas. 

  Todos os grupos etários devem encontrar documentos adequados às suas necessidades.
  
  As colecções e serviços devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados assim como materiais tradicionais.

  É essencial que sejam de elevada qualidade e adequadas às necessidades e condições locais.

  As colecções devem reflectir as tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória do esforço e da imaginação da humanidade.
 
  As colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais.”

Excertos do Manifesto da Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas, aprovado pela UNESCO em Novembro de 1994.

 Vencido o tédio das férias, um destes dias cá o Cidadão abt tirou-se de cerimónias e foi até ao Fundo Local da Biblioteca Municipal António Botto, estranhando porém o facto de sendo uma das salas de leitura mais frequentadas do Convento de São Domingos, no momento estar às moscas...
Consultados os canhanhos sobre a histórica Abrantes e sobrando algum tempo, cá o cidadão abrantino resolveu passar uma vista d’olhos pela imprensa diária, constatando então o facto dos escaparates se apresentarem libertos de papel, ostentando escassas amostras de periódicos retardados...
Uma volta frustrada pela sala e nada, népias, nicles de jornais ou revistas recentes...
Decerto que migraram para outro compartimento!
Só pilhas de Záhára's e pouco mais! 
Ainda se fossem por lá de carne e osso...
Sentar para descansar...
No imenso silêncio instalado, este praça apercebeu-se que o espaço está pejado de olhapins, seres muito pequenininhos com quatro olhos que vendo em todas as direcções, fazem ranger o soalho e nos puxam pelos dedos dos pés quando menos esperamos!!!
-Por ventura o ciberleitor já viu algum?
-???
-Pois... não é para admirar... são bastante esquivos!
Teve então o bibliotecário de serviço oportunidade de explicar que desde o início de Julho o município tubuco deixou de adquirir jornais e revistas pr’a freguês ler, concluindo-se que o Fundo Local está sem periódicos ou que não haverão fundos que cubram o local. 
Hum... 
Casa com esta certificação Herity e sem diário que se leia... 
...Ou terá espeto de pau?!
Para melhor ver a Herity clique 2 vezes sobre a imagem...
De imediato veio à ideia do Cidadão abt como é que a assessora de imprensa comunicaria as gordas à senhora edil?!
Como é que a senhora presidente se actualizaria sobre quem, o quê, quando, como, onde e porquê lhe zurzem as orelhas?!
O que irá fazer a menina jornalista durante esse precioso tempo que lhe era reservado ao recorte dos bonequinhos impressos no couché, a soletrar as parangonas escarrapatchadas nas manchetes dos diários, semanários, quinzenários, a ler as previsões ditadas pelas cartas da Maia e a informar as hostes edílicas sobre o último grito das tendências tanakas com bué da otakus animês?!
São uma panóplia de questões pertinentes que se esvaem no espaço sideral e em breve terão de levar uma volta de trezentos e sessenta graus sob pena das dezenas de leitores irem assentar as digníssimas nalgas noutras paragens mais hospitaleiras...
Quem é que habitualmente se concentra horas a fio numa sala em demanda de novas regionais e nacionais?
As cabecinhas pensadoras, certamente, que somando A+B+C, formulam equações, ilações e conclusões nem sempre consonantes às decisões que o poder autárquico vem tingindo a plebe tubuca, tresmalhando-se do rebanho que alinha piamente em fados, futebóis e fátimas!
Portanto meus senhores e minhas senhoras, meus meninos e minhas meninas, a essas cabecinhas pensadoras não interessa passar overdoses de informação actualizada, senão a parametrizada pelo poder local e para um bom plano de leitura orientada bondam-nos as brochuras do Passos do Concelho e a Antena Livre a atulhar as ondas hertzianas com dicas institucionalizadas na medida em que os outros jornalistas da praça abrantina não recebem idêntica verba municipal tingida de betão nem pertencem à Santa Casa da Misericórdia que para nos dar uma linguiça, primeiro tem de receber o porco inteiro!
O mais indicado é ocuparmos as células cinzentas do tálamo com poemas e prosas pré-formatadas!
Anda por aí uma Galena a tentar implantar-se no éter cujas ondas emitidas na frequência modulada pelo rosa-choque não se propagam com o efeito desejado, tornando-se mais fácil o pessoal ser doutrinado nas palhinhas que lhes dão, adquiridas com os euritos dos seus mesmíssimos impostos!
O plano concelhio de leitura mingua a olhos vistos!
A política de contenção económica será justificação aventável para que o edil se recate nos trocados, começando por extinguir os pólos bibliotecários espalhados pelas freguesias e depois com os periódicos na sede, encetando uma fuga para a frente ao investir ou esbanjar milhares de euros em retrospectivas ibéricas de arqueologia e arte para o pagode poder apreciar e sentir as algibeiras lascadas, polidas, delapidadas e as continhas a-gravadas!
Com este bastão importado da Idade do Bronze, é natural que até as pedras da calçada falem, chorem e gemam sem dó nem piedade!
Quanto aos funcionários da casa das letras, neste enredo causam menos incómodo ao sistema os inexperientes contratados a termo certo do que os simpáticos funcionários com anos de serviço efectivo e pestana aberta!
Consta porém que as reclamações e os manifestos de insatisfação dos leitores têm brotado em catadupa e que vem sendo repensado se a estratégia do Plano Nacional de Leitura contemplará a leitura imediata inserida em informações com um dia de atraso, ou se cingirá à obra literária gravada nas paredes, muros e muretes feudais!
Aguardemos assim!
Quando o dossel é grande e o cobertor curto, há que encolher na retrospectiva Ibérica para esticar no plano de leitura.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O TRIGO E O JOIO


 
O TRIGO E O JOIO


Porque as contribuições e os impostos estão caros para quem trabalha, finalmente vai entrar em vigor o Decreto-Lei nº 133/2012, de 27 de Junho, que separa o trigo do joio que é como quem diz, separa o pão para os pobres do pão p'ra malucos e vem colocar muitos mandriões a produzir e a tornarem-se úteis à sociedade por onde têm parasitado, atribuindo o rendimento de inserção a quem dele realmente necessita e merece!
Aguardemos ansiosamente por um Decreto-Lei que dê maior autonomia e mais poderes aos agentes das autoridades policiais.

É dado novo enfoque aos deveres de procura activa de emprego, de frequência de acções de qualificação profissional e de prestação de trabalho socialmente útil como formas de inserção socio-profissional dos titulares da prestação e dos membros do seu agregado familiar.

O Rendimento Social de Inserção passa a ser encarado como um direito e um dever.

-Aumenta o rigor de combate ao abuso.

-Define os deveres e os direitos do beneficiário.

-Muda o paradigma da prestação com a inserção.

-Estabelece condições específicas de atribuição.

-Acentua o carácter transitório da medida, não permitindo a renovação automática.

-Trata diferente o que é diferente.

-Combate o abuso e a fraude.

-Promove as actividades socialmente necessárias e cria as actividades úteis para a comunidade.

As alterações efectuadas reforçam os mecanismos contratuais, fazendo depender a atribuição da prestação do Rendimento Social de Inserção da assinatura de um contrato do qual constará um conjunto de deveres e direitos.

É celebrado pelo técnico gestor do processo, pelo requerente e pelos membros do agregado familiar que o devem cumprir, no prazo máximo de 60 dias após a apresentação do requerimento da prestação, devidamente instruído.

Do contrato devem constar os apoios e medidas de inserção, os direitos e deveres do requerente e dos membros do seu agregado familiar, bem como as medidas de acompanhamento do seu respectivo cumprimento, a realizar pelos serviços competentes.

O RSI é devido a partir da data de celebração do contrato de inserção, limitado a períodos de 12 meses.

As medidas de inserção compreendem, nomeadamente:

A frequência de sistema educativo ou de aprendizagem, de acordo com o regime de assiduidade a definir por despacho conjunto dos membros do governo, responsáveis pelas áreas da educação, do emprego e da solidariedade e da segurança social.

A participação em programas de ocupação ou outros de carácter temporário, a tempo parcial ou completo, que favoreçam a inserção no mercado de trabalho ou prossigam objectivos socialmente necessários ou actividades socialmente úteis para a comunidade, em termos a regulamentar em diploma próprio.

São condições:

-Estar a residir em Portugal há pelo menos um ano, se for cidadão nacional ou de estado membro da União Europeia (no caso de outros cidadãos estrangeiros mantêmse os 3 anos).

-Não ter valor de património mobiliário superior a 60 vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), anteriormente fixado em 240 IAS.

-Não ter valor de bens móveis, como sejam automóveis ou embarcações, superior a 60 vezes o valor do IAS (condição que no passado não existia).
-Não se encontrar em prisão preventiva, a cumprir pena de prisão ou institucionalizado em equipamentos financiados pelo Estado.

-A renovação do RSI não é automática e implica a apresentação de pedido de renovação e a verificação do respectivo contrato de inserção.

-O pedido de renovação pode ser apresentado pelo titular em qualquer serviço da segurança social, com a antecedência de dois meses em relação ao final do período de concessão, com os meios de prova legalmente previstos.

-A decisão sobre a renovação da prestação decorre no prazo máximo de 30 dias, a partir da data da sua apresentação.

-O RSI será aleatoriamente sujeito a acções de fiscalização relativas à manutenção das condições de atribuição, atendendo a indicadores de risco definidos e ao cruzamento de informação entre os diferentes apoios sociais.

O RSI cessa nomeadamente por:

-Recusa de emprego conveniente, de trabalho socialmente necessário, de actividade socialmente útil ou de formação profissional.

-Incumprimento injustificado do contrato de inserção.

-Prestação de falsas declarações ou a prática de ameaças de coacção sobre técnicos de acompanhamento das famílias beneficiárias.

-Cumprimento de pena de prisão ou institucionalização.

-Situação de prisão preventiva.

-Recusa de celebração do contrato de inserção por parte do requerente implica o indeferimento do requerimento da prestação.

Algumas causas de cessação e a recusa de celebração do contrato de inserção implicam a impossibilidade de candidatura ao RSI durante um determinado período de tempo.

Prevê a celebração de protocolos específicos, com autarquias, IPSS ou outras instituições que prossigam idêntico fim, para o desenvolvimento de actividades socialmente necessárias e úteis à comunidade e que promovam hábitos de trabalho e integração laboral do beneficiário.

Foi lançado um concurso interno para o reforço de 50 novos inspectores.

Bom trabalho!