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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O ADVENTO



O ADVENTO


 Os Maias enganaram-se redondamente! Afinal ainda cá estamos!
Esperando ansiosamente pela passagem do 21 de Dezembro sem que as profecias se tivessem concretizado, como por exemplo uma eventual chuva de radiações electromagnéticas, um desaforado pico solar, o Armagedon ou um hipotético Apocalipse que também poderia comprometer a propagação do blogue na Web e para mal dos nossos pecados, nem o tal asteróide chocou com este planeta, largando paletes de nibirurianas de Tétis, ao género do que sucedeu ao Luís Vaz de Camões quando desembarcou na Ilha dos Amores...  
Haja Deus!
Vamos ter que aguardar mais cinco biliões de anos!
Caso se cumprisse tal profecia, jamais valeria a pena queimar neurónios em busca de matéria para elaboração deste post bastante feminino, na medida em que o fim do mundo anularia toda a gestação do trabalho.
O apogeu deu-se às 11horas e 11minutos, estando cá o Cidadão ciente que este post sairá torto porque mais valendo um desengano na vida do que andar toda a vida enganado, além da stressante contagem decrescente, também este rapazola ficou meio desconchavado com a novidade de Joseph Ratozinger que veio a terreiro negar a existência de bicheza em Belém, pervertendo de sobremaneira o imaginário que cada um de nós possui acerca do Menino Jesus nas palhinhas deitado, por vezes assumindo ergonomia algo Azteca!
Poder-se-iam questionar os sábios, os teólogos, os antropólogos e outros estudiosos da matéria se por ventura o Menino Jesus não seria um extraterrestre enviado de Nibiru e a sua cabana, uma nave espacial lowcost que não suportasse o peso do asinino e do bovino?...
Para as crentes almas que em todos os natais armaram o presépio e para quantas os coleccionam às centenas, isto foi de deitar a crença abaixo, e botar o burro e a vaca para o contentor do lixo!
Afirmou o Sumo Pontífice que naquele dia, Jesus da Galileia não foi bafejado!
O agregado familiar passou poucas horas no estábulo, mudando-se rápidamente para uma gruta algures noutro ponto da Judeia, tendo Maria sido assistida em parto ambulatório, surgindo bastantes dúvidas sobre a freguesia da naturalidade, tanto podendo Maria ter dado à luz em Belém, em Nazareth ou até na Maternidade Alfredo da Costa.
Atendendo a Ratozinger, poderemos concluir que o estábulo seria inóspito e logo que o arcanjo Gabriel anunciou a boa nova, José e Maria teriam dado às de vila diogo, ausentando-se para parte incerta antes que de adaga nas unhas, os recenseadores do Rei Herodes a quem os romanos delegaram a província da Judeia, se chegassem à manjedoura e em tom jocoso intimidassem o Messias com um...
Avisaram o padastro da criança para que se acautelasse com as intenções duns reis que cavalgando dromedários e guiados pela supernova, levavam presentes aliciantes para o menino, especialmente o astrólogo olheirento e de tez amarelada que oferendaria incenso bué da potente, altamente valioso e de ganzar por mais, daí surgindo o Valium!
Este rei mago confundia retracção económica com evasão fiscal, ou seja, ele queixava-se que lhe fugiam aos impostos enquanto na realidade o povo vendo-se sem chêta, reduzia nos consumos!
Sei lá se é etíope ou não, o rei negro oferendaria mirra suficiente para mumificar, embalsamar, encolher e branquear os capitais e os dentes ao menino...
O terceiro rei carregado de ouro, mais tarde viria cobrar a oferenda com juros altíssimos.                                                   
A deslumbrante supernova referida anteriormente, guiava a malta não com intenção de anunciar mas denunciar o paradeiro do agregado familiar mais procurado do planeta e igualzinha a todas as estrelinhas do firmamento, também esta seduzia, atraía e dava a volta à cabeça de qualquer pastor!
Sendo tempos bastante perigosos, de borregada às costas os pastores acabaram por dar com a supernova inacessívelmente altiva, contemplativa e um estábulo às moscas!
Aleluiah!
Nos dois anos que se seguiram as taxas de natalidade masculina baixou relativamente aos óbitos na medida em que o obcecado Herodes via o messias em todos os cachopos nascidos nesse ano D.C. ficando-lhe com os escalpos, razão para que o agregado de Jesus fosse nómada, com algum sedentarismo em Nazareth. Outro factor que incentivou ao ambulatório, foi o pai adoptivo recear que através do Google Hearth os romanos lhe reavaliassem o estábulo, atribuindo um valor descomunal pelo metro quadrado e confundissem o lago dos cisnes com uma piscina, aplicando-lhes a taxa máxima do IMI, correndo o risco do agregado vir a ser investigado pelos sinais exteriores de riqueza que ostentava, especialmente na concepção da manjedoura devido aos materiais nela aplicados, e como um azar nunca vem só, foram avisados por uma velha da casa pia para que acautelassem o miúdo porque na região rondavam cinco sacerdotes suspeitos da prática de pedofilia, convindo meterem o Messias a salvo! A velha era fina!
Não havendo mais prendas e porque sobrava bastante mês ao fim do ordenado, o agregado fugiu para a Galileia, estabelecendo-se em Nazareth e como o ambiente era de cortar à faca, mais adiante, para fazerem frente às despesas e poder liquidar os impostos que sustentavam os romanos, partiram para o Egipto onde o messias deitou mão ao ofício do pai que era carpinteiro!
Regressado a Jerusalém, um dia Jesus danou-se, escaqueirando a negociata consumista que se desenrolava nas arcadas do templo onde se negociavam velinhas, terra sagrada, púcaros de barro e demais souvenir's, causando enormes prejuízos aos vendedores e fartos ucros na indústria da olaria, deixando os sacerdotes com essa atravessada nos paramentos.
Repare o ciberleitor no seguinte fresco:
Só cá para nós que ninguém nos ouve, há quem diga que Jesus manteve um caso com Maria Madalena sendo quem na Última Ceia estaria sentada à direita d’Ele, fazendo concorrência ao Judas que a troco de trinta dinheiros e a título difamatório, andava deserto por beijar a face do messias em público, para tal abancando imediatamente à sua esquerda!
Aquilo acabou mal aos trinta e três anos, frente a Pilatos, um general romano com o TOC (transtorno obsessivo e compulsivo) da higiene... O oficial tinha ouvido falar da gripá!
Num fim de tarde de intempérie, Jesus foi crucificado entre dois criminosos de delito comum, onde na parte superior da cruz os seus carrascos pregaram uma tabuleta com as iniciais que constam nas matrículas das viaturas da GNR, porque os romanos tinham uma fixação mórbida por géninhos e o Judas, com remorsos, acabou por se enforcar numa oliveira!
O que mais chateia é durante as últimas cinco décadas este Cidadão ter armado éne presépios com enorme quantidade de figurinhas de barro onde afinal só por lá constaria a manjedoura desnudada.
Espertos foram os que optaram pela Árvore de Natal e... prontes! Ao desarmar o estaminé ainda se lhe comem as figurinhas que podem constar de bolinhas, anjinhos, prendinhas, ovelhinhas, sininhos, pais natais enforcados, estrelinhas, pombinhas, reis magos, botinhas vermelhas e até coelhinhos de chocolate!
Ná!... Varinhas mágicas, tostadeiras, ferros de engomar, despertadores, telemóveis, rádios, aquecedores, teclados, lâmpadas, secadores, circuitos integrados, cêdês, batedeiras, escotilhas e exaustores são espelhos que reflectem a ressaca desta sociedade de consumo... 
A coisa está a ficar preta... 
-Mãe, nem parece Natal... No ano passado isto estava cheio de gente a embrulhar as prendas...

Reparava uma rapariguinha de cabelos louros chovendo sobre as costas e mais alta que os progenitores, enquanto a operadora da caixa registava os códigos de barras, ensacando as peças de roupa recém escolhidas...
O pai afastava-se discretamente como que apreciando os artigos expostos e a mãe rebuscava o dinheiro no fundo da carteira...
Fez-se silêncio e um compasso de espera...
A linda rapariguinha de finos lábios e delicada tez, vestindo casacão condizente aos leves cabelos, espigando corpo de mulher, voltou à carga transbordante de sensualidade...
-Que estranho... Hoje as pessoas parecem tristes...

O pai da menina olhou para este Cidadão que observando aquele quadro digno de registo, pacientemente aguardava a vez de ser atendido pela operadora de caixa...
Um olhar evasivo e inquiridor...
Talvez pensando que este rapaz lhe estivesse a conquistar os olhos negros da linda filha...
Mas não... Apenas lhe admirava tal beleza, notando que aquela família vestia no mesmo tom...
Então, caro ciberleitor? Ganhe lá calma! O Cidadão bem sabe que as mulheres são a mais bela obra d'arte concebida à face da terra, mas o amigo não necessita prostrar-se dessa forma!!!
A mãe ia rebuscando os fundos à carteira até o enfadado pai se chegar junto das suas mais-que-tudo, sacando terna e silenciosamente o pequeno cartão de plástico verdejante e introduzindo a combinação numérica no terminal de multibanco que acederia à conta bancaria...
Outro cruzamento de olhares comprometedores com este Cidadão que aguardava a vez de ser atendido...
Havia que disfarçar este ar observador...
Saíram silenciosos, com a menina de olhar flamejante.
Chegara a vez do Cidadão ser atendido...
A operadora da caixa dobrava as peças de roupa enquanto quebrando o gelo, que se fazia sentir, este cliente as ia questionando...

-Será que os cortes mudaram muito desde a última vez? É que não me está a apetecer perder tempo a experimentar estas peças na cabine de prova.

-Este senhor é 54 de peito e 50 de cintura...

Interveio a segunda atenciosa funcionária.

-Talvez não... de cintura veste o 48... Mas leva aqui o 50... Se não lhe servir, tem quinze dias para trocar... Guarde o talão...

Enquanto a primeira scannerizava códigos de barras, a segunda insistia:

-Olha que o senhor de certeza que tem 50 de cintura e de ombros é um 56!

-De blazer por vezes visto o 54 e outras, o 56 Depende do corte!

Indecisos, os profundos olhos femininos exploravam todo o corpo deste freguês...

-Ou XL?

As unhas decoradas a verniz lilás salpicado em prata percorriam incessantemente os vincos das vestimentas...

- Por ventura estão-me a tirar as medidas?

As duas jovens senhoras coraram, seus rostos descomprimiram e as suas mãozitas pararam de restolhar os sacos de papel pardo...
Não será tanto assim mas para lá caminha... Um pouco mais de barriga... talvez...
Apertando o reflexivamente um dos volumes contra o seu ventre e esboçando contidos sorrisos, a operadora da caixa arriscou:

-O senhor é bastante convencido!

-Desculpem ter-vos proporcionado estes momentos de evasão... Foi pura brincadeira. Desejo-vos um bom Natal e para os vossos entes mais queridos.

-Este ano o negócio vai muito fraco, senhor... Não se vende nada...

-A continuar assim... Ainda podemos ir parar ao desemprego!

Aqueles rostos abriram-se de par em par, soltando tímidas gargalhadas. As funcionárias tinham acabado de ser apanhadas no dobrar da esquina...
Paga a despesa, para trás ficaram duas senhoras com espirito mais alegre, trocando impressões, desconhecendo-se sobre que assunto.
Lá fora, qual colibri sorvendo a seiva da flor, o pai da menina monologava com o monitor da caixa multibanco...
O certo é que ao entrarmos nas grandes superfícies encontramos promoções a torto e a direito e os poucos clientes dão primazia aos cestos de compras em detrimento dos carrinhos...
Começam a ser recuperadas as pilecas arrecadadas e o parque automóvel vai envelhecendo.
As pessoas vão reciclando, vão aproveitando, vão racionalizando, vão-se tratando de forma mais humanista...
Os gadjet’s vão deixando de ser considerados bens de primeira necessidade, as marcas passando para segundo plano da afirmação social, os comportamentos tribais da juventude vão-se diluindo, cada vez mais introspectivas, as pessoas vão perdendo arrogância, valorizando a interdependência...
Neste Natal muitas famílias dispensarão o ritual de troca de prendas enquanto tantas outras nem disporão de verba para enfrentar as despesas com velhoses, couves, bacalhau e peru...
As máquinas fiscais do Estado resgatam cada vez mais do que lhes é devido, perseguem, trucidam, devoram...  e o Presidente da Republica deixou expirar o prazo de pedido de fiscalização preventiva do Orçamento de Estado para 2013...  
Tratasse de um pequeno estabelecimento comercial sobrecarregado de impostos e as fiscalizações seriam implacavelmente incisivas...
O certo é que actualmente os cidadãos estão a pagar com língua de palmo, os empréstimos, os investimentos e os desvarios de outrem.
Neste final de ano somente 4% dos portugueses tiraram férias, qualquer coisa como aproximadamente duzentas e vinte e três mil almas sufragadas entre ministros, presidentes, administradores, motoristas de assessores, especialistas, reformados parlamentares, gestores de parcerias público-privadas e por ai adiante!
Se não for Boy do sistema então deixe-se de ilusões, caro ciberleitor... que se isto em breve trecho não mudar, as boas novas não nos voltarão a sorrir tão cedo.
Desejos que no ano de 2013 a crise lhe seja leve.

domingo, 9 de dezembro de 2012

OS DESINTEGRADOS




OS DESINTEGRADOS


 Como quase todos já o sentimos na pele e na carteira, Portugal debate-se com uma crise económica e de valores, sem precedentes.
Nos tempos em que se dividia uma sardinha por três, as famílias não estavam tão encalacradas em encargos como agora e quase todas tinham um cantinho de terreno para ser cultivado. 
Semelhante a estes tempos difíceis só a décima que o eremita de Santa Comba cobrava na agricultura cerealífera e actualmente nos é a vigésima terceira...
Ah, pois, também não havia Internet para podermos desabafar estas cenas e a polícia fiscal de agora corresponderá a policia politica de então... embora existisse um departamento de polícia de açambarcamento para terem a certeza que as carruagens de sacas de farinha produzida nos moinhos portugueses, eram enviadas com toneladas de volfrâmio para enrijar o aço alemão... A liberdade de expressão era restrita pese hoje certos jornalistas irem parar ao ôlho da rua por noticiarem algo mais do que nos bastidores da informação lhes é aconselhado dar a conhecer ao pagode! Não os coibem mas põe-se-lhes a jeito... Macumbas sortidas, cenas dos Santos de Angola, pedidos de cedência de imagens de manifestações, divulgação das equivalências segundo o processo de Bolonha, ou tentar atravessar os corredores dos hotéis onde estão hospedadas as vacas sagradas do régime são factores passíveis de uns empurrões suplementares nas carteiras profissionais dessa malta que não se comporta.
Vinte anos volvidos vivendo acima das nossas possibilidades, bem à sombra dos dinheiros comunitários, chegou a hora da cobrança fiscalizada pelo trio dos homens do fraque que trimestralmente nos visitam... 
Viajassem de camelo e seriam os Reis Magos!
Assim, apenas nos presenteiam com a mirra...
Sim... porque nunca houve almoços grátis... apenas crédito.
No momento em que está a ser lavrada esta crónica algo pertinente e um tanto ou quanto incomodativa, dos 10.765.477 (dez milhões setecentos e sessenta e cinco mil quatrocentos e setenta e sete) habitantes governados por um punhado de tecnocratas, 5.587.300 (cinco milhões quinhentos e oitenta e sete mil e trezentos) representam a população activa e considerando que devido à austeridade imposta pelos senhores ministros servis aos espartilhos das oligarquias mundiais, entre os inscritos e os não inscritos, 1.367.000 (um milhão e trezentos e sessenta e sete mil) destes heróis se debatem com o flagelo do desemprego, da reinserção ou outros factores sociais, resulta em aproximadamente 4.220.300 (quatro milhões, duzentos e vinte mil) portugueses a sustentar o Estado a que chegámos, correspondendo a menos de metade da população residente no território nacional.
Pelo andar da carruagem, caminhamos para pouco mais de um terço de indivíduos contribuindo estóica e directamente para a máquina devoradora dum Estado insensível, cujos iluminados dirigentes pretendem em dois anos recuperar aquilo que foi desbaratado em duas décadas, sem entenderem que este portugalito não morrendo da doença, se arrisca a capitular com a overdose da cura!
Só um reduto de irredutíveis ministros é que não o entende porque sempre viveram alheios às dificuldades da sociedade que os rodeia, nunca sentido a austeridade dos outros na sua própria pele, genuflexinando-se à politica da Merkel!
Continuando assim, por cada dia vencido, 17 empresas e sociedades comerciais vão decretando insolvência ou falência, enviando dezenas de famílias para o desemprego enquanto outras, por longevidade e na impossibilidade de se conseguirem integrar na vida activa, deixaram de receber o subsídio de desprego, restando mercado para os templos de consumo que acusam retracção na reposição de stocks, mostrando os expositores ôcos, despidos, escoando a muito custo os escassos produtos rasando o fim de validade e notando-se a redução significativa dos operadores de caixa.
Os portugueses que ainda detêm poder de compra passaram a procurar os produtos de marca branca, respondendo prontamente aos apelos promocionais dos descontos, dos pontos e dos saldos antecipados à época...
-A coisa está preta...
Não pára de aumentar o número de famílias armadilhadas pela golpaça do consumismo que ora sobre-endividadas com o facilitismo do dinheiro de plástico que a publicidade enganosa e as compras por impulso lhes foram impingido pelos olhos dentro, se vêm em dificuldades económicas para honrar os seus compromissos, nomeadamente das prestações da casa, pagamento dos bens essenciais como sejam a electricidade, o gás e a água.
São aos milhões, os portugueses apanhados no turbilhão da recessão económica que vêm as suas vidas completamente desintegradas.
Outros tantos, funcionários públicos, debatem-se com a decisão estatal de serem colocados na prateleira, com horário zero, com licença sem vencimento ou rescisão unilateral de contrato, muitos seguindo a recomendação do homem da massa má, para que emigrem... que abalem daqui para fora...
Ainda se recordarão que saindo em defesa dos portugueses, a 23 de Março de 2011, foram alguns destes então deputados na Assembleia da República, quem chumbou o Quarto Plano de Estabilidade e Crescimento, vulgo PEC IV?
-Parece que passou bastante mais tempo... não é verdade, ó Companheira?
 -Repara no que te digo... Estamos a caminhar  de mal para pior...
Que os portugueses emigrem mas que depositem as suas economias na banca nacional e contribuam para os cofres deste Governo que resiste em cortar nas gorduras e insiste em recrutar novos quadros, são sugestões desta tropa, com o aval do Senhor Silva que recomenda à malta, fazer filhos!
Entre especialistas, equipas técnicas, secretários de estado, motoristas e outros colaboradores, já lá moram oitocentas e trinta nomeações distribuídas pelos job’s dos ministérios e outros organismos públicos, quase todos com o subsídio de férias e décimo terceiro mês salvaguardados nas alíneas dos contratos publicados em Diário da República e difundidos na Web!
Uma mina a explorar pelos boys acrescentados ou substituídos nos organismos públicos, entre os quais, alguns ex-blogger's contemplados pelo Relvas...
Nos dias que correm, constatamos que é fácil estes ministros mais troikistas do que a troika, alterarem uma alínea, um artigo, um decreto, um regulamento ou uma legislação de determinada matéria, justificando-se com as directivas da União Europeia, subjugando-se ao Banco Central Europeu, ao Fundo Monetário Internacional, à Comissão Europeia, às oscilações das petrolíferas e multinacionais que vão conquistando território com a arma mais eficaz do Séc. XXI - a financeira!
Porque a cavalo ganhador não se lhe muda o arreio, há outras leis que se arrastam por décadas sucessivas sem que alguém se atreva a tocar-lhes... Ou modificando-as, será no sentido de lhes acentuar as tetas ao amojo...
São leis que contemplam os desgraçados que chamados a tomar decisões pelo povo, acabando essas funções públicas anos depois, tendo o emprego, a reforma, as subvenções e o ordenado reservados, garantidos e... alguns autarcas de Abrantes não fazendo disso excepção.
Sim, porque suspendendo as suas profissões para se poderem dedicar à causa pública, sofrem efectivamente um revés nas suas vidas, um tal abalo que terá de ser colmatado da melhor maneira, mesmo que efectivamente requisitadas para grã-mestras guardiãs de múmias tubucas, jarrões gregos, sítulas romanas, figuras zoomórficas, ídolos oculados do calcolítico e outros artefactos etruscos da pedra lascada e polida!
Efectivamente, ao contrário da populaça que cai no desemprego, normalmente são fulanos que devido à sua aura política têm bastante aceitação no seu habitat natural, nunca se candidatando a coisa alguma mas apenas se ajeitando a qualquer coisa, fazendo enormes favores ao povo sendo requisitados para funções meramente administrativas nas áreas confinadas ao poder autárquico inté porque efectivamente, de entre as competências e as valências de muitos outros humanos, efectivamente jamais se encontrará algum desses com curriculum e experiência à altura de vestir os fatos que parecem estar confeccionados à medida! Efectivamente.
-Olha! Dois Hongshan zoomórficos... Bah! Que coisa + feia!
Em contrasenso, sendo a queda do tamanho da montada, ao terminarem as funções executivas, talvez devido à saudade tipicamente portuguesa e inadaptados às funções anteriores, estes senhores têm a possibilidade de repescar mais uns milhares de níqueis ao erário público que é como quem diz, vão-lo usufruir dos impostos esmiuçados à tal população que herculeamente conserva os empregos ancestrais e sacados aos cortes nas reformas, vencimentos e subsídios de férias e Natal dos cidadãos que auferem rendimentos inferiores aos dias do mês...
A estes senhores que pululam de função pública em função pública e decretam o corte do abastecimento de bens essenciais aos munícipes desintegrados que para além do mais, se sujeitam às tarifas domésticas, às taxas de passagem e ocupação e ao IMI-Imposto Municipal sobre Imóveis, dos mais elevados de Portugal, numa época em que por solidariedade para com as dificuldades passadas pelos munícipes, a maioria das câmaras deliberou baixar esses valores para o mínimo possível, talvez por solidariedade para com os esmiuçados, também estes senhores que pregam a moral nos órgãos de comunicação social se sentem desamparados, abalados e igualmente desintegrados da sociedade e do ambiente que os rodeia... 
Num gingle bells onde não há papel, a  autarquia cede um autocarro pago com o erário público para levar as meninas do Lar da Santa Casa da Misericórdia às compras de Natal a Lisboa, em detrimento do comércio do centro histórico da terrinha que as acolhe. São sensos e contrasensos... Não faz mal... Limpam-se ao jornal e metem-se as despesas com o transporte nas tarifas de saneamento dos Serviços Municipalizados de Abrantes.
Ex. VPC (vereador Pina da Costa)
 Incontornavelmente terá este Cidadão abt que lembrar o estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos, sendo bastante mais abrangente para os contemplados e dispendioso para os cofres do Estado do que aquilo que se nos aparenta e em certa medida nos são arredios...
Vem o dito desde 9 de Abril de 1985, sofrendo um acrescento a 18 de Agosto de 1995 o qual se refere a uma panóplia de benesses para os políticos, como por exemplo ajudas de custo, despesas de representação, viatura oficial, subvenções mensais vitalícias para quem tenha mais de doze anos consecutivos ou interpolados de casa, cumuláveis à pensão de aposentação ou de reforma e ainda um subsídio de reintegração para os infelizes que não atingiram os doze anos de serviço em favor da cousa pública, sendo-lhes suspenso tal consolo desde que requisitados para gestores públicos ou dirigentes de institutos púbicos autónomos, como por exemplo presidentes de conselhos administrativos de serviços municipalizados ou coordenadores de parcerias museológicas de cariz público, se não fôr decorrido o dobro do período de reintegração, caso em que terão de devolver metade do valor dos subsídios...
Parte-se do princípio que os desintegrados cá do feudo tubuco exerceram funções de vereadores e de vice-presidentes de câmara durante uma parga de anos e assim que largaram o poleiro administrativo requereram imediatamente o valor de um mês do ordenadão que auferiram por cada seis de casa, acumulando nas onze parcelas a módica quantia de €30.000 (trinta mil euros) que lhes preencheriam a palmilha no sapatinho deste Natal... e que entretanto foram desinquietados para outros cargos públicos, os quais, pese a pouca vontade, fizeram o obséquio em aceitar, só agora sofrendo a afronta das requisições terem sido dadas ao intrasufrágio municipal, arriscando metade das importâncias inicialmente estimadas.
Hum...
Interessante estratégia da presidenta do Céu...
Tal como Pilatos, daí lavando suas alvas e pequenitas mãos...
Enquanto muitas famílias não vão ter oportunidade de trocar prendas, para assim poderem liquidar as continhas da água e de grosso modo contribuírem para a inclusão de tão desintegrados senhores...
-A população abrantina deverá ser informada sobre estas coisas quão banais e corriqueiras ou deverá tal assunto quedar-se pelos bastidores da autarquia, ficando guardado no segredo dos confrades?!