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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

TRINTA MITOS


TRINTA MITOS


  A novidade foi circulando de boca em boca nas incríveis conversas de café e à revelia dos media locais contratualizados para divulgação institucional, deixando o Cidadão perplexo e na expectativa que o assunto não transpusesse os confins do mito urbano adaptado ao ambiente tubuco, não lhe atribuindo credibilidade durante dois escorreitos meses, sob pena de arriscar no delito de opinião que em Abrantes será mais gravoso do que o tráfico de estupefacientes, até que num cálido dia de verão a confirmação mais ou menos oficial lhe veio cair às mãos... sendo matéria digna de fina entrevista, não no Jornal do Crime mas no Incrível!!!
Como é habitual, houve que fazer um compasso de espera para que os órgãos de comunicação social pudessem “expandir” a notícia oportunamente agarrada pela Rádio Hertz da vizinha Tomar, Rede Regional e demais imprensa nacional, mantendo-se os locais envoltos num silêncio absolutista, de todo contrário às filosofias subsidiadas por Ámuáhamadinejana.
No avassalador tempo de crise onde os movimentos ambientalistas se travam de razões na defesa de espécies arbóreas que são varridas do mapa pelas terraplanagens, dando espaço a vias públicas de domínio privado ou outros empreendimentos turísticos, houve um venturoso olivicultor da Sertã que despachou trinta oliveiras centenárias por módicos sessenta mil euros, fazendo a melhor negociata do ano e evitando que fossem comercializadas como lenha de lareira... 
Quer dizer... Às tantas, quem ganhou com o negócio foi o intermediário...
Melhor explicado, uma iluminada autarca adquiriu por ajuste directo trinta mitos a uma empresa de produção, comercialização e prestação de serviços agro-florestais e ambientais, que só por acaso é gerida pelo pai e irmã do Presidente da Câmara de Proença-a-Nova, onde está sediada, por valor substancialmente superior aos trinta e dois plátanos de semelhante idade ou aos cinco mil oitocentos e cinquenta e seis euros pedidos pela alienação dos quatro mil seiscentos e oitenta e cinco metros quadrados de terreno e respectiva piscina municipal confinados ao Hotel de Turismo situados no Jardim do Alto do Santo António, algures no centro da cidade de Abrantes...
Não configurando o facto, tudo estaria nos conformes se o investimento tivesse sido feito com dinheiros pessoais e destinado a proveito próprio... aflorando-se que de tão aliciante, a oportunidade de negócio terá suplantado a previsibilidade de subsequentes constrangimentos perante a opinião pública...
Constando que a filosofia será a ciência que com a qual ou sem a qual se fica tal e qual e o absolutismo um conceito de todo ultrapassado, ponderou este rapaz entre deixar o olivícola tema entregue à ignorância dos ciberleitores ou esmiuçá-lo objectivamente, tal como são processados os nossos impostos, optando pela segunda hipótese...
Feitas as continhas, cifrou-se em dois mil euros o preço de cada oleácea, valor algo superior aos mil seiscentos e sessenta e sete euros de cada uma das doze iluminárias que há um ano Siza Vieira vendeu à Jácome Ratton de Tomar, somado às despesas com transportes, logística, replantação dos trinta mitos e subsequentes impostos.
Num tempo em que por toda a Nação milhares de agregados familiares passam fome... curtos e grossos são estes enormes bonsais, capazes de deixar qualquer turista japonês de olhos em bico e ao invés do gavião que perde a pena, as suas folhas são perenes, evitando varreduras de terreno e entupimento de esgotos, meditando que devido à avançada idade, as galhas produzirão fraca polpa e ralo caroço...
Rapando os fundilhos aos trinta mitos de difusa sombra, questionaria o ciberleitor sobre a utilidade prática destas azeiteiras, especialmente se fossem transplantadas para o recinto dum Centro Escolar frequentado por outros tantos petizes...
Os juvenis poderiam apadrinhar os trinta troncos cujo fruto decerto não chegaria para untar os trinta piquênos em azeite virgem, atendendo que além de terem que adquirir trinta marquesas, as abarrotadas desinquietudes poriam as trinta belas massagistas de cabeça em água!
Sendo macróbio desde a sua flor, colocar-se-ia a hipótese de extracção do vegetal óleo para desmanche de quebrantos e maus-olhados...
Metiam-se os trinta petizes em fila indiana enquanto trinta auxiliares de acção educativa amparariam trinta pires de café sobre os toutiços dos trinta meninos e a professora verteria trinta mililitros de água benta onde a benzedeira municipal adicionaria uma só gotícula do afamado azeite...
Se o pingo diluísse, significaria que o cachopo traria o Diabo no corpo, se a gota estabilizasse, o menino seria dos abençoados e na terceira hipótese do cocktail produzir cantarinhas, presumia-se que por défice de zonas sombrias no recinto, o petiz se encontraria exposto a calor intenso, diagnosticando os típicos sintomas de insolação...
Pela safra da azeitona sabemos que da queda dos operários redundam graves consequências, pelo que a compleição ergonómica das oliveiras centenárias ajeitar-se-ia a que os petizes lhes trepassem as pernadas de onde mandariam tralhos dignos de fracturar pescoços, mas como ao menino e ao borracho Deus põe a mão por baixo, ainda o destino não lhes estaria traçado, desconhecendo-se a opinião da Associação para a Promoção da Segurança Infantil e demais entidades de direito na salvaguarda da segurança infantil, ou então, contrariando a politica autárquica em reduzir o contingente dos seus colaboradores, os travessos ficariam confinados aos préstimos do vigilante na incumbência de prevenir que  tais acidentes.  
Não passaria pela cabeça de alguém, investir em três dezenas de oliveiras centenárias pela quantia de sessenta mil euros e mais umas massas despejadas em logística, transportes e replantações, exceptuando a hipótese de vencido um ano sobre a inauguração oficialmente registada a 1 de Junho de 2012, esses trinta mitos urbanos fossem replantados no recinto de Escola Básica Maria Lucília Moita, em Abrantes, reforçando a teoria de que as melhores oportunidades de negócio se conseguem em épocas de crise económica, assim sendo gerido o dinheiro dos nossos impostos, subsistindo a dúvida se o valor atribuído à transacção dependerá da orientação sócio-política dos intervenientes, com a salvaguarda dum tronco de descendência Fenícia poder complementar o espólio do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes... 
É caso para supormos que os gestores municipais nos continuam enfiando capacetes persas do século XIX!!!
 Nestes dias em que há rapazes e raparigas desfalecendo de fome envergonhada e indo até ao Centro Escolar averiguar sobre a utilidade atribuída aos valiosos vegetais, conclui-se que ao momento desta postagem, os troncos se destinam a amparar uns quantos espantalhos, pavlovianamente evocando os nossos idosos que ao fim de uma vida de trabalho e descontos...
...o Governo lhes vem cortando nas míseras reformas para assim poder colmatar os juros de tais despautérios...
...ajeitando-se as copas das árvores para os petizes ensaiarem técnicas de construção de cabanas que futuramente venham abrigar os agregados familiares eliminados das estatísticas oficiais, consequentemente entrando em situação de ruptura económica e social após findado o subsidio de desemprego...
"Uma opção conscientemente estratégica para afirmar a importância do concelho de Abrantes na produção de azeite." 
Referiu a responsável autárquica aos órgãos de comunicação social.
Doravante a empresa Victor Guedes, produtora dos azeites Gallo...
...jamais necessitará importar matéria prima da Tunísia e se transferido o equipamento da Rotunda do Olival para o recinto do Centro Escolar... decerto que futuramente ali se formarão excelentes olivicultores!
Denota o modus operandi do município tubuco que de acordo com as conveniências, se propôs-se alargar os seus gabaritos de Autarquia + Familiarmente Negociável,  ao homólogo de Proença-a-Nova...
...repartindo as suas estratégias entre as directivas do deposto governo Socratino e as normas da actual Coligação Passos & Portas, refém da Merkel e oligarquias internacionais.
No caso da remodelação administrativa, aqui d’El Rei que está bem assim!
No que toca a manutenção com pessoal, equipamentos e logística, há que cumprir à risca a política de contenção económica imposta pela Coligação Passos & Portas.
No caso da cooperação público-privada entre a Sociedade Civil & Lda e o município abrantino em torno da corporação dos bombeiros, houve que aproveitar quanto antes a deixa da Coligação Passos & Portas.
 No caso dos megalómanos despesismos circunscritos aos Centros Escolares, vencido um ano após as inaugurações, prossegue a gestão Sócratina até ao último cêntimo, descurando a politica de contenção económica de Gaspar e Passos sob o jugo da Troika e de Portas refém dos submersíveis.
Esta gestão autárquica lembra um cata-vento em busca das brisas mais convenientes aos seus parceiros politico-sociais e de negócios!
“Vejam bem que não há só gaivotas em terra... quando um homem se põe a pensar...”  
 José Afonso bem cantarolava nas suas baladas, sendo no pensamento que este povo continua driblado a tribelas.
Viva o pagode contribuinte, enquanto a cheta for esticando!

sábado, 22 de junho de 2013

AVEJANAS


  AVEJANAS

  Bastas vezes tem vindo o mínimo múltiplo comum da comunicação social afecta ao regime constatar aos microfones do Radar de frequências moduladas onde funciona como entrevistador e entrevistado, que desde as comemorações alusivas a D. Lopo de Almeida, sempre que haja evento cultural, regista a presença de dromedários e paquidermes nos espaços públicos de Abrantes, tendo-se deparado com alguns desses bicharocos durante as anteriores festas da cidade...??? 
-Cá o Cidadão abt  terá permissas para avançar com esta emplumada crónica?
Compreende-se que os fumos emanados pelas sardinhadas e churrascadas instaladas na elevação junto ao Convento Dominicano possam ter causado alucinações a alguns intelectuais que se instalassem nos espaços confinantes à Praça da República que de jardim pouco tem, onde a vocalista dos Kiwi & The Papaya Mangoes viu jeitos de se engasgar durante a actuação...
Entretanto, o modulador de frequências electromagnéticas oscilou entre os dois animais possantes cujas virtudes residem no esforçado trabalho desenvolvido, sendo o sustento de muitas famílias, daqueles que os exploram e demais avejanas que por intermédio das instituições públicas vão colhendo o saldo dos impostos esmiuçados às suadas cáfilas e exaustas manadas sendo esta última, razão sobeja para se perfilarem rijos de trombas e inchados nas bossas.
Tomando por certa a versão do supervisor, arcando com bagagens e individualidades acomodadas entre as protuberâncias, sendo bestas de trabalho vocacionadas a vencer enormes distâncias sob os áridos ambientes desérticos, os camelos dispensam sucessivos reabastecimentos para seu sustento, cujo espírito de sacrifício e lealdade os leva a tombar por exaustão...
Decerto não estando as preocupações do modulador de frequências fundamentadas no marfim, desde os tempos de Aníbal em que nas Guerras Púnicas o esforço de tracção dos elefantes foi aproveitado em cargas de combate, migrações de exércitos, deslocação de grandes pesos bem como na caça ao tigre e à hiena...
Estaríamos certamente melhor se toda a fauna fosse provida de tal têmpera...  
No entanto Ámuáhamadinejana poderá encontrar em Abrantes alguns passarocos de farto alimento e elefantes brancos dotados de extensas trombas que vêm sorvendo o precioso liquido dos lagos financeiros sustentados pela restante fauna, podendo cruzar-se com um deles no Largo 1º de Maio, com outro no Alto do Santo António... 
...um análogo no Barro Vermelho e descobrir enorme paquiderme para as bandas do Casal Curtido com matéria de facto a ser esmiuçada por dedicados paleontólogos. 
Naturalmente que se não nos cabisbaixássemos, deparar-nos-íamos com outras espécies cinegéticas poisadas nas galhas das árvores que na referida Praça da República vão resistindo às intempéries dos humanos, tal como os cucos, passarinhos com tendência a habitar o ninho alheio, cujos ovos se poderão achar na Rota do Tejo, compreendida entre Alvega e o Rossio ao Sul do Tejo. 
O canto destas aves vai evoluindo consoante a época estival, assumindo uma melodia sequencialmente mais cativante ao ouvido humano até ao Outubro, fase em que a sua plumagem assume tonalidades mais vistosas, adoptando rituais de dança fora do vulgar para o normal desta estirpe.
No âmbito das canoras, pelas ruelas esvoaçavam alguns papagaios maduros por baixo mas verdes por cima, aves decorativas que bem instruídas e resguardadas em local sombrio depressa aprendem a repetir na perfeição o que vão ouvindo às restantes avejanas.
Acuidando as pupilas, conseguiríamos vislumbrar usurários abutres planando sobre os espaços circundantes e aguardando pacientemente pelas carcaças dos incautos camelos e elefantes que pudessem cair exaustos do esforço exigido em prol da avifauna... 
Como constatais, as avejanas não se resumirão a estes formidáveis seres desmilitarizados...
Avançando para a Rua Santa Isabel, constataríamos que as geminações se concentravam num pavilhão cujo tecto falso seria ornamentado por bamboleantes faixas de pano branco, reduzindo em cerca de oitenta por cento a área visivelmente exposta e o risco de contaminação com partículas de amianto libertado pela cobertura em placas de fibrocimento...
...acumulando a função de dissimular uma colónia de hábeis morcegos dispostos a sugar o sangue da sedada população que assistiu aos três concertos decorridos na Praça do Batalhão em que a Ana Bacalhau, o Tito Paris e o Carlos Moisés dificilmente lhes conseguiram fazer levantar os pés do chão.
Percebeu-se que o amplo pavilhão albergava as geminações de Abrantes com Parthenay da França, Ribeira Brava de Cabo Verde, Hitoyoshi do Japão e as cooperações com Bobonaro de Timor e Mioveni da Roménia.
Baseando-se em analogias ou partes congéneres, sugere-se que Abrantes promova a quarta geminação com Havana... 
...capital da ilha caribenha que nos primórdios foi administrada por cacicados, tendo por comum a deposição do ovo em ninho alheio e onde posteriormente pregaram os missionários dominicanos e actualmente se exerce o controlo sobre a informação pública, incentivando a prolongar, enfatizar e repetir sistematicamente notícias e discursos favoráveis ao regime e a abreviar tanto quanto possível as informações previamente escrutinadas sobre temas adversos, utilizando estratagemas fortemente subsidiários a alguns órgãos de comunicação social e asfixia económica dos restantes, bem como a elitização socializante dos eventos culturais e consequentes fugas de informações que sob exaspero do regime, vão sendo divulgadas por blogger’s e redes sociais de cariz regional.

terça-feira, 18 de junho de 2013

SENHORA DA CAÇA


SENHORA DA CAÇA


 Pela sinalética do local, caça, futebol e Fátima serão três das venerações tubuco-riodemoinhenses...
No intróito a estas crónicas meio maradas, o Cidadão propôs-se desancar nas situações que se lhe afigurem inadequadas, não havendo necessidade de se ausentar do concelho tubuco para tropeçar em lapsos dignos de memoriais registos...
Só caminhando saberemos dos trilhos onde novas escapam aos viajeiros que optam por velozes, insonorizados e climatizados bólides de vidros fumados, tendo sido numa dessas pedestrantes deslocações pela região de Rio de Moinhos que esforçados em eliminar toxinas, cá o Cidadão e sua cara-metade se depararam com algo de insólito na encruzilhada das Ruas do Azinhal e a Avelar Machado, vulgo Estrada Nacional nº 3...
senhor...
Não seria um círculo de velas derretidas ao redor de fogueira apagada, sapos pendurados, cabelos de mulher, nós de cordas, raspa de unhas de bode, sal perdido, sangue de virgem, penas de frango pedrês, ramalhetes de arruda ou garrafas falhadas de tintol...
Em seis azulejos eram retratados Três Pastorinhos rezando à Senhora de Fátima levitando inevitávelmente sobre a azinheira, flanqueados por dois solitários e um vaso encastrado no alegrete onde brotavam alvos ramalhetes de margaridas...
-Repara-me naquele nicho da Senhora dos Caminhos, tão bem arranjado... Podias sacar umas fotos jeitosas para a tua colecção...
Se bem sugerido pela Companheira, melhor fosse...
No solo de terra solta, frente à Senhora dos Caminhos, duas tabuletas pregadas numa estaca de madeira cravada no solo delimitavam a zona de caça associativa de condomínio municipal onde será proibido acossar a bicharada sem o consentimento de quem de direito, contrariando o culto evocado pelo nicho e dificultando a recolha de imagens, razões de sobra para que o local se prestasse a algum tempo de reflexão. 
A cinegética criatura não poderia ter melhor pontaria!...
Fazendo fé na virgindade de Diana de Roma, será pagão o Acetão que aprestou o ponto exacto da estaca... por aquelas bandas cuidarão Nossa Senhora de Fátima como peça de caça ou associando-se ao processo nº 4442 DGRF, mais cedo ou mais tarde se afigurará a quarta aparição do anjo coberto por manto camuflado, cinturão de zagalotes e caçadeira em riste... Com tanto OVNI que tem andado por aí...
Cuidem-se os javalis da nação!
Fazendo fé que a Senhora dos Caminhos poderá conferir firmeza no ôlho e precisão no tiro, no entretanto à caça sobrepõem-se o culto do nicho e interessante mesmo, seria a Senhora do Tejo no Caminho do Céu, ou... o Caminho do Tejo na Senhora do Céu, ou... a Senhora do Céu no Caminho do Tejo, ou... o Caminho do Céu na Senhora do Tejo, ou lá o que fôr, o discreto presidente da junta de Freguesia de Rio de Moinhos, o insaciável escriba e comentador mediagastropolítco do chapéu negro, o ufano pároco da freguesia,ou a gloriosa RIODEMOINHOS TV não se terem apercebido de tal anomalia e enquanto a Senhora de Fátima não aparecer aos caçadorinhos dever-se-à arredar a sinalética ou trocadilhar-se a azulejaria pela evocativa a Santo Huberto...
Entrementes, neste quão desconchavado "De100 jeito"...o ciberleitor poderá considerar o desenvolvimento ao feedback obtido.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

MARCHAS POPULARES


MARCHAS POPULARES


  Em Abrantes, as Festas da Cidade foram antecipadas em vinte e quatro horas por surpreendentes marchas populares, nada ficando como dantes, porquanto no vagar do Santo António, a partir de agora será idolatrada a Santa Mariazinha do Céu!
Nos primeiros instantes que cá o Cidadão se deparou com o aparato, supôs tratar-se de venerado manifesto religioso a jeito de procissão em honra à santinha cuja imagem estaria reproduzida nos pendões, mas depressa o esclareceram que não senhor, que aquele cortejo não constava de séquito religioso mas sim de marcha popular!
Resgatado das primárias ilusões, pela calçada foi rolando um fúnebre caixão blasonando a imagem da padroeira amparando-se no amuleto que produzirá o milagre da multiplicação dos €uros e distribuição dos tachos, cujas estampazinhas pejadas de frases religiosas eram sistematicamente oferecidas ao público presente...
A famosa gadanha da santa!!!
Colocando os neurónios do hipotálamo em uso, de imediato se formou a brilhante explicação que aquela equipe seria o staff de apoio à santinha patrocinada pela  Jps (Jotapêésse),  que iria pela primeira vez competir na prova de carrinhos de rolamentos mais famosa da região, algo até agora impensável numa milagreira! 
Vieram trupes de todo país e até da Madeira para desfilar nas marchas e assistirem à prova da virtuosa!
Vruuummmm...  Vruuuummmmmm... Vruuuummmm...  
Cá o rapaz já imaginava a padroeira embalada por‘li abaixo, de penico na cabeça, bem escarratchada no caixão, e o pessoal torcedor bradando aos Céus, gritando a plenos pulmões: 
-"Santinha!!! Santinha!!! Santinha!!!! Vai! Vaaaai! Força, Santinha! Força! Não desistas!!  Saltou-te um casquilho do rolamento mas não desistas agora, Santinha!!! Hás-de ganhar!!! Saaantinha!!! Embáála!!! Vai!! Santinha!!! Saaantiiiiinha!!! Saaantiiiiinha!!!! Vai, Santinha! Vais vencer isto! Vaáai!...Vai... Vai??!... vai... vai...?"
Mas...
Quê da protagonista numberwone da prova?
A explicação chegou mais adiante!
A venerada santinha padecerá de agorafobia pelo que se enclausurou no Joanino Convento, tendo do Mosteiro do Falcão enviando Frei Serrano, um abade de sua inteira confiança, ao encontro das coreografias que solicitando silêncio aos quinhentos presentes...
...lhes foi explicando que a santinha estava em retiro, em oração de concentração para a prova dos carrinhos de rolamentos e que de momento não podia ser incomodada... recitando o seguinte sermão:
-Porque diacho houveram os monges copistas de estes modos redigir?
Enquanto isto, iam-se ouvindo cânticos de devoção como o “Demissão”,o “Coveira,” o “Bombeiro não é Coveiro,” o  “Bombeiro Unido Jamais Será Vencido” e a versão feminista do celebérrimo “Demita-se,  Senhor Presidente!”
Para quem assistiu não terá reparado que denunciando o carácter cívico do evento, a cauda do cortejo era rematada pela trupe do carro vassoura que discretamente ia recolhendo os resíduos sólidos rejeitados pelos convivas, deixando as ruas impecavelmente limpas à sua passagem, tendo-se por ali vivido vibrantes momentos de fortes comoções! 
O som estridente dos apitos e sirenes portáteis não deixavam perceber muito bem a letra das marchinhas que futricavam os tímpanos cá do Cidadão que estava a passar por uma tremenda crise de tinitus e ao fim de duas horas de franco convívio se foi ressentindo dos sérios crescentes sentimentos de insegurança...
...na medida em que, se as marchas dessem para o torto, os presidentes do Sindicato e da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, ora padrinhos por co-adopção das marchas...
...seriam duplamente participados ao Ministério Público pelos crimes de lançamento de turbidez no processo de reestruturação do corpo de bombeiros, cuja transparência é de tal ordem que até deixa vislumbrar o processo da bombeira Paulina Pereira bem lá no fundo, cumulativamente ao de incentivo ao sentimento generalizado de insegurança induzido na quão inteirada população de Abrantes cujas preocupações se remetem ao acautelar dos seus bens face à bandidagem que por aí prolifera, nada se relacionando com estas marchas populares que passam ao largo da maioria silenciosa!
A propósito...
Será que no meio de tanta agitação a Comissão Municipal de Insegurança ainda desempenhará o trabalho invisível de sinalizar os casos problemáticos do Concelho?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

PÁ DE OURO


PÁ DE OURO

Cá temos um dos exemplos concretos em como a senhora presidenta do município tubuco sente na pele os problemas dos cidadãos, nomeadamente as inquietações dos “seus” bombeiros, apostando no mérito através da avaliação pelo desempenho.
É certo e sabido que entre outras missões, compete ao bombeiro apagar fogos, desencarcerar acidentados, resgatar vítimas e salvar vidas, daí que “Vida Por Vida” seja seu lema e São Marçal, o santinho padroeiro.
Como suporeis, quando são disputadas razões do existencialismo, tanto poderá o freguês permanecer entre os mortais, como apagar-se-lhe o sopro, indo a alma bater às portas de São Pedro que por seu turno a encaminhará para outro mundo até um dia mais adiante reencarnar outra carcaça mais jovial, enquanto por cá o defunto se vai deteriorando sete palmos abaixo dos torrões, pese um por outro desalmado preferir introduzir-se na esquentada fornalha da Padeira de Aljubarrota...
Quais anjos vermelhos, os bombeiros são prestimosos seres que em muitas ocasiões acompanham a vítima desde o seu socorro até esta ir bater com os costados nas urgências hospitalares, aí dando por concluída a sua missão!
Visionária de requalificados espaços e funções polivalentes, a suprema chefe dos autarcas abrantinos... ou tubucos... conforme preferirdes... resolveu alargar o âmbito das funções dos soldados da paz, promovendo-os estatutariamente na medida em que jamais verão a sua missão restringir-se à triagem de Manchester, cabendo-lhes acompanhar a evolução do hospedeiro até que transponha os búzios para além de Xangri-lá, atribuindo-lhes a nobre incumbência de tumular a carcaça renegada pela alma com a vantagem de fomentar imediatamente as manobras de reanimação, caso o velado tussa!
-Assim surgiram as funções e a figura do...
Se a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes melhor discernir o destino dos subsídios, poderá comparticipar a “Sociedade Civil & Lda- associação womanitária de bombeiros de Abrantes”, com o propósito de implementar uma CIF - "Companhia de Intervenção Fúnebre" incluindo departamento de coroas e arranjinhos florais,para tal sendo disponibilizados dois VTD Veículos de Transporte de Defuntos, de preferência Wolkswagen Towareg, em que um pelotão de CS-ÚI - "Coveiro Sapador de Última Intervenção" receberá formação especializada na Escola Nacional de Bombeiros com premissa a Certificado de Aptidão Profissional emitido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e acreditação da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais.
Avaliando a solenidade que reveste os últimos incómodos do defunto hospedeiro, a fardeta feminina do comandante da companhia CIF será concebida em tons escuros, discretos, apresentando um elegante corte esotérico de parâmetros austeros, análoga ao modelo abaixo exibido pelo manequim.        
Para que os potenciais fregueses não se sintam discriminados no acesso aos serviços humanitários, o símbolo assalganhado do medalhão representará a maioria das etnias predominantes, credos e demais teimas ideológicas.
Será agraciado com o galardão Pá de Ouro o bombeiro profissional que na sua carreira atinja quão elevado grau de nobre tarefa, ficando Abrantes nas calendas da história como autarquia pioneira na promoção da especialidade de sapador-coveiro.
Ao sair daqui vá consultar o »»»»»» "Levar na Pá"!

sábado, 1 de junho de 2013

LARGO DO SOBRAL


LARGO DO SOBRAL

 Os bonicos estão para o Zé Burreco tal como o Largo do Sobral está para os pegachos. 
Finalmente a regeneração urbana terá chegado à aldeia das casas baixas!
Primeiro as fitas delimitadoras da obra, depois o contentor de engenheiros e como as árvores morrem de pé, ao fim de seis noites e sete dias desataram a abater nas que refrescavam o Largo do Sobral, vulgo Largo do Cruzeiro... ou vice-versa,  alegando os sábios municipais que as raízes dos plátanos levantavam a calçada, que as malditas árvores causavam alergias, que o espaço tinha assombração a mais bem podendo ser melhor aproveitado para eventos comerciais e bolsas de estacionamento automóvel... e como a evolução tecnológica mudou o conceito de lazer, faz ali falta uma zona wireless para que o pessoal possa computar à brava!
A ver vamos se a seguir à requalificação, aqueles que busquem os acepipes pegachos não terão que meter o petisco no parquímetro ou desfrutar um selinho à moda tubuca...
Pode ser que não...
De acordo com as expectativas e as altas influências de Hitoyoshi, foram designadas três espécies arbóreas supostamente hermafroditas, não produtoras do tal pólen que fecunde os sinos e as amígdalas dos humanos e tendo as suas raízes quadradas, se encaixam na perfeição entre os paralelos da calçada sem os arregaçar, facilitando a posterior extracção através de breve equação.
Serão nomeadamente castanheiros da índia, magnólias e prunus...
E porquê, prunus?! 
Porque entre amendoeiras e ameixeiras, o prunus dá para os dois lados e na dúvida para qual o vegetal se virará, os autarcas aguardarão que o tronco cresça, a flor desabroche, o fruto ecloda e aí sim...
Será ameixeira ou amendoeira!
As palmeiras vão ter que sair dali excepto a da germinação com a Ribeira Brava, sendo-lhe alargada a caldeira por ter uns palmitos jeitosos!
Metendo botas ao caminho de questionar os juves locais sobre a identidade das árvores abatidas, se seriam aciprestes, pinheiros ou caliptos, respondem que não fazem a mínima!
Indagando-lhes a opinião sobre das obras de requalificação a desenrolarem-se na sua terra, entre SMS's, abreviações orais, pastilhas elásticas, ypslowns e kappas, responderam yá :-/ ñ kurtir essas cenas ((:-« e kas políticas não é ;o( a sua praia... :-(
Abordando-os sobre as festas que decorrerão nos tempos mais chegados e aí sim, mandaram os ypslowns e os kappas borda fora, dizendo ter bué da convites no facebook :-) uma agenda complicada a repartir entre raves, festivais de músicamodinhas ao litro na Tenda do Gaddafi e outros tantos arraiais semeados pelas freguesias ;-D)) 
A juventude está mais virada para o divertimento... Quer dizer, há alguns que têm consciência ambiental mas na sua generalidade vivem fora do Pego, razão para que se adiantem aqui uma sequência de imagens do antesapós o abate, prevenindo-os de ataque cardíaco no dia que retornem à casinha dos avós!
Não se saindo bem-sucedido da incursão, cá o Cidadão passou a palavra aos papás dos petizes, concluindo que sabem o nome das árvores abatidas mas quanto à beneficiações do Largo do Sobral, o feedback foi concentrado na liga...
Os clubes que alinham na primeira divisão, o Benfica, o Sporting, o Futebol Clube do Porto, o Jesus, o Mourinho o Ronaldo e...
Tremoços!
Sai mais um pires de tremoços!
C'um catano... E mais uma rodada de cerveja!
Está certo... O povão necessita distracção.
Indagando os avós dos moços, de imediato mostraram a sua desolação para com o crime ambiental porque os plátanos sempre refrescaram a zona e ressalvando alguns alérgicos às árvores mais ninguém se queixava eles, sendo necessário aparecer uns iluminados de fora para depois de tantos anos descobrirem que as árvores estavam ali mal!

-Aquilo é para encher os bolsos de mais alguns! Querem plantar outras árvores que se calhar nem vingam neste sítio e a natureza e o ambiente são mais importantes que os carros para agora porem ali uns estacionamentos e se calhar aquilo vai ser mais um largo para dar ganho ao stand. Falam que a gente assim nã convivia como deve de ser!

-Antes a gente já nã sentava ali nas sombras das árvres a conversar umas horas, ou quê?Dizem c'as copas tavam a ficar muito juntas. Atão como é que davam fresco e sombra se nã tivessem juntas? Os gajos nã sabem podar as árvres? À torrêra é que nã fica lá ninguém! E agora, quantos mais anos essas árvres vão demorar a fazer-se?
-São engenhêêros! Êh, pá! O parque dos miúdos não estava bem assim? Foi arranjado há pouco tempo e agora nã serve?!! Os gajos meteram borracha no chão já para aquilo durar menos tempo. Dizem que vão pôr candeeiros novos! Estes não bondam? Estão avariados?

-Deve de ser daqueles candeeiros do Sócras! Dizem c’até vão acabar com os muretes porque são umas barrêras que pr’ali tão mas logo a seguir espetam com mobílias urbanas?! Nã se entende esta gente!

-Quer-se dizer. Tiram dali os bancos porque impeçam à gente para depois lá irem prantar umas tralhas mais modernas. Vá-se lá perceber esta malta! Só para gastar dinheiro! Vêm aí as eleições e é um fartar vilanage para caçarem os votos ao pessoal!
-A ver se os gajos se esquecem do cruzêro! Às tantas tambéim o tiram dali para fora! Estes engenhêros que estudaram nos livros a destruírem assim as prantas estão mas é dando cabo do futuro da terra! Que é por causa das alergias! Alergia tem mas é ela às àrvres! Veio pr'áqui fazer o mesmo  que fez no cabeço! Parece que lá no Rossio do Cabeço aquilo nã lhe correu de feição e ela teve de arrepiar caminho. Com a malta a fazer barulho agora diz que vai cortar as árvres por fazis e há uma que está inclinada por cima do quiosqui, como não seja normal as árvres serem torcidas... Depende das podas, do vento a dar-lhes e da luz para se fazerem. Aqui c'as raízis estavam a dar cabo do chão... Quer-se dizer c'as que para aí vêm nã têm raízis ou crescem para baixo. A ver se pero Tramagal, no Ribêro Sêco nã prantaram prátanos há beim pouco tempo! Deviam era pôr-los a todos aléim a beberem água na pia dos burros, que nã se perdia nada, nã sinhôr...!
-O quê? O futuro desta terra?

-Sim sinhôr! Desta terra e do praneta intêro, sinhôr...!

Não faça caso das conversas, ciberleitor... São apenas as opiniões de dois insignificantes Velhos do Restelo.
A saga prossegue  »»»»»  em Largo do Sobral