A BUSA
Ao dar de caras com esta coisa esquisita, de imediato veio à idéia cá do Cidadão abt que se tratasse de nova aquisição para limpeza das vias urbanas, uma daquelas máquinas de enorme bigodaça e duas escovas laterais que rodando, respingam bem devagar as paredes, montras e viaturas tubucas...
Assim se dá início a esta enorme crónica marada que se desenrolou no limbo entre a ficção e a realidade...
A ver vamos se o ciberleitor aguenta a ciberviolência até ao final ou se flipa de vez, dirigindo os seus digníssimos bitáites para outro site deveras formal...
Regressando à maquineta, mais próxima já se lhe aparentou algo diferente...
Um Grand Chatenet, ou melhor dezido, um super papa-reformas familiar... Como se designaria aquilo?
Talvez... Gasparzinho... ou Alvarinho... Sabe-se lá...
Observando atentamente, associou-a às árvores de Natal de cor azul celeste que apareceram misteriosamente pintadas nas ruelas do centro histórico de Tubucci...
Mais surpreso cá o rapaz ficou ao dar-se conta que, sempre que alguém lhe agitasse o braço ou erguesse a mão, qual pachorrento camaleão, a viatura parava imediatamente acendendo os piscas todos e ao abrir aquela bocarra negra de dentes amarelecidos, imediatamente tragava o ousado que a atiçara!
O Cidadão abt arriscou o tímido sinal...
Vai daí... o bicharoco... estacou!
Há coisas fantásticas!
Das entranhas, ajeitou sua dentuça...
Mal seja, mal será...
-Uau!!
São doze lugares sentados e catorze de pé... encaixados numa altura de... Hum... aproximadamente... dois metros e vinte... e área adaptada para um rodinhas...
Ah! O logótipo... Da fábrica de Sakarya, na Turquia, com motorização Italiana, fora importado um pequeno...
...que em bom luso talvez significasse um abreviado “autocarro”...
Coisas feitas à pressa... dão nisto.
OtoKar...
Ora essa!
Sempre se ouvira dizer que as cadelas apressadas parem os cachorrinhos cegos.
Equipado com um motor IVECO F1C a gásoil de 2998 centímetros cúbicos distribuídos por quatro generosos cilindros em sistema common rail, sobrealimentado por turbo intercooler, debitando generosos 146 cavalos vapor, provida de uma caixa de velocidades manual de cinco velocidades, permite que esta viatura atinja os110Km/h...
A suspensão semi-pneumática permite arrear a carroçaria para que as pessoas de mobilidade reduzida possam aceder-lhe facilmente a partir da plataforma lateral manuseada pelo condutor que terá de se levantar do banco sumo-rijo limitado em amplitudes de elevação e ajustamento...
Fazendo contas por alto, esta máquina calcorreia aproximadamente 187Kms diários no Cento Histórico e 294Kms ao fim-de-semana, estimando-se a média de 5477Kms mensais.
Abalizando o consumo urbano de 8 litros aos100Km, enviará para a atmosfera resíduos de 478 litros de gasóleo por mês. Somemos-lhe o preço de aquisição, os encargos de manutenção e o salário de dois condutores... tendo a prestação de serviços sido contratada por uns módicos sessenta e sete mil e oitocentos euros anuais.
Na segunda-feira de mercado semanal que será um dos dias mais concorridos, esta viatura perfaz o circuito histórico em vinte minutos, dando boleia a uma média de quatro passageiros por volta... salientando que algumas são executadas com zero fregueses.
Humm...
Conjugando-se o município tubuco no feminino e promovendo a igualdade do género, entendeu Matri Harka que os Paços do Concelho transpiravam masculinidade por todos os poros e que as três aguadeiras prostradas na Praça Raimundo Soares representam o quadro de uma tarefa tradicionalmente conotada à mulher!
No Jardim da República a mulher surge como um ser revoltado e sofredor com a partida dos entes mais queridos para as trincheiras da Primeira Grande Guerra Mundial... de lá regressando mais mortos que vivos.
Às portas do Convento de São Domingos, encontramos a mulher candura, submissa e vergada sobre a sua sanha.
Havendo que romper com a mentalidade medieval que toma a mulher por objecto de prazeres libidinosos, dela se servindo para a procriação, lavar pratos, cuidar do lar, subjugando-a a deveres e obrigações em detrimento dos direitos, razão para que em prol da sua afirmação, o novo transporte público urbano de Tubucci não se designe BUS, mas se apelide de BUSA!
Por consciências de ordem civilizacional é imperioso que muitos dos cargos públicos de relêvo sejam liderados no feminino, no intuito de moldar muitas mentalidades retrógradas que grassam nesta sociedade consumista, diluindo os preconceitos e contribuindo para que de uma vez por todas se erradiquem atitudes e comportamentos cobardolas com a demissão da preconceituosa vizinhança refugiada no velho ditado:
“Entre marido e mulher ninguém mete a colher”,
...Com o laxismo legislativo, a passividade das autoridades e para vergonha de todos nós, infelizmente ascenderam a quinze mil, o número de mulheres que intimidadas no silêncio dos seus lares, durante este ano em Portugal foram submetidas aos maus-tratos físicos e psicológicos dos seus companheiros!
...39 destas infelizes foram vítimas de crime tentado e 23 sucumbiram à violência doméstica!
Uma selvajaria terceiromundista sem fim à vista!
Besta que se preste a estas selvajarias, merece ser arrastado pelos tomates, passando o resto da vida em prisão perpétua, sob vigilância de carcereiras!
Bom... Adiante!
Também este autocarro se metamorfoseou...
M-2010?
Irra qu’inté o modelo da viatura tinha inicial de mulher!!!
Ainda mais!... No fim de contas, “OtoKar” não significará autocarro, mas relatório...
Que raça de nome!
Se a coisa levasse dois “tês” ler-se-ia OttoKar, expoente cíclico dos motores de ignição comandada...
Só “OtoKar” é carripana de rendimento...
Mas o mais certo é a marca ter sido inspirada na tribo Oguz cuja dinastia Osmanli deu origem ao Império Otomano que em tempos idos reinou no território turco!
“BUSA” assentaria bem melhor... naquela coisa pequenininha, redondinha, maneirinha, jeitosinha, de chapa sensual e de virtudes no Centro...
-“Tacógrafo” é muito macho...
Sugeriu o tímido padroeiro dos universitários e pessoas de maus fígados durante uma reunião acontecida no salão maneirista onde a seu tempo, hipotéticas nomenklaturas foram levadas a discussão em torno da mesa presidencial constituída por um leque de edis...
-Òh! Pá! Isto não é desporto mas mesmo assim ainda tràs muita àctividáde para o Centro Histórico e a juventude reconhece! Àcho é que no tejadilho se deveria instalar um dispositivo que permitisse deslocalizar três kayak’s! Recordam-se dos “pães de forma,” aquelas carrinhas Volkswàgen dos hippies e dos surfistas? A màlta até podia fazer uma vaquinha entre as Piscinas Municipàis, a Estação de Canoàgem do Rossio e vice-versa... passando pelo Centro Histórico! Clàro! Gànhàvamos em notabilidàde e projectàvamo-nos nas rotas internacionàis da canoàgem!!
Efusou o entusiástico Neolítico da autarquia.
-?! O senhor vereador não acha que essa seja uma proposta inviável? Com as canoas no tejadilho, o miniautocarro atravancava-se nas sacadas dos edifícios históricos da Rua Grande!
-Eu não sou contra... mas no meu entender acho que isto do... do, do circuito devia de ser ao contrário... porque senão estamos a criar um monstro com muitos tentáculos!
Intrometeu-se o vertebral Maya da Vinci.
-Como assim, senhor vereador? Fazer o percurso em marca à ré?!
-Não, senhora presidenta. No meu entender, o circuito devia de ser feito no.. no sentido inverso...O que mais se me preocupa é que ao chegar ao Castelo, devemos de dar uma volta de 360º àquilo, senão caímos no precipício e... e cá temos um monstro que trucida, esmaga, sufoca e, e... e a... asfixia!
-Senhor Doutor Maya da Vinci! Isso não é alternativa que se apresente! O senhor está sempre do contra! Queira saber, senhor vereador, que a opção pelo circuito dos 5200 metros no sentido proposto prende-se com a necessidade de articular este transporte com os demais, facilitando a acessibilidade dos munícipes residentes no Centro Histórico às cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, e às principais capitais europeias!
-?!
-Com licença... Ainda era garoto quando desembarquei na estação de Santa Apolónia, comecei por frequentar o Colégio Francês onde havia raparigas bonitas, chiquérrimas e de boas famílias.
Foi lá que recebi uma educação excepcional e foi lá que aprendi a tocar piano e a diccionar iú, je, lui, liu, lu, iou, le, il, rien, nest pas, elle, alors, combien, voilá, vuálá, piaf, sui, au, ô, tiu, tú, fú, fiou, bijou...
Foi nesse Colégio Francês onde ganhei o "geito" de escrever coisas sem jeito e a ser “assersativo” com os operários de todas as raças, credos e cores que nas minhas obras eram respeitados condignamente.
"Aglunei" vastos conhecimentos políticos, geográficos e territoriais da região e entendo que Tubucci vem desperdiçando a minha larga experiência e, desde os tempos em que me apresentei como militante das fileiras do partido comunista, tentei integrar-me nas listas socialistas à câmara, candidatei-me pelos social democratas, pertenci ao Centro Democrático e Social, regressei aos social democratas e voltei a candidatar-me duas vezes pelos populares. In extremis, sou um quasi-doutor dos sete ofícios nos domínios da construção e entendo que o centro desta mesa deveria ser decorado com um arranjo floral de iCabana que consiste em três pauzinhos...
O pauzinho principal e dois pauzinhos secundários.
O pauzinho principal colocado na vertical representa o Céu…
O segundo pauzinho não poderá ultrapassar dois terços da altura do maior e representaria o homem e o mais pequeno seria a terra, reunidos na base...
Preenche-se o prato com galhos, frutos silvestres, folhas outonais e flores de todos os géneros e depois amarra-se o conjunto com um baraço que pode ser em ráfia ou sisal. "Ageitava-se" para aqui uma ténue fonte de luz que incidisse no sentido ascendente que daria um bom ambiente ao salão nobre. Podia adicionar-se um toque de incenso... por exemplo um defumador de Gerânio...
Sou da opinião que o maior problema da saturação do Centro Histórico com transportes urbanos prende-se com a questão da emissão de gases para a atmosfera que aumentam o buraco no ozono acentuando o aquecimento global e consequentemente contribuindo para o acréscimo exponencial da população de ursos polares.
Tubucci poderia aproveitar o conceito urbanístico de Cidade Criativa desenvolvido por Richard Flórida que promoveria mudanças significativas no estilo de vida e condições de acesso ao trabalho, contribuindo de grosso modo para a prosperidade dos tubucos depois de vencida esta crise que a todos nos tem assolado.
Também entendo que na falta de quartel, se devia colocar um piquete de bombeiros sapadores na zona norte do concelho e na qualidade de honorário representante semi-demissionário da Comissão Municipal de Segur...
-Desculpe senhor Bob! Esgotou-se o seu tempo de intervenção!
-Mas eu ainda mal fal...
-O senhor Bob quando toma a palavra perde a noção do tempo!!!
-Só queria sugerir que a carripana devi...
-Tenha lá paciência!
-prosseguir pelo Vale da Cerej...
-Despache-se!
-DesceràRibeiradaBrunhetapassarpelaSenhoradoTo...
-Não tarda é meia-noite e não chegamos a consenso!
-CircundaroAdrodoSou...
-Basta! É demais! Há outros colaboradores a pedirem a palavra e o assunto em discussão não é o seu currículo nem o centro decorativo desta mesa nem o circuito da carripana, nem as Cidades Criativas do Flórida mas o nome que se deverá atribuir ao miniautocarro!
-Demito-me do cargo e prontos! Mas a senhora doutora não se esqueça que eu não falei de "improvizo".
-Adiante! Senhor Vyce! Está para aí há tanto tempo com o dedo no ar! Dê-nos a sua opinião. O que nos tem a propor sobre a BUSA, se faz favor.
-Senhora presidenta. Há uma coisa que me anda cá a moer... Com a introdução das portagens no IC3 e na A23 vou necessitar de um subsídio complementar de deslocação, caso contrário ficarei numa situação constrangedora...
-Como assim?
-Estou tentado em sugerir aos nossos homólogos de Thomar que alterem a designação toponímica daquela cidade... para "Nabanthia"...
-Não o entendo! Desabafe!
-Vossa excelência deverá estar recordada que desde o dia em que foram inauguradas as novas infra-estruturas do Parque de Campismo do Castelo de Bode, há uma estrada municipal à qual poderei recorrer quando venho para Tubucci e por aí dispensarei o pagamento das portagens, no entanto, senhora presidenta e senhores vereadores, o meu grande problema é que quando páro em Martin para ir ao café, logo aí me atentam o juízo dizendo-me que se venho para Tubucci tenho que deixar Thomar atrás.
-?!
-?
-Só tem isso para nos apresentar!?
-Só, e não é pouco!...Aliás, acho bastante grave.
-Senhor Vyce. Não lhes dê importância. É uma brincadeira que as pessoas cá do concelho costumam dizer... e como ainda não se ambientou!... Estranha essa observação, como é claro! Mais uma vez lembro os presentes que esta reunião se prende com a BUSA e não com quezílias pessoais!
-Haja decôro! O senhor Vyce poderá fazer um desvio pelos Montes Brancos e passar pelo Souto que lá terei todo o prazer em o receber e lhe oferecer uns copos de tintureiro! Até lhe ofereço um garrafão de cinco litros! Este ano a colheita dos bagos de uva tintureira deu-me para duas pipas de carrascão e uma barrica de água-pé mas não vai nenhum para o veterinário nem para os herdeiros dos franceses.
-O senhor Bob não acabou de anunciar a sua demissão?!
-Demiti-me sim, do cargo, mas não me demiti de falar pausadamente pelos cotovelos, nem de me "manisfestar" no meu blogue nem de convidar os meus ex-amigos, senhora presidenta. Sem migo, nem a concelhia do partido onde milito nem este concelho irão adiante! Por isso é que defendo a tese das Cidades Criativas de Richard Flórida! Aliás, deviam ler as minhas Histórias do Souto no meu blogue tão "geitoso" que é o "Espinho do Zêzere tbc"... anotem aí... Os meus relatos vão ao encontro dos conceitos urbanísticos de Richard Flórida.. e histórias muito melhores que as descritas na obra literária do meu primo Irrequieto, editada pela Feno de Tubucci, ou daquela chachada na Internet com as crónicas de um qualquer Cidadão abt em busca do crocodilo perdido. São coisas onde não desperdiço o meu precioso tempo de leitura! Com esses fulanos aqui do cabeço nada se aprende e nada se acrescenta para o desenvolvimento deste concelho onde continua tudo como dantes! Esta assembleia é uma "festangada". Tubucci merecia que eu fu...
-Irra! Esta gente não há meio de se entender!
-O senhor segurança não é para aqui chamado! Faça o favor de fechar essa porta pelo lado de fora que está a entrar uma corrente de ar frio! Senhor Bob. Basta! Tem pilhas Duracell? Cale-se de vez!
-Sim, senhora presidenta. Desculpe senhora presidenta.
-Desculpem a intromissão mas isto pesa na consciência. A...a respeito do... do problema levantado pelo senhor Vyce e porque nesta terra há coisas que se nos magoam e se nos doem bastante... Já o... o meu tio se me dizia que as pessoas desta região são de uma maledicência terrível!...
Ajeitando os óculos transparentes em toda a verticalidade do seu metro e noventa, assim insistiu Maya da Vinci.
-Senhor Doutor Maya! Então?!
-Senhora presidenta. Isto é insuportável. Não se me pude de conter com a, a falta de cultura democrática que grassa nos passos deste concelho. Fique sabendo que inclusive mudei a... a minha filiação partidária para outro circulo e jamais tenciono de recandidatar-me em Tubucci... Já fui de me filiar na concelhia do pêéssedê do Lumiar!
-O senhor vereador veio da Ponte de Sõr e declara-nos que daqui parte para Queluz! Perante tais factos, certamente que estará de passagem... não?
-A...a senhora presidenta fique sabendo que me considero uma pessoa i... independente e me corre sangue nómada nas veias porque quando era pequenino fui criado por uma cigana velha...
-É precisamente essa a razão que me move a ter um fraquinho por si, senhor Doutor Maya da Vinci!
-A... a sua observação re... e... conforta-me bastante, senhora presidenta...
-E eu quando me pronuncio?! Nunca mais me dão a palavra?
-Adiante! O Senhor Arnez tem a palavra! Faça o favor de se pronunciar!
-Ora bem. Desde que não ponham os tubucos a saltar o Bósforo... tanto se me dá que seja OtoKar, Tacógrafo, BUS, Centro... ou M-2010!...Temos é de escolher um nome com cautela e moderação! Há que deixar passar dois anos para vermos se nessa altura a maquineta ainda funcemina e então planearmos as estratégias. Dou a minha intervenção por terminada..
Ascendeu Charles Arnez, o indiscípulo de Al-ban, El-Albanito.
-Nem Tacógrafo, nem Centralina, nem Otokar, nem BUS, nem iCabana, nem tintureiro, nem monstro, nem M coisa nenhuma! Põe-se-lhe “BUSA”, não vai daqui para lado nenhum e mais nada! Acabou-se! Vocês são uns profetas da desgraça!...
Fica “BUSA” que é um nome giro, não acham?!
-Achamos sim. Senhora presidenta!
Foi a deliberação em uníssono.
Prontos... deve ter sido pouco mais ou menos assim que a coisa se deu lá pelo Palácio dos Filipes...
Já no inicio dos anos oitenta do século passado no tempo em que a grande activista Maria de Lourdes Pintasilgo assumiu as rédeas do poder, houve uma tentativa de incrementar o feminismo, quando o Salvador Caetano comercializou uma parga de “autarquias” com os municípios, consistindo nuns mini-autocarros Toyota Dyna de 21 lugares, tendo os seguintes dizeres nas laterais:
“Mais uma autarquia ao serviço do povo”.
As mulheres são seres fantásticos, fascinantes, inteligentes, complexos, inconstantes e emotivos, daí haja que as saber ler, interpretar, entender e compreender!
No dia da inauguração, autarcas e outros afins deram o seu girinho como sardinha enlatada, testando esquinas, suspensões, transmissões, propulsões e contra-brecagens da BUSA!
Evidentemente que a fábrica dos carros de combate do Exército Turco não iria deixar os abusadores tubucos envoltos em maus toalhões! Nem os turqueses desejariam isso!
Segundo o captado pelo microfone virtual secretamente instalado na cabine da BUSA, mal a viagem tinha começado já Mahamou Àmuáhamadinejana desabafava para a sua digníssima e inseparável esposa, guardiã dos jarrões gregos, múmias egípcias e outros artefactos mesopotâmicos:
-Tenho um desejo...
Murmurou Mahamou Àmuáhamadinejana...
-A estas horas? Queres filosofalar...não?
Foi a resposta lapidar da meritíssima esposa.
-E que tal aproveitarmos este momento tão oportuno para fazermos um Coaching no meio do pessoal?!
-Cala-te pá e recolhe-te na lamparina... mas é!...
-Agora não me apetece filosofalar! Assim sem fazer um Coaching, não quero abusar mais! Estou farto! Farto! Nos apertos que aqui levo até já me saltou a tampa por tanto me friccionarem o bojo da lamparina!
-Olha! Olha! Porta-te, senão ficamos de candeia às avessas, entornamos os azeites e acabamos por perder a parte dos besuntos!
-Querida... Isto são só velhos finos... As janelas não abrem e o ar está ficando saturado de Chanel 5, Gucci, Gabana, Dutti, Rochas, Prada, Rabanne, SuváKu e outras essências esquisitas!...Não tarda muito que desate a espirrar cicutas e o acne se me assanhe! Está bem... Vamos mas é apear-nos aqui e ir filosofalar para esplanada do Tónho Paulos antes das gravações com o Apache!
-Não gosto de te ver assim... mete-me essa camisola para dentro e puxa as calças para cima!Vamos! Onde está o botão da campainha... Ah! É aqui!
-áááííííe! Não me arrepenhem os cabelus senão não levo os vossos meninus colher rosas nos jardins cá da Ticeleste!!!
-Vocêi tjirou partjido dje mim, àbusou... Trá-lá-rá! Vociê tjirou partjido dje mim àbusou... Vocêi tjirou pártjido dje mim, àbusou... Vocêi àbusou... Trá-lá-rá! Vociê tjirou partjido dje mim àbusou... Vocêi tjirou pártjido dje mim, àbusou... Vocêi àbusou... Trá-lá-rá...
-Ò Nanda! Cala-te com essa cantilena estúpida, que me estás a enervar e desata mas é a fotografar os edis e os senhores convidados!
-Sim, senhora presidenta. Desculpe, senhora presidenta!
Mais uma vez Matri Harka pondo ordem na Excursão Autárquica pelo Centro Histórico.
-Senhora presidenta... Não será que isto leva carga a mais? Se a bófia nos topa e manda parar a BUSA... estamos quilhados...sabe...
Foi mais ou menos assim que um senhor comprimido na multidão dos abusadores enlatados revelou a sua apreensão...
-Homem! Fique descansado! Não há problema porque tenho um protocolo de imunidade par’lamentar assinado com a minoria étnica!
Lançou Matri Harka de cima do seu metro e tantos centímetros!
-Pessoàl! E se agora fôssemos todos até ao Mercàdo Criativo apreciàr a louça das Caldas? Bóra lá!
Gritou o vereador Neolítico.
-Ai! Você é terrííível! Quando é que pomos em pé aquela idéia de fazermos um congresso concelhio para gays e lésbicas? Era uma rota porreira que nos dava bastante visibilidade...
-Valha-nos Frei Tomás!
-Senhora presidenta... o seu vereador Neolítico gritou tão alto que me pôs o amplificador auditivo a zenir... Afectou-me a sinestesia, fiquei com tonturas e sinto dificuldades em descer o degrau da sua BUSA... Ajude-me, por favor...
Foto gentilmente cedida por um ciberleitor deste blogue marado, onde se pode apreciar a prestabilíssima presidenta em voluntariosa atitude.
Concluíra que as árvores de Natal pintadas a azul celeste indicavam os corredores para a BUSA poder circular...
Bilhete?
Qual bilhete?
Decerto que aquilo seria o brinquedo da época!
O presente do município tubuco que durante o mês de Dezembro poderia ser livremente montado por qualquer abusador!
E as voltas que o brinquedo deu, Mon Dieu!
Foi percorrendo as ruas do centro histórico enquanto ia tragando e vomitando pessoas de braço esticado! Do mercado diário ao cemitério, ao hospital... bom... costuma ser ao contrário... do hospital para o cemitério mas prontes... foi ao tribunal, à praça do batalhão, ao cruzamento dos Quinchosos e na rua...ai, ai, ai...
Viram-se jeitos do tecto da BUSA se esfolar nas sacadas e nas fachadas dos edifícios históricos da Rua Grande mas estreita, próximo dos cruzamentos com a Travessa da Palma e o Beco dos Besteiros...
Do Largo da Ferraria subiu ao Castelo, e voltando para trás junto ao gnómon capado, desceu a calçada de São José!
Quando se cogitava que fosse visitar os colaboradores dos Estaleiros, dos Serviços Municipalizados e da rota do Arquivo Histórico Eduardo Campos no Vale das Morenas...
...mudou de rumo... trepando a Rua 5 de Outubro e passando diante do Cinema São Pedro e da casa da presidenta onde os abusadores de todo se descobriram!
Daí à Rotunda Familiar... passou-se um instante!
Explicou o maquinista que aos fins-de-semana o município dava um bónus até à Rotunda da Cavalaria, Parque Urbano de São Lourenço e Cemitério de Santa Catarina...
-C’um canudo!
O Fim da picada?!
Seria o final das crónicas maradas do Cidadão abt?
Afinal, nem tanto!
O suor nervoso que escorrera para a vista não deixou que se lesse nitidamente os escritos junto da estrela esquisita.
Simplesmente o local onde deveria dar meia volta e volver!
Felizmente que regressou pelo mesmo caminho e indo direitinha à casa da Dona Amélia...
...subiu a Avenida 25 de Abril, depois foi à Rua de Angola, descendo pela Rua José Estevam... frente ao Palácio Filipino...
Repara-se...que na empena junto ao brasão de Tubucci encontram-se uns cabos mal enjorcados...
Poças, que a BUSA conseguiu passar à rasquinha... dobrando a esquina da rua D. Miguel de Almeida sem roçar no Hybrid Sinergy Drive dos tubucos nem derrubar os pinos!
Vendo bem a coisa, também não há necessidade da autarca deixar ali o Hybrid na medida em que basta chegar-se à rua e esticar um braço para se deslocar de caselas aos Paços e vice-versa!
Largo do Chafariz, regressando ao Mercado Municipal...
Temos o circuito fechado e um novo provérbio tubuco que consiste em:
“Enfiar a BUSA na rua da Betesga...”
-És miudinho e complicado, pá! Tens o mapa do percurso aí na Net!
Observou cá a Companheira!
-Ora bolas!...
Aliás, foi a única oportunidade que a Companheira teve para intervir na crónica caso contrário esta treta perderia o el...hããn...
Não fosse omitir as deslocalizações do Centro Histórico até ao Vale das Morenas e a fraca utilização de potenciais abusadores mesmo em dias de mercado semanal, a coisa sairia na perfeição... As pessoas de mobilidade reduzida evitariam calcorrear os nove quilómetros de ida e volta pelos seus próprios recursos se pretendessem aceder a determinadas valências dos Serviços Municipalizados!
O caro ciberleitor saberá explicar com que euros se pagará mais esta desmesura autárquica?
11 comentários:
É tudo á grande! Mijei-me a rir!
Tá espectacular! Parabéns pelo humor! Nos tempos que atravessamos bastante falta nos faz!
É!
Caro Joaquim:
A leitura deste blogue por vezes causa incontinência urinária!
Não é a primeira vez que os ciberleitores se queixam de tal sintoma!
Uma omissão na bula, que será prontamente corrigida!
Muito obrigado pela chamada de atenção.
Concordo que as mulheres devam conquistar mais direitos mas também entendo que os homens deverão partilhar de uma grande parte das obrigações e dos deveres tradicionalmente atribuídos às mulheres.
Parabéns por esta sua ciberintervenção bastante satírica que desperta as cabecinhas adormecidas de muitos cidadãos deste concelho e não só.
Suponhemos que o grupo de teatro Palha de Abrantes tinha a coragem de se aproveitar deste texto como guião para uma sátra política ao concelho. Certamente que o Cidadão não reinvindicaria direitos de autor. mas seria certo e sabido que o grupo de teatro não cairia nas boas graças do edil. Porquê? Porque em Abrantes os municipes ainda se prestam à vassalagem politica em relação áqueles que deteêm o poder. Ressalvando duas raras excepções,este é o reflexo de que pelo hibernar das campanhas eleitorais, também os blogueiros se rendem à vassalagem ou mudam as agulhas para outras temáticas mostrando que os move o interesse pessoal e não o exercício da cidadania em prol das comunidades onde se inserem.
Parabéns pela excelente criatividade e bom humor sem paralelo na região.
Fátima:
A sua observação é deveras oportuna!
Sem dúvida que para a efectiva igualdade de género, se torna imprescindível a distribuir equitativamente as tarefas!
Um ponto que não foi realçado neste post, em parte devido à sua extensão.
Gracias!
Caro Artur;
O facto de qualquer grupo de teatro se servir de um destes textos como guião para uma peça, não seria uma reivindicação mas uma honra cá para o Cidadão!
Quanto às agulhas, estabelecendo paralelismos entre a costura e as ferrovias, poderia acrescentar que cada um saberá das linhas por onde se move!
Mande sempre bitáitadas!
Viva Caro Cidadão abt.
Um começo do fim:
O caro ciberleitor saberá explicar com que euros se pagará mais esta desmesura autárquica?
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Uma pergunta que de resposta todos a sabem!..
O ZÉ...CLARO!...
Afinal no meio de tudo aquilo que é estafanço, burguesias e outras mordomias cá do burgo quem é o pagante final?..
O ZÉ...CLARO...
Quando se Abusa do mais fraco indo até ao tutano do mais ínfimo pormenor cêntimozito, quem é o sacrificado final?
O ZÉ...CLARO...
Mas se O ZÉ tem as costas largas para todo este regabofe publicitário ambulante que Abusa do pagante final que mais resta ao pobre coitado para ele balbuciar?
Ui, tanta coisa!...
Até as pedras da rua choram de tão maltratadas que estão por tanta falta de carinho pra com elas.
Sim porque, as pedras também choram, riem e cantam, e de tal forma que ao olharem para cima e não verem as luzes coloridas alusivas a esta quadra eis aí a razão delas sentirem tamanho desprezo por um povo que é trucidado constantemente com coimas impostotárias pelo burgo.
Cada palavra mais cara hein..
Enlatados ambulantes de vez em quando passam à nossa vista, assim como na TV, agora com a moda dos cabazes disto e daquilo como de um milagre se trate para a cura de uma crise dos mais sacrificados.
Páre escute e olhe que pode vir lá o comboio ambulante, pois se levantar o braço, vai de de pés no ar para não gastar as solas dos sapatos.
Cada cérebro...
Faz-me lembrar agora uma cena que vi no post anterior a este com o título (A Torre do Tombo).
Cum raio, depois de tanta pesquisa consegui desencriptar umas botas nuns degraus lá do lugar, e pensando bem cá pra comigo eu deduzi assim:
Serão estas as tão famosas botas que já fizeram e ainda fazem parte de grandes aventuras por sítios íngremes de escaladas e por vezes penantes estafetas à descoberta do desconhecido?
Acho que sim, elas lá estão bem visíveis com seu ar bem robusto à espera de mais aventuras por lugares nunca antes palmilhados.
Esta agora hein!..
Bem, claro que esta história do Camaleão tem gaitas.
É preciso mesmo cá uma mona para chegar ao fim!...
E que feito estóico para tal desbobinar de frases sem fim..
Isto vale uma estrela muito brilhante caída do céu em tempo de Natal que vai para o museu da Blogosfera com o nome:
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco!..
Agora vou dar uma volta de Camaleão para não ultrapassar os limites de velocidade imposta pelas regras Comilonas.
Bom Natal e Próspero Ano Novo que este, não deixa saudades a muita gente.
Ciber Aqui-Ali-Acolá!
Durante os últimos doze anos cá o Cidadão andava convencido que os fundos comunitários fossem oferta da Europa!
Afinal de contas, ou contas feitas, quando a oferta é grande, o pobre deveria desconfiar!
Quantas e quantas vezes ouvimos os nossos políticos de província afirmarem que era necessário aproveitarmos os fundos comunitários?
O resultado de tais desmesuras reflecte-se de ora em diante, pago com juros elevadíssimos.
Temos uma população alheada a estes factos, para tal contribuindo a escassa informação.
Temos uma população submissa que inconscientemente come o bolo que lhe metem à frente!
Ao caso da BUSA, é o exemplo de mais um queimar das últimas migalhas comunitárias.
Em termos técnicos, poder-se-á constatar que nestes dias frios de Dezembro, em determinados troços do percurso, o termómetro da motorização da BUSA atinge aproximadamente 100 graus centígrados.
Chegados os dias quentes de verão, qual será o comportamento do motor sujeito a temperatura ambiente entre os 35 e os 38 graus?
A máquina decerto terá garantia...
Enquanto a BUSA circula praticamente vazia e ininterruptamente pela zona histórica, junto a mercado criativo acumulam-se dezenas de pessoas que pretendem deslocar-se para o Rossio!
Enquanto a BUSA circula vazia, os munícipes debatem-se com o distanciamento das valências dos serviços municipalizados.
Quantas pessoas das freguesias do concelho de Abrantes saberão que o pequeno autocarro é para sua utilização?
Apenas umas dúzias de esclarecidos.
Contactados no terreno, são raros os munícipes que detêm esse conhecimento.
Porque não a prestação de um serviço mais bem gerido, que respondesse atempadamente a solícito do munícipe?
Uma viatura de menores dimensões equipada com infra-estrutura idêntica às do transporte de doentes, disponível para prestação de serviços pontuais e de baixo custo para o utente, facilitando a mobilidade dos munícipes que mais necessitam?
Ah, pois!
Isso seria concorrência desleal e de menor propaganda!
Ora bolas!
Como isto só suporta até 4096 caracteres, o resto do comentário vai já a seguir no próximo comentário... não abale, portanto!
???
Alô, 1,2,3... Som, som...
Cá estamos mais uma vez para tentar concluir esta amena cavaqueia... caro Aqui-Ali-Acolá!
Referindo as calçadas, vão-se degradando de dia para dia, saltando paralelos, formando-se depressões e buracos nos passeios onde os transeuntes que olhem para as aéreas gambiarras alusivas ao Natal, aí poderão torcer um pé!
Ora bem, as botas já não são as mesmas protagonistas das fotos de cabeçalho que acabaram por capitular ao fim de aproximadamente quinhentos quilómetros de caminhadas por escarpas, veredas, atalhos pedregosos, ribeiros, calçadas romanas, e alcatrão distribuídas por três anitos!
Eram umas “Javali”bem resistentes e aderentes aos diversos tipos de solo, em lona e camurça, que acabaram por se cortar transversalmente nos rastos bastante desgastados!
As actuais protagonistas são umas castelhanas Postigo em camurça e fibra de nylon, com desempenhos aproximados às defuntas, que contracenam com umas Rockland oferecidas por um Júnior e respectiva Noryta, que perfazem um anito de sevicias neste Natal. Extremamente leves e confortáveis, têm no entanto um fraco desempenho de aderência na passagem sobre as rochas escorregadias das ribeiras.
Para o arrefecimento dos pés no fim dos percursos, viajam as “faplas” no fundo da mochila, que consistem numas botas verdes de lona com fibras de cânhamo que se davam muito bem nas estepes africanas!
Quanto à estoicidade, pode crer que é preferível abordarmos vários assuntos num só post e mantê-lo mais de uma semana em primeira página do que subdividir em vários posts na medida em que, de acordo com as informações recolhidas no painel de estatísticas do blogue, a explosão de audiências não surge à boca da data da postagem mas vão aumentando de intensidade com o decorrer dos dias, atingindo o máximo de visitas diárias entre a primeira e a segunda semana, com oscilações nos fins-de-semana subsequentes, naturalmente sustentado num “passar de palavra.”
Se forem muitos posts sucessivamente debitados, o pessoal visitante acaba por não acompanhar a pedalada e deixa de os consultar e digerir calmamente.
Outro facto constatado é que se verifica a manutenção de índices razoáveis de leitura de post’s publicados há bastante tempo, inclusivé dos dois primeiros blogues “O Cidadão abt- I” e “Passo a Passo abt –I”.
Por exemplo, na série “Em busca do crocodilo perdido” registam-se ondas de consulta que, iniciandas no I, progridem até ao VII nos dias seguintes!
Curiosamente, no “Passo a Passo abt” o expoente máximo de visitas é atingido nos dias imediatos às respectivas postagens!
Quanto ao camaleão, na volta não saia de lá em tons de azul celeste!
As melhores festas possíveis para si também!
Ó pá!A câmara tem toda a razão quando pôs este nome ao autocarro!È mesmo a abusar dos impostos dos contribuintes!
Cidadão,
Usando de humor negro, pelo percurso do miniautocarrro vocacionado que leva as pessoas idosas a dárem uma voltinha pelos 2 cemitérios tudo leva crer que a politica do municipio está vocacionada para a rota da encomenda das alminhas.
lolo.
Katy
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