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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O BURACO NEGRO


O BURACO NEGRO


  A Via Láctea não é propriamente uma estrada construída à base de papas de iogurte, requeijão ou queijo Emmental, nem o caminho para Santiago mas sim a nossa estimada Galáxia constituída por biliões de estrelas e hipotéticos sistemas planetários, que girando em incessante espiral vão sendo papadas por enormíssimo buraco próximo de Sagitário, cujo núcleo será delimitado por um disco de gás e poeiras interestelares a elevadíssimas temperaturas e exercendo tremenda força de gravidade que nem a velocidade da luz lhe consegue escapar.
Esse sítio pr'ó esquisito é o Buraco Negro prantado no núcleo da Estrada de Santiago!
Próximo do ponto de fusão, Hefesto, filho de Zeus, trabalhava ligas metálicas aquecidas em fornalha mantida a altas temperaturas e assentando as peças sobre a bigorna, ia-as moldando a seu belo prazer sob as percussões do pesado martelo, até delas extrair a forma desejada para os utensílios pretendidos.
Da paixão entre Hefesto e Atena nasceu Pandora, aquela que tudo dava e tudo possuía. Até então, sendo as mulheres seres divinos e exclusivos dos Deuses, entendeu Zeus oferendá-la aos mortais.
Das virtudes atribuídas no Olimpo, o Conselho dos Deuses fez de Pandora a primeira dama possuidora de beleza, sedução, graça, inteligência, persuasão, meiguice, paciência, languidez na dança e habilidade manual.
No entanto Hermes, um dos doze Deuses do Conselho, deixou-lhe uma sementinha de mentira e traição.
Prometeu, roubara o fogo da casa do Olimpo para ajudar o irmão Epimeteu que houvera esgotado todos os dons do Universo na concepção dos animais, para que o desse aos homens moldados no barro. Por tal incúria Prometeu foi severamente castigado por Zeus que o amarrou a uma rocha no alto do Monte Cáucaso onde sob forte calor, todos os dias os corvos lhe iam descarnando as entranhas e o fígado que miraculosamente se regeneravam.
Entretanto, Prometeu confiara a guarda de Pandora a seu irmão Epimeteu que afrontado com tanto fascínio e beleza, esqueceu as recomendações do irmão e de que a cachopa não seria um exclusivo do divino mas se destinaria aos homens.
Traindo a fé do irmão, Epimeteu desposou Pandora, avisando-a que nunca abrisse uma caixa que lhe sendo confiada pelos Deuses a conservava em casa e na qual estariam aprisionados todos os males e virtudes deste mundo.
Não resistindo à curiosidade de abrir a caixinha, num dia fatal a abelhuda Pandora libertou todos os males e todas as virtudes, apenas retendo a esperança e... Não, ciberleitor...
Não é o que está para aí a magicar...
o Cidadão não flipou de vez nem isto consistirá num buraco rasgado no blogue...
Há outra chave para abrir a Caixa de Pandora, mas fiquemos por esta, que se alonga a crónica.
Avançando...
O espeto é um utensílio de culinária geralmente em ferro ou aço, também podendo ser um pau aguçado, bastante útil para grelhar alimentos sobre o carvão incandescente, podendo com ele assar-se um veado inteiro, uma vaca, um porco, um coelho, uma galinha ou até um simples passarinho, piu piu.
Pau pode significar muita coisa, como por exemplo o pau de palanque, consistindo numa peça marítima que serve para manobrar as embarcações do Tejo, ou por exemplo pau d’arco, designação popular do ipê roxo, planta que os índios sul-americanos utilizam no sarar de muitas maleitas ou ainda o  johimbe, (não confundir com zombie), planta detentora de efeitos psicoactivos e estimulantes ao déficit das vontades...
Para os bons observadores, esta região contém matéria factual a dar com um pau
Semanticamente analisado, o "pau" é um termo que pode apresentar-se em sentido restrito como no sentido lato e esta crónica bem se tornaria um enigma indecifrável para o ciberleitor se não rememorássemos o fatídico sábado da grandessíssima Tormenta19 de Janeiro de 2013 onde os ventos ciclónicos atingiram 140 Km/h, derrubando sinais, postes, árvores, até destelhando habitações, não escapando o Vale das Morenas onde deixou tudo pr'ó derreado e completamente encharcado...
Estranho...
Quando este rapaz cita Vale das Morenas, da libido saltam-lhe algumas imagens desta índole...
Afirmaria mesmo que o Diabo andou à solta em Vale das Morenas...
Está a ver?!!! Outra vez a mesma cena!
Bom... Se bem estiver recordado, no 1º de Dezembro de 2011 foi aqui cronicado um grande tralho e o imbróglio do acesso à Torre do Tombo, vulgo Arquivo Histórico Eduardo Campos, mais precisamente na Rua Fausto Sacramento Marques, exactamente em Vale das Morenas!
Prontos! Novamente o bendito reflexo!
A seu tempo essa rua acabou asfaltada, ficando por resolver a questão dos tralhos iminentes de quantos após consultarem os pergaminhos, se arriscam descer a escadaria do arquivo histórico mas, como diz o povo, quando a manta é curta, ao taparmos a cabeça descobrem-se-nos os artelhos...
E toda esta crónica, porquê?
Porque no dia da Tormenta, ali a cem metros do arquivo, pelas coordenadas geográficas 008º 11" 41.85' W,  39º 29" 30.34" N, o solo da Via Industrial escancarou-se de par em par, minado por fluxos de água subterrânea e pelo dióxido de carbono, fazendo da estrada um verdadeiro Emmental, deixando metade da faixa de rodagem abatida na extensão de oitenta  metros...
...e se nos aventuramos ao longo da calçada, sentimo-nos flutuar sobre as lages que nos poderão engolir a qualquer instante, sendo vencidos cento e vinte dias sem solução à vista e o subsolo em situação periclitante, óptimo para habitat de enormes ratazanas.
Como em casa de ferreiro, espeto de pau e assim destrinçado o enigma da Via Láctea, poderemos constatar que escassos cem metros são a distância que separa o desalento da via relativamente aos estaleiros municipais...
...onde mora maquinaria e outros materiais necessários à reparação da esventrada coisa, mas... havendo sempre um “mas”...
...sendo pouco frequentada pelas “forças de intervenção crítica" podendo também designar-se de "mass crítica," mas substancialmente assediada pelos beneméritos da “Sociedade Civil” que por ora mantêm as atenções centradas na administração do corpo de bombeiros, vão-se nesta zona olvidando os gradeamentos de protecção ligados entre si por fitas plásticas listradas a branco e vermelho, na esperança que seja lançado um hipotético concurso público atrofiado por ajustes directos.
-Pssst! Não tente enfiar o dedo no buraco porque pode dar cabo do monitor!
Pese ambas disporem de buracos negros, não confundamos pois esta Via Industrial com a Via Láctea...

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