O BURACO NEGRO
A Via Láctea não é propriamente uma estrada
construída à base de papas de iogurte, requeijão ou queijo Emmental, nem o caminho para
Santiago mas sim a nossa estimada Galáxia constituída por biliões de
estrelas e hipotéticos sistemas planetários, que girando em incessante espiral
vão sendo papadas por enormíssimo buraco próximo de Sagitário, cujo núcleo será delimitado por um disco de gás e
poeiras interestelares a elevadíssimas temperaturas e exercendo tremenda força de gravidade que nem a velocidade da luz lhe consegue escapar.
Esse sítio pr'ó esquisito é o Buraco Negro prantado no núcleo da Estrada de Santiago!
Próximo
do ponto de fusão, Hefesto, filho de Zeus, trabalhava ligas metálicas
aquecidas em fornalha mantida a altas temperaturas e assentando as peças sobre
a bigorna, ia-as moldando a seu belo prazer sob as percussões do pesado martelo, até delas extrair a forma desejada para os utensílios pretendidos.
Da
paixão entre Hefesto e Atena nasceu Pandora, aquela que tudo dava e tudo possuía. Até então, sendo as mulheres seres divinos e exclusivos dos Deuses,
entendeu Zeus oferendá-la aos mortais.
Das
virtudes atribuídas no Olimpo, o Conselho dos Deuses fez de Pandora a primeira dama possuidora de beleza, sedução, graça, inteligência, persuasão, meiguice, paciência,
languidez na dança e habilidade manual.
No
entanto Hermes, um dos doze Deuses do Conselho, deixou-lhe uma
sementinha de mentira e traição.
Prometeu, roubara o fogo da
casa do Olimpo para ajudar o irmão Epimeteu que houvera esgotado todos os
dons do Universo na concepção dos
animais, para que o desse aos homens moldados no barro. Por tal incúria Prometeu foi severamente castigado por Zeus que o amarrou a uma rocha no alto
do Monte Cáucaso onde sob forte
calor, todos os dias os corvos lhe iam descarnando as entranhas e o fígado que
miraculosamente se regeneravam.
Entretanto, Prometeu confiara a guarda de Pandora a seu irmão Epimeteu que afrontado com tanto fascínio e beleza, esqueceu as recomendações
do irmão e de que a cachopa não seria um exclusivo do divino mas se destinaria aos homens.
Traindo
a fé do irmão, Epimeteu desposou Pandora, avisando-a que nunca abrisse
uma caixa que lhe sendo confiada pelos Deuses a conservava em casa e na qual estariam aprisionados todos os males e virtudes deste
mundo.
Não
resistindo à curiosidade de abrir a caixinha, num dia fatal a abelhuda Pandora libertou todos os males e todas
as virtudes, apenas retendo a esperança
e... Não,
ciberleitor...
Não
é o que está para aí a magicar...
Cá
o Cidadão
não flipou de vez nem isto consistirá num buraco rasgado no blogue...
Há outra chave para abrir a Caixa de Pandora, mas fiquemos por esta, que se alonga a crónica.
Avançando...
O espeto é um utensílio de culinária geralmente em ferro ou aço, também podendo ser um
pau aguçado, bastante útil para grelhar alimentos sobre o carvão incandescente, podendo com ele assar-se um veado inteiro, uma vaca, um porco, um coelho, uma galinha ou até um simples passarinho, piu piu.

Pau pode significar muita coisa, como por exemplo o pau de palanque,
consistindo numa peça marítima que serve para manobrar as embarcações do Tejo, ou por exemplo pau d’arco, designação popular do ipê roxo, planta que os índios sul-americanos utilizam no sarar
de muitas maleitas ou ainda o johimbe, (não confundir com zombie), planta detentora de efeitos psicoactivos e estimulantes ao déficit das vontades...
Para os bons observadores, esta região contém matéria factual a dar com um pau!
Semanticamente analisado, o "pau" é um termo que pode apresentar-se em sentido restrito como no sentido lato e esta crónica bem se tornaria um enigma indecifrável para o ciberleitor se não rememorássemos o fatídico sábado da grandessíssima Tormenta a 19 de Janeiro de 2013 onde os ventos ciclónicos atingiram 140
Km/h, derrubando sinais, postes, árvores, até destelhando habitações, não escapando o Vale das Morenas onde deixou tudo pr'ó derreado e completamente encharcado...
Estranho...
Quando
este rapaz cita Vale das Morenas, da libido
saltam-lhe algumas imagens desta índole...
Afirmaria
mesmo que o Diabo andou à solta em Vale das Morenas...
Está a ver?!!! Outra vez a mesma cena!
Bom... Se
bem estiver recordado, no 1º de Dezembro
de 2011 foi aqui cronicado um grande tralho e o imbróglio do acesso à Torre do Tombo, vulgo Arquivo
Histórico Eduardo Campos, mais precisamente na Rua Fausto Sacramento Marques, exactamente em Vale das Morenas!
Prontos!
Novamente o bendito reflexo!
A seu tempo essa rua acabou asfaltada, ficando
por resolver a questão dos tralhos iminentes de quantos após consultarem os pergaminhos, se arriscam descer a
escadaria do arquivo histórico mas,
como diz o povo, quando a manta é curta, ao taparmos a cabeça descobrem-se-nos
os artelhos...
E toda esta crónica, porquê?
Porque no dia da Tormenta, ali a cem metros do arquivo, pelas coordenadas geográficas 008º 11" 41.85' W, 39º 29" 30.34" N, o solo da Via Industrial escancarou-se de par em par, minado por fluxos de água subterrânea e pelo dióxido de carbono, fazendo
da estrada um verdadeiro Emmental, deixando metade
da faixa de rodagem abatida na extensão de oitenta metros...
...e se nos aventuramos ao longo da calçada, sentimo-nos flutuar sobre as lages que nos poderão engolir a qualquer instante, sendo vencidos cento e vinte dias sem solução à vista e o subsolo em situação periclitante, óptimo para habitat de enormes ratazanas.
Como
em casa de ferreiro, espeto de pau e assim destrinçado o enigma da Via Láctea, poderemos constatar que escassos cem
metros são a distância que separa o desalento da via relativamente aos estaleiros municipais...
...onde mora maquinaria e outros materiais necessários à reparação da esventrada
coisa, mas... havendo sempre um “mas”...
...sendo pouco frequentada pelas “forças de intervenção crítica" podendo também designar-se de "mass crítica," mas substancialmente assediada pelos beneméritos da “Sociedade Civil”
que por ora mantêm as atenções centradas na administração do corpo
de bombeiros, vão-se nesta zona olvidando os gradeamentos de protecção ligados entre si por fitas plásticas listradas a branco e vermelho, na esperança que seja lançado um hipotético concurso
público atrofiado por ajustes directos.
-Pssst! Não tente enfiar o dedo no buraco porque pode dar cabo do monitor!
Pese ambas disporem de buracos negros, não confundamos pois esta Via Industrial com a Via
Láctea...
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