O ENGODO
O engodo é a simulação de alimento ou outra coisinha
linda que os predadores utilizam para atrair as espécies cinegéticas, portanto, uma artimanha a que os
seres vivos recorrem para seduzirem a suas presas...
Porque de xikespertos, está este
mundo cheio, a par da descoberta do fogo, fase da pré-história onde o homo
sapiens se foi metamorfoseando em homo
habilis, e pese este ter vencido quatrocentos
mil anos, ainda nos dias de hoje há determinadas franjas deste spécimen que ainda não alcançaram o seguinte
patamar do homo erectus...
Tornou-se
frequente nós, crentes cidadãos de boa-fé, por exemplo nos templos de consumo, sermos interpolados por belos exemplares de
estirpe humana, atendermos malta simpática à porta de casa, recebermos correio
endereçado ou encontramos muita porcaria electrónica nos nossos mail’s, inclusive,
convites, sugestões e outras grandes confusões para nos impingirem mil e uma
coisas e lousas vazias, fúteis, inúteis e até dinheiro virtual para irmos daqui
até à Lua, nos enfiam pelos olhos
dentro, vejam bem!
Uma
das artimanhas destes caçadores de incautos ou compulsivos consumidores, passa
por lhes fomentar, lhes desenvolver, e finalmente lhes explorar o sentimento da
hipocondríase aguda, assim chupando as presas até ao tutano!
Em
Abrantes, tal como noutras urbes
deste jardim à beira-mar plantado, uns quantos caçadores de créditos alheios têm-se
empenhado em telefonar aos cidadãos, e com ar de senhores doutores ao serviço
da causa pública, querem-se fazer passar pelo Serviço Nacional de Saúde, nesta época em que a austeridade nos
limita nos médicos de família que atendam às maleitas deste povo sugado e
esmiuçado até ao tutano, deste desgraçado povo atormentado p'la pandilha de
governantes que prestam a maior das vassalagens às oligarquias internacionais...
No
meio de tanta gente, há sempre alguém que não resiste, há sempre alguém que não
sabe dizer não e se mete ao caminho, indo ao engodo das demagogias feitas à maneira...
Os
charlatães esperam-nos a determinada hora no salão de num hotel, de uma pensão
ou num estabelecimento comercial de projecção local, sob o mote de fazerem
rastreios ao tudo e ao nada...
Inclusive
ao AVC!!!
Ora,
como deverão calcular, “AVC” significa Acidente
Vascular Cerebral, um daqueles tranglomangos que todos receamos e tão
bem potenciamos devido à nossa dieta mediterrânica fomentada à base de carnes gordas e enchidos...
Aqui
percebemos o ridículo do engodo, a falta de ética e de escrúpulos dos seus autores, na medida em que para determinar as
potencialidades desta maleita será necessário recorrermos a uma panóplia de
tecnologias entre electroencefalógrafos, dispositivos de tomografia axial computorizada e outros meios de diagnóstico
enormemente dispendiosos que caso deles necessitemos, até o bom do Estado Português nos arrepanha os
fundilhos às algibeiras quanto mais vindo de uns quaisquer cromos caídos de pára-quedas!
Chegadas
as presas esperançadas que aí descobrirão a luz para as suas chagas, tanto das
padecentes como daquel’outras que lhas
inventam, logo os vampiros do charlatanismo moderno descobrem o sangue espesso
nas manadas que se propõem sugar...
Como
bons psicólogos do comércio enganoso ou investigadores criminais, para que os
potenciais visados não troquem entre si informações, opiniões e conclusões que
vão cogitando, para que o ego se cinja à hipnose dos oradores, para que o cogitum
se limite à vontade dos predadores, enfim, para que não funcione a interacção grupal
da psicologia de massas que poderia gorar os objectivos da intentona, os indivíduos
são subdivididos em microgrupos de quatro a seis vitimas isoladas em pequenas
salas...
Mas
primeiro, esperam, esperam impacientes horas a fio, sentadas, de pé, assim lhes
esgotando a perseverança do momento que se seguirá...
E,
esperam horas para acederem a um convite de estranhos!!
Aí
são convencidas a comprarem produtos de
elevadíssimo custo, bem acima dos três mil euros e para tal, comprometerem-se
em assinar uma papelada sem timbre ou qualquer outra identificação oficial,
contrariando todo o regime jurídico de intercâmbio e comercialização de serviços,
produtos e bens móveis ou imóveis!
Estes
vendedores da banha da cobra tentam impingir aparelhómetros de ginástica e musculação, à pala de prevenirem o Acidente Vascular Cerebral, o tal mote este
que lhes serviu de engodo, ora vejam bem!!
Com
retorica e meia dúzia de patacoadas, estes cromos pretendem vender-nos rato por lebre!
Sim,
cá o escriba redigiu bem!
Rato por Lebre!
Isto
faz relembrar cá ao Cidadãoabt um
episódio caricato que em África viveu no estabelecimento comercial dum fotógrafo xikesperto.
O
nativo manifestava-se aborrecido pelo facto do fotógrafo tardar em lhe entregar
as almejadas fotos tipo passe de que ele tanto necessitava para organizar a
documentação.
Face
à exigência do cliente, o artista deitou mão a outra carteirinha de fotografias
de outro individuo idêntico ao que, o exclamado freguês lhe repicou...
-Fotórgáfia com us gráváta?! Xiii, patrão!!! Quando tirei us fotógráfia, não tinha us gráváta,
não!!
-A
gravata é oferta da casa. É para o recompensar do atraso na entrega das suas fotografias.
Respondeu-lhe o xikesperto.
-Ah! Muito ósbrigárdo! Xéééé... Partrão és
maningue purêro, pá!!
Mas,
meus caros, este episódio aconteceu há
quatro dezenas de anos...
Questionará
agora o ciberleitor sobre a razão do tanto empenho em esmiuçar este tema?
Pois
bem, como se isto não bastasse, que tal os tais vendedores da banha da cobra
servirem-se das instalações dum bem público para nesse espaço concretizarem os
seus intentos?
Por
exemplo, cederem-lhes o espaço de uma biblioteca, as salas e os gabinetes de reunião
de determinada Câmara Municipal ou os
compartimentos do imóvel de uma Junta de
Freguesia ou uma Casa do Povo??!!!
Pois
bem, meus caros, foi exactamente isso que aconteceu no dia 4 de Abril deste
Anno Da Graça De Dois Mil E Quatorze, Da Era Do Cristo Redentor,
ali
pelas bandas de São Miguel do Rio Torto, uma
povoação empinada no Monte Caneiro do concelho de Abrantes e distrito de Santarém!!!!!
Desde
quando, a direcção de uma Casa do Povo se presta em ceder o espaço, também ele do povo e a si confiado, para que
charlatães sob a capa de rastreios à saúde, possam aí comercializar produtos, explorando a boa-fé e
recorrendo aos mais sinistros argumentos para atrair clientela?
É vil, indecente e inoportuno que colaborem com estes fulanos no sentido de desinquietarem os munícipes, fazendo-lhes
quebrar a rotina e a se deslocarem dezenas de quilómetros, apenas ouvirem palestras de enganos e desenganos!
Será
que com a crise que atravessamos, até as Casas do Povo se deixam comprar por este género de gente desprovida de escrúpulos
e sem identidade nacional, que nos tenta impingir produtos importados da vizinha Espanha?
E
já agora que ninguém nos ouve, porque não, também as Juntas
de Freguesia cederem as instalações que lhes são confiadas pelo povo, aos magrebinos ambulantes e aos chineses dos cantões, para os mesmos propósitos?!
Meus
senhores!
Sinceramente!
Haja
mais dignidade e respeito para com este povo que em vós confiou!!!
Algo Vai Mal P’lo Reino Da Dinamarca!
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