TRETAPRAXIS
Ciberleitor. Um tetraedro afigura-se-nos com quatro faces
iguais e seis arestas congruentes a um ponto comum, assumindo o formato
piramidal, expoente do misticismo, daí que o título deste post não fosse
digitado por engano, representando-nos tudo o que lhe é desconforme e incongruente, ou seja,
mais uma vez dissecando o tema das praxes da treta tão só porque houve quem dissesse que o assunto se estaria a cingir às comissões de praxes, havendo no entanto muita gente graúda a querer meter o rabinho de fora deste escândalo que afronta as melhores consciências!
Está
na ribalta a tragédia do Meco que
passado o estertor inicial, voltou à tona dos fazedores de opinião.
Sobre
este tema, muito se tem falado, muito se tem escrito e dele muita água tem
corrido debaixo das pontes.
Pensando
duas vezes, depois disto, cá o Cidadão
ficou com a sensação que à tripa forra, na última década tem vindo a ser
praxado todos os santos dias por estes senhores que nos vêm
governado, implacáveis no agravamento de impostos mas lascivos em inibir
fenómenos de contornos criminais...
Aliás,
segundo consta, até já se praxa no secundário, se praxa na primária, se praxa
no infantário e ao nascer, desconfia esta praça que terá sido pendurado pelos
pés e de cabeça para baixo, praxado com duas nalgadas!!
Antes
de olhar para o umbigo, este observador vai aqui estender uma modesta e breve
análise sobre o mote das praxes académicas.
A
primeira pertinência prende-se com o silêncio artificial dos ministros desta republicana nação representada pelo supremo Cá-Cá
de Belém ante a tragédia que tocando a consciência dos portugueses por ter
custado a vida de seis jovens na flor da idade, nos seus circunstanciais
discursos os referidos governantes não descuram a temática da juventude e
dentro das razões cuja razão desconhece há quem incessantemente busque a raiz
do cada vez mais marcante fenómeno.
Em
meados do ano transacto, ficou célebre a frase do primeiro-ministro em funções, por decerto questionando a tenacidade
dos portugueses perante a cada vez mais severa austeridade que se faz anunciar
e exortando-os para que não fossem piegas.
Tendo
em conta o brilhante passado deste, percebe-se agora que aquela mensagem foi
proferida por uma pessoa cuja preparação para a vida assentou na cadeira
académica da praxe porque, a praxe
induca!
Com
o fluir do tempo e juntando os indícios, percebemos que este senhor, o seu
sujeito passivo Paulinho das Feiras receberam
formação em estabelecimentos privados de ensino superior... ou de algum modo
lhes têm afinidade, nomeadamente o primeiro calaceiro formou-se aos 37 anos na Universidade Lusíada, o seu comparsa
passivo que nasceu de pés para a frente e com o cordão umbilical enrolado no
pescoço, ainda em adolescente já jogava à bola como “defesa direito, tendo frequentado
o Colégio Particular São João de Brito,
estudado na Universidade Católica, acabando
por se ir estragar na Universidade
Moderna, que já deu o que tinha a dar.
Se
melhor atentarmos à prática abusiva das praxes, damo-nos conta que é exactamente
nos estabelecimentos académicos de âmbito particular que estas apresentam maior
afinco como os atrás referidos, à exclusão da Universidade Católica, um dos últimos redutos de prática de boas
condutas e respeito pelos valores humanos...
Percebemos
também que nesta nação de resistentes existe um escrutínio natural de
frequentadores consoante o grau de valorização académica e o poder económico
das famílias pois não é difícil de percebermos que a fasquia da média da nota de
ingresso nos estabelecimentos públicos de ensino superior se destaca bem acima
do exigido nos estabelecimentos de ensino privado, ou seja, aquando do
resultado das candidaturas, os que ficam excluídos das pautas de ingresso nos
públicos de ensino superior, ou vão inscrever-se no instituto de emprego e
formação profissional ou caso tenham papás endinheirados, recorrem aos
estabelecimentos privados de ensino superior onde o seu ritmo de estudo se
baseia no culto do veteranismo, saltitando de borga em borga, apanhando
monumentais bebedeiras carpidas na arruada da noite, e que incomodam quantos
pretendem levantar cedo para irem ao trabalho...
Se
bem observarmos, apercebemo-nos que os casos de praxes académicas com
desfechos trágicos sucedem tendencialmente em estabelecimentos particulares.
Alguns
jovens, sentindo-se violentados na sua dignidade e integridade física vão
apresentando queixa junto das autoridades públicas, passando palavra aos órgãos
de comunicação social e em casos mais graves, jovens que devido a brincadeiras
inocentes, comparadas ao jogo do berlinde ou do pau, são pura e simplesmente
enviados para cadeiras de rodas ou para os anjinhos como se a prática de
rituais iniciáticos de contornos satânicos fosse pura e liminarmente comparável
ao exercício de condução automóvel onde funcionam os domínios do cognitivo, do
afectivo e do psicomotor, isto se atentarmos às declarações proferidas pelo Presidente do Conselho de Administração
de uma universidade privada, concretamente a Lusófona, contrariando o reitor desta, talvez porque a sua
responsabilidade seja outra e o seu mote não assente na ganância do capital, que
respondendo à Assembleia da República em
2008 afirmou as praxes nada contribuírem para a integração de novos alunos,
uma vez que são sempre ofensivas à condição humana dos
estudantes...
Ora,
ministro de República que se preze, deveria ter demitido imediatamente de
funções este senhor presidente de Conselho
de Administração da Lusófona, e no mínimo, o Ministério Público indiciá-lo de cumplicidade pela tragédia do Meco, mas entre um e outro trâmite legal, valores mais
altos se levantam como por exemplo muitos dos juristas atreitos aos organismos públicos de justiça, terem frequentado as faculdades privadas onde solidificaram laços de afinidades com outros colegas "praxantes" que foram educados pela gamela comum, sendo que este assunto tem sido
mexido e até conduzido a toque da mediatização promovida pelos órgãos de comunicação social,
pelos blogues de opinião e pelas redes sociais, caso contrário, e à semelhança
dos antecedentes que estão em cadeiras de rodas, seria interpretado como um
acidente de percurso cujas estatísticas são infimamente inferiores por exemplo comparadas
às da sinistralidade rodoviária mais uma vez se confirmando que para os organismos públicos, os cidadãos não passam de meros números.
Pelo
meio temos a promoção feita pelo corpos directivos, o fornecimento de meios
logísticos pelas autarquias, os patrocínios das empresas com especial realce
para as fornecedoras de bebidas alcoólicas, chegando-se à ironia e ao ridículo
dos jovens com as caras borradas e penicos enfiados na tola, serem benzidos
pelo prior do local, como se tivéssemos regredido à mentalidade primária.
Que
estes mandem o Cá-Cá de Belém ir
trabalhar e logo veremos se o resultado será o mesmo!
O
certo é que tendo a última ocorrência de praxe custado a vida a seis jovens, esta
situação não será pródiga na medida em que no ano de 2004 e em idênticas circunstancias se registou a morte do jovem Diogo Macedo no pólo de Famalicão da Universidade
Lusíada ou os casos de dois estudantes que ficaram paraplégicos em 2006, respectivamente em Elvas e Coimbra.
Os
exemplos sucedem-se, sendo a face visível de que não se tratam de casos pontuais,
mas de uma cultura de violência inerente à prática abusiva da praxe com
contornos sinistros, denunciando que algo vai mal no reino de Portugal...
Este
acontecimento havendo lugar noutro país considerado desenvolvido, qual efeito
borboleta, resultaria em repercussões a nível internacional enquanto por cá se
tem verificado uma certa tendência em desvalorizar e branquear uma tragédia
cujas responsabilidades transcendem a insanidade mental dos Duxes, também fomentados pelos reality shows ao género do Big Brother e Casa
dos Segredos onde perante o voyeurismo dos telespectadores, os concorrentes se digladiam em provas degradantes e
similares às humilhações perpetradas pelas comissões de praxe de certos
organismos de ensino superior, assim banalizando os conceitos de dignidade e
privacidade, vindo depois essas mesmíssimas estações
radiotelevisivas reportar a sua indignação face aos actos praticados pelas
vitimas dos seus produtos!
Se
olharmos à hierarquia das praxes, apercebemo-nos que efectivamente o ensino superior se complementará em
algumas cadeiras de ensino inferior,
aquelas que pela humilhação consentida ou não, visam integrar os novatos na
sociedade académica, “preparando-os para
a vida” através do abuso de poder, dos maus tratos, da boçalidade abjecta,
da simulação forçada de actos sexuais e de humilhações perpetradas por
cachopos, quais senhores das moscas organizados em hierarquias com pés de
barro, no ensejo de conseguirem estatuto social à custa do bullying académico.
Encontramos
pois uma cadeia hierárquica das praxes académicas desde o perseguido caloiro
até ao altivo Dux Duxorum, passando
por pelotões de veteranos, quais desengalgados vampiros em busca de presas
fáceis!
De conto em conto saliente-se o caso que se passou numa das universidades em que o franzino caloiro foi-se sujeitando a um progressivo grau de exigência praxativa, sempre avisando os seus perseguidores para que se moderassem pois os rituais bem lhes poderiam correr mal, até chegado o dia em que o caloiro pregou um amasso em quatro dos praxantes, pois este franzino entendia qualquer coisinha de artes marciais...
O certo é que desse dia em diante, o caloiro ficou dispensado de qualquer género de praxe tendo a respectiva comissão deliberado que o franzino se encontrava integrado no ambiente académico.
Um exemplo em como no domínio do afectivo, as mentes destes jovens na casa dos vinte anos não acompanharam o avançar do tempo nem a maturidade dos corpos, identificando-se mais com a puberdade e o "jogo do berlinde"!...
Quando
uma das justificações para as degradantes práticas rituais se baseia na “preparação dos jovens para a vida” e quem tutela esta Nação convida os seus concidadãos
a emigrarem, tudo nos leva a crer que a praxe académica será aquela cadeira que
preparará tenaz e psicologicamente os futuros licenciados para assumirem os nossos
governos e os cenários de guerra, nomeadamente na área da medicina, da
geografia, das relações internacionais, do direito, da informática, da biologia
e do jornalismo, profissões bem remuneradas se tivermos em conta a
deslocalização e os subsídios de risco daí inerentes...
Um
exemplo disso são os pactos de silêncio e de memória selectiva, essenciais caso
o individuo se deixe aprisionar pelo inimigo.
O prisioneiro de guerra não se chiba.
Já
referido no post MEGAPRAXIS,
sendo a maior parte destes jovens criados na abundância material, da
sustentação e da opulência carecem no entanto de valores morais!
Exemplo
disso é a constatação de que os intervenientes da tragédia do Meco, para além das elevadas verbas imprescindíveis ao
académico sustento, terão investido a suplementar de quatrocentos euros no aluguer de uma vivenda curiosamente situada
na “Rua do Sol” partilhando um
fim-de-semana secreto, face ao
alheamento dos seus progenitores que de útil, apenas terão as contas bancárias
e acrescentando o pormenor de que nesta tragédia, entre os casais, apenas um
pai deu a cara à comunicação social, os demais delegando essas competências às
mães das vítimas...
Sujeitando-se
a humilhações desde o rastejar com pedras amarradas aos artelhos, a saltar para
piscinas com temperatura ambiente na ordem dos oito graus centígrados, a simular
actos sexuais com objectos ou borrar a cara com bosta, após concluídas as
faculdades e na eventualidade de não conseguirem emprego ao seu peso e medida, estes
jovens optarão por ir pescando os subsídios entre as formações disto e daquilo
ou assentando as nalgas no sofá da casinha dos papás em detrimento de se
sujeitarem às funções de limpeza, reposição de produtos ou operação de caixa
dos templos de consumo, sob a sina de que sendo eles doutores, engenheiros e
juristas, não estarão para se subjugar a tais humilhações, esquecendo porém que
uns anos antes passavam sucessivamente por vexames bem piores ao almejarem às
máximas hierarquias da praxe académica onde julgando conquistar um lugar de
estatuto, mais não fizeram do que se especializarem na cobardia da anuência
cega e a subjugação perante a empresa, perante o chefe, perante o patrão,
perante o regime politico, seguidamente transitando para as praticas
ditatoriais próprias de regimes desumanizados e totalitários, onde não há
espaço para diálogos e assertividades.
Em
troca da integração no grupo académico, o caloiro que aceita a praxe
ainda não é um escravo mas aí treina para no futuro o ser, ainda não é um
totalitarista primário mas aí treina para no futuro o ser e caríssimos ciberleitores, o
pior dos escravos é aquele que jamais se quererá libertar e o pior dos
ditadores, aquele que se sente realizado na vilipendiação dos outros.
Regressando
ao dia a dia e à imposição da austeridade, estas marionetas que nos governam
mais nos fazem lembrar veteranos académicos praxando as suas bestas pastranas
seguindo piamente as directrizes dos Honoris-Dux
da Troika que por sua vez servem os Dux Duxorum das oligarquias
internacionais, no ensejo de treparem na hierarquia da politica e da economia
internacionais tal como podemos verificar pelo modus operandi do Cherne
ou do Mister Valium e até pela
exoneração do superintendente Paulo
Valente Gomes, Director Nacional da Policia de Segurança Pública que
colocou o seu lugar à disposição em troca da sua nomeação para um alto cargo como oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Embaixada Portuguesa de Paris, tacho
este que terá sido criado propositadamente para o infeliz, acedendo ao modesto
salário de 12 mil euros mensais,
consistindo no triplo do salário que o ex-director
nacional da PSP recebia antes da manifestação do seus subordinados nas
escadarias da Assembleia da República.
2 comentários:
Pode crer Cidadão que a investigação criminal desta tragédia no Meco está a ser conduzido pela comunicação social e pelas famílias das vitimas. Repare que são elas que vão sugerindo os trâmites da investigação tão só porque os delegados do ministério público e demais entidades competentes também frequentaram os mesmos estabelecimentos e ou, praticaram praxes com os mesmos contornos de atropelos à dignidade humana. A relação entre o ensino superior, as praxes académicas e os tachos funciona como uma espécie de sociedade secreta à semelhança das maçonarias e outros afins dai que haja tendência em desvalorizar e mesmo branquear estes acontecimentos, remetendo-os para a explicação do acidente de percurso.
Neste ponto da situação parece que a Policia Judiciária se agarrou ao caso como deve ser, vai passado mais de um mês após o sucedido.
Quanto às provas, neste intervalo de tempo deverão estar contaminadas...
Mui agradecido pela sua visita e opinião, dona Fátima.
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