TRINTA MITOS
A novidade foi circulando de boca em boca nas
incríveis conversas de café e à revelia dos media locais contratualizados para divulgação institucional, deixando o Cidadão perplexo e na expectativa que o assunto não
transpusesse os confins do mito urbano
adaptado ao ambiente tubuco, não lhe
atribuindo credibilidade durante dois escorreitos meses, sob pena de arriscar no delito de opinião que em Abrantes
será mais gravoso do que o tráfico de estupefacientes, até que num cálido
dia de verão a confirmação mais ou menos oficial lhe veio cair às mãos...
sendo matéria digna de fina entrevista, não
no Jornal do Crime mas no Incrível!!!
Como é habitual, houve que fazer um compasso de espera para que os órgãos de comunicação
social pudessem “expandir” a notícia oportunamente agarrada pela Rádio Hertz da vizinha Tomar, Rede Regional e demais imprensa nacional,
mantendo-se os locais envoltos num silêncio absolutista, de todo contrário às
filosofias subsidiadas por Ámuáhamadinejana.
No avassalador tempo de crise onde os movimentos ambientalistas se travam de
razões na defesa de espécies arbóreas que são varridas do mapa pelas terraplanagens,
dando espaço a vias públicas de domínio privado ou outros empreendimentos
turísticos, houve um venturoso olivicultor da Sertã que despachou trinta oliveiras centenárias
por módicos sessenta mil euros, fazendo a melhor negociata do ano e evitando que fossem comercializadas como lenha de lareira...
Quer dizer... Às tantas, quem ganhou com o negócio foi o intermediário...
Melhor
explicado, uma iluminada autarca adquiriu por ajuste directo trinta mitos a uma empresa de produção, comercialização e prestação de serviços agro-florestais e ambientais, que só por acaso é gerida pelo pai e irmã do Presidente da Câmara
de Proença-a-Nova, onde está sediada, por valor substancialmente superior aos trinta e dois plátanos de semelhante idade ou aos cinco mil oitocentos e cinquenta e seis
euros pedidos pela alienação dos quatro
mil seiscentos e oitenta e cinco metros quadrados de terreno e respectiva piscina municipal confinados ao Hotel de Turismo situados no Jardim do
Alto do Santo António, algures no
centro da cidade de Abrantes...
Não configurando o facto, tudo estaria nos conformes se o investimento tivesse sido feito com dinheiros pessoais e destinado a proveito próprio... aflorando-se que de tão aliciante, a oportunidade de negócio terá suplantado a previsibilidade de subsequentes constrangimentos perante a opinião pública...
Constando
que a filosofia será a ciência que com a qual ou sem a qual se fica tal e
qual e o absolutismo um conceito de todo ultrapassado, ponderou este rapaz entre
deixar o olivícola tema entregue à ignorância dos ciberleitores ou esmiuçá-lo
objectivamente, tal como são processados os nossos impostos, optando pela segunda hipótese...
Feitas
as continhas, cifrou-se em dois mil euros o preço de cada oleácea, valor algo superior
aos mil seiscentos e sessenta e sete
euros de cada uma das doze iluminárias que há um ano Siza Vieira vendeu à Jácome Ratton de Tomar,
somado às despesas com transportes, logística, replantação dos trinta mitos e subsequentes impostos.
Num
tempo em que por toda a Nação milhares
de agregados familiares passam fome... curtos e grossos são estes enormes bonsais,
capazes de deixar qualquer turista japonês
de olhos em bico e ao invés do gavião que perde a pena, as suas folhas são
perenes, evitando varreduras de terreno e entupimento de esgotos,
meditando que devido à avançada idade, as galhas produzirão fraca polpa e ralo
caroço...
Rapando
os fundilhos aos trinta mitos de difusa sombra, questionaria o ciberleitor sobre a
utilidade prática destas azeiteiras, especialmente se fossem transplantadas para
o recinto dum Centro Escolar frequentado
por outros tantos petizes...
Os juvenis poderiam apadrinhar os trinta troncos cujo fruto decerto não chegaria para untar
os trinta piquênos em azeite virgem, atendendo que além de terem que adquirir trinta marquesas,
as abarrotadas desinquietudes poriam as trinta belas massagistas de cabeça em água!
Sendo
macróbio desde a sua flor, colocar-se-ia a hipótese de extracção do vegetal óleo para desmanche de quebrantos
e maus-olhados...
Metiam-se
os trinta petizes em fila indiana enquanto trinta auxiliares de acção educativa amparariam
trinta pires de café sobre os toutiços dos trinta meninos e a professora verteria trinta mililitros de água benta onde a benzedeira municipal adicionaria uma só gotícula do afamado azeite...
Se
o pingo diluísse, significaria que o cachopo traria o Diabo no corpo, se a gota estabilizasse, o menino seria dos abençoados
e na terceira hipótese do cocktail produzir cantarinhas, presumia-se que por
défice de zonas sombrias no recinto, o petiz se encontraria exposto
a calor intenso, diagnosticando os típicos sintomas de insolação...
Pela
safra da azeitona sabemos que da queda dos operários redundam
graves consequências, pelo que a compleição ergonómica das oliveiras centenárias
ajeitar-se-ia a que os petizes lhes trepassem as pernadas de onde mandariam
tralhos dignos de fracturar pescoços, mas como ao menino e ao borracho Deus põe a mão por baixo, ainda o
destino não lhes estaria traçado, desconhecendo-se a opinião da Associação para a Promoção da Segurança Infantil
e demais entidades de direito na salvaguarda da segurança infantil, ou então, contrariando
a politica autárquica em reduzir o contingente dos seus colaboradores, os travessos ficariam confinados aos préstimos do vigilante na incumbência de prevenir
que tais acidentes.
Não
passaria pela cabeça de alguém, investir em três dezenas de oliveiras centenárias
pela quantia de sessenta mil euros e mais umas massas despejadas em logística, transportes e replantações, exceptuando a hipótese de vencido um ano sobre a inauguração oficialmente
registada a 1 de Junho de 2012, esses trinta mitos urbanos fossem replantados no recinto de
Escola Básica Maria Lucília Moita, em Abrantes, reforçando a teoria de que
as melhores oportunidades de negócio se conseguem em épocas de crise económica,
assim sendo gerido o dinheiro dos nossos impostos, subsistindo a dúvida se o valor atribuído à transacção dependerá da orientação sócio-política dos intervenientes, com a salvaguarda dum tronco de descendência Fenícia poder complementar o espólio do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes...
É caso para supormos que os gestores municipais nos continuam enfiando capacetes persas do século XIX!!!
Nestes dias em que há rapazes e raparigas desfalecendo de fome envergonhada e indo até ao Centro Escolar averiguar sobre
a utilidade atribuída aos valiosos vegetais, conclui-se que ao momento desta
postagem, os troncos se destinam a amparar uns quantos espantalhos, pavlovianamente evocando os nossos idosos que ao fim de uma vida de trabalho e
descontos...
...o Governo lhes vem cortando nas míseras reformas para assim poder colmatar os juros de tais despautérios...
...ajeitando-se as copas das árvores para os petizes ensaiarem técnicas de construção de cabanas que futuramente venham abrigar os agregados familiares eliminados das estatísticas
oficiais, consequentemente entrando em situação de ruptura
económica e social após findado o subsidio de desemprego...
"Uma opção conscientemente estratégica para afirmar a importância do concelho de Abrantes na produção de azeite."
Referiu a responsável autárquica aos órgãos de comunicação social.
Doravante a empresa Victor Guedes, produtora dos azeites Gallo...
...jamais necessitará importar matéria prima da Tunísia e se transferido o equipamento da Rotunda do Olival para o recinto do Centro Escolar... decerto que futuramente ali se formarão excelentes olivicultores!
Denota o modus operandi do município tubuco que de acordo com as conveniências, se propôs-se alargar os seus gabaritos de Autarquia + Familiarmente Negociável, ao homólogo de Proença-a-Nova...
...repartindo as suas estratégias entre as
directivas do deposto governo Socratino
e as normas da actual Coligação Passos
& Portas, refém da Merkel e oligarquias internacionais.
No
caso da remodelação administrativa, aqui d’El
Rei que está bem assim!
No
que toca a manutenção com pessoal, equipamentos e logística, há que cumprir à risca
a política de contenção económica imposta pela Coligação Passos & Portas.
No
caso da cooperação público-privada entre a Sociedade
Civil & Lda e o município abrantino em torno da corporação dos
bombeiros, houve que aproveitar quanto antes a deixa da Coligação Passos & Portas.
No caso dos megalómanos despesismos
circunscritos aos Centros Escolares,
vencido um ano após as inaugurações, prossegue a gestão Sócratina até ao
último cêntimo, descurando a politica de contenção económica de Gaspar e Passos
sob o jugo da Troika e de Portas refém dos submersíveis.
Esta
gestão autárquica lembra um cata-vento
em busca das brisas mais convenientes aos seus parceiros politico-sociais e de negócios!
“Vejam bem que não há
só gaivotas em terra... quando um homem se põe a pensar...”
José Afonso bem cantarolava nas suas baladas, sendo no pensamento que este povo continua driblado a tribelas.
Viva o pagode contribuinte, enquanto a cheta for esticando!
1 comentário:
Certeiro e demolidor!
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